Greve dos professores do Paraná

Greve dos professores do Paraná

Professores e servidores marcham pelas ruas do Centro de Curitiba

Ato precede 3ª tentativa de negociação para dar fim a greve da educação. Greve entrou no 17º dia nesta quarta-feira (25).

Do G1 PR

Professores da rede estadual fazem  manifestação pelas ruas de Curitiba (Foto: APP Sindicato/Divulgação)Professores da rede estadual fazem manifestação pelas ruas de Curitiba (Foto: APP Sindicato/Divulgação)

Milhares de professores e servidores da educação pública do Paraná participam de uma marcha no Centro de Curitiba na manhã desta quarta-feira (25). Eles caminham pelas ruas centrais da cidade rumo ao Palácio do Iguaçu, onde ocorre a terceira rodada de negociação para cessar a greve que está no 17º dia. Devido a quantidade de pessoas, houve diversos bloqueios nas ruas centrais de Curitiba.

Quase um milhão de alunos da rede estadual estão sem aulas desde o dia 9 de fevereiro, quando o ano letivo deveria ter iniciado. Governo e trabalhadores já se reuniram duas vezes para traçar um acordo, que, apesar de avanços elencados por ambas as partes, ainda não se concretizaram.

Um dos pontos de concentração dos servidores foi a Praça Santos Andrade (Foto: Reprodução/ RPC)Um dos pontos de concentração dos servidores foi a Praça Santos Andrade (Foto: Reprodução/ RPC)

A marcha, conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) foi organizada com dois roteiros simultâneos. Os servidores da Região Metropolitana de Curitiba e da capital se reuniram na Praça Rui Barbosa, no Centro.

Caravanas de educadores e funcionários vindos do interior e do litoral paranaense se concentraram na Praça Santos Andrade. Este grupo segue  pelas Avenidas Marechal Deodoro, Marechal Floriano, Praça Tiradentes e seguem para o Centro Cívico.

Às 13h, a Polícia Militar (PM) informou que a passeata chegou a ter 10 mil pessoas. De acordo com a APP-Sindicato, no interior do estado, também ocorrem passeatas em apoio ao ato organizado na capital paranaense. A estimativa é de que, ao todo, sejam 45 mil manifestantes.

Professores marcham em protesto pelo Centro de Curitiba  (Foto: Fernando Castro/ G1)Professores marcham em protesto pelo
Centro de Curitiba (Foto: Fernando Castro/ G1)

Pelo caminho, o trânsito de algumas ruas é interrompido. Como é o caso da Rua Cruz Machado, que, por volta das 10h50, estava completamente fechado. Os manifestantes optaram por caminhar na canaleta - via exclusiva para a circulação de ônibus - obrigando os veículos a transitarem junto aos carros convencionais.

Os professores e servidores que integram a marcha se encontraram com os demais profissionais que estão acampados no Centro Cívico. "Venho todas as tardes para cá para apoiar o movimento. Eu tenho 36 anos de serviço e já poderia me aposentar, mas continuo trabalhando e brigando com a classe pelos direitos dos professores que sofrem com a falta de pagamento", disse a professora Dirce Liz Mazalotti Pirolo.

Greve

Desde o início da greve, vários servidores estão acampados no Centro Cívico, onde fica a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e o Palácio Iguaçu. Eles chegaram a invadir o Legislativo quando deputados tentaram aprovar em apenas um dia o pacote de medidas de austeridade que poderia mexer com benefícios dos servidores.

"Contribui 30 anos para agora tirarem isso de mim? A gente trabalha 30 anos para ganhar menos que um funcionário comissionado. Isso é revoltante", desabafou a professora Sidenir Garcia Perez Bertolle.

Os projetos foram retirados pelo governo para revisão.O último encontro entre o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) e representantes do governo Beto Richa (PSDB) durou mais de seis horas, na sexta-feira (20). Dentre os acordos estabelecidos nesta reunião, foi confirmada a contratação de mil professores e pedagogos aprovados em concurso público, mas que não haviam sido chamados.

Um dos principais entraves, porém, são os pagamentos de promoções e progressões de carreira que estão atrasados. Enquanto os trabalhadores exigem pagamento imediato, o governo quer postergar. “Não vamos assumir despesas sem que haja perspectiva de receita”, afirmou o secretário chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra.Segundo o presidente do sindicato, Hermes Leão, outros temas ficaram pendentes para as discussões: "Licença prêmio que tinha sido cancelada, programa de PDE que está previsto para agosto, nomeação de 463 pessoas, além dos que já foram anunciados, licenças para mestrado e doutorado que ainda não tem uma orientação, redistribuição de aula dos PSS, abertura de novas turmas e liberação de programas e projetos que estao pendentes", resumiu.

Manifestantes marcham pelas ruas de Curitiba (Foto: Daiane Baú / G1)Manifestantes marcham pelas ruas de Curitiba (Foto: Daiane Baú / G1)

 http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/02/professores-e-servidores-marcham-pelas-ruas-do-centro-de-curitiba.html




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