Aposentadoria de deputados
Tarso analisa aposentadoria de deputados
GOVERNADOR PODE VETAR projeto aprovado pela Assembleia que cria regime especial de previdência para integrantesdo Legislativo. Novo sistema permitirá ao beneficiado receber salário integral, hoje de R$ 20 mil, após contribuir por 35 anos
Ogovernador Tarso Genro pedirá parecer à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) para decidir o que fará a respeito da aposentadoria especial dos deputados estaduais.
Assim que receber o projeto aprovado na terça-feira pela Assembleia Legislativa, ele terá 15 dias para decidir se veta, sanciona ou silencia sobre a criação do regime de previdência dos parlamentares. Na semana passada, Tarso havia se manifestado contra a proposta – cujo impacto anual será, no mínimo, de R$ 600 mil aos cofres públicos. Ontem, ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, disse que não compete a ele discutir o “merecimento” do benefício, e sim “as prescrições legais”.
– Vou examinar se a decisão, além de ser legal, é válida e legítima, e, a partir disso, vou me posicionar – afirmou.
Segundo o líder do governo na Casa, deputado Valdeci de Oliveira (PT), Tarso pode indicar seu posicionamento ao partido em uma reunião marcada para a próxima terça-feira. Se ele optar por vetar o texto, o projeto voltará ao plenário para nova apreciação. Dependendo do resultado, poderá ser promulgado sem o seu aval.
Questionado sobre a possibilidade, o presidente da Assembleia, Gilmar Sossella (PDT), evitou polemizar. Segundo o parlamentar, as críticas têm sido excessivas e, além disso, o Parlamento fará economia para reduzir o impacto.
– Só terá direito ao salário integral quem somar 35 anos de mandato – ressaltou.
Na avaliação da presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário, Jane Berwanger, nenhum regime próprio de previdência é viável “com poucos segurados”. Serão apenas 55 contribuintes, sendo que o número de beneficiários tende a crescer com o passar dos anos.
– O projeto contraria dispositivos da Constituição que tratam dos regimes próprios, especialmente quando determina a necessidade do equilíbrio – alerta a especialista.
juliana.bublitz@zerohora.com.br
JULIANA BUBLITZ