Violência e tristeza
Violência e tristeza em Porto Alegre
Viajei ontem. Voltei de madrugada. Trabalhei até agora.
Volto atônito. Porto Alegre se transformou em terra de assassinatos.
A violência parece imperar como uma flor do mal.
Inocentes têm suas vidas ceifadas por criminosos hediondos.
Cada crime é mais pavoroso do que o outro.
A banalização da violência gera reações desabridas: mais violência.
Defendo há muito tempo que o Exército seja treinado para atuar cotidianamente como polícia.
Por que as forças armadas não poderiam ser multifuncionais?
Bandidos precisam ser combatidos implacavelmente dentro da letra da lei.
É assim que fazem países onde a lei e a igualdade imperam.
O monopólio da violência legal pertence ao Estado, que deve praticá-la, dentro das regras, para defender os cidadãos diuturnamente. Jamais o Estado pode praticar os mesmos métodos daqueles que combate. A diferença entre o agente de Estado e o bandido é justamente a lei, a regra, o procedimento normatizado. Claro que homens, mesmo no papel de agentes do Estado, podem errar, exceder-se, explodir. Mas isso apenas reforça o valor do padrão.
O grande jornalista Gay Talese diz que o dono do New York Times ensinou-lhe que se deve ser mais do que justo com aqueles de quem se discorda. Ser justo com quem concordamos é fácil. É compreensível que o ferido queira ferir. Humano demasiadamente humano. O Estado, porém, deve colocar-se acima do sentimento pessoal.
O Estado está além das pessoas. A lei não existe como vingança. Mas como defesa e organização.
O bandido, na sua insanidade hedionda, executa sumariamente.
O Estado mata em confronto e em legítima defesa dos seus agentes e da sociedade.
Mais do que nunca, precisamos de polícia bem treinada, efetiva e ostensiva.
Quando tudo se torna hediondo, a organização social rigorosa precisa fazer prevalecer a civilização.
A violência criminosa não pode ser pretexto para crimes de Estado.
Inocentes não podem morrer brutalmente por ineficiência Estatal.
Bandidos não devem ser protegidos. Devem ser objetos do rigor da lei.
O Brasil precisa de uma profunda reforma em sua estrutura punitiva.
Enquanto isso não acontecer, inocentes serão trucidados por bandidos.
E se clamará pelo ocaso da lei. Precisamos de justiça.