Tensão no entorno do Caff

Tensão no entorno do Caff

Chegada de estudantes e Tropa de Choque tensiona entorno do Caff; professores mantêm ocupação

No fim da tarde, Justiça determinou que grevistas deixem o complexo e imputou multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento

A chegada de estudantes que ocuparam escolas e de um efetivo da Tropa de Choque da Brigada Militar tensionou, no início da noite, a situação no entorno do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff), que segue ocupado, desde a tarde de segunda-feira, pelo Comando de Greve do Cpers Sindicato. O grupo de manifestantes, em apoio aos professores, se aproximou do portão principal e chegou a forçar o acesso, mas os ânimos se acalmaram, perto das 20h15min. A Brigada Militar mantém efetivo reforçado e a cavalaria na parte interna do complexo, a fim de evitar que a ocupação aumente. Às 20h30min, os estudantes começaram a dispersar em função da chuva.

No fim da tarde, a juíza Andréia Terre do Amaral, da 3ª Vara da Fazenda do Foro Central de Porto Alegre, determinou que os cerca de 100 professores que fazem parte da manifestação desocupem o complexo. A magistrada permite que eles sigam fazendo atos pacíficos, mas na parte externa do prédio. A sentença ainda impõe multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento. Neste momento, os professores se reúnem para definir se vão ou não acatar a decisão.

Perto das 19h, o comandante do 9º BPM, tenente-coronel Marcus Vinícius de Oliveira, garantiu que não vai haver desocupação ainda hoje, o que pode ocorrer nas primeiras horas da manhã desta sexta.

Nessa madrugada, a juíza já havia estabelecido a liberação dos acessos ao prédio, mas sem impedir a permanência do grupo no local. Como o impasse se manteve, a magistrada emitiu um mandado urgente, pedindo o apoio da BM para desobstruir a entrada do prédio. Os grevistas, porém, permaneceram, o que levou o governo estadual a entrar com mais um pedido de reintegração, no início da tarde.

Mais cedo, em conversa com os deputados Pedro Ruas (Psol) e Adão Villaverde (PT), os professores mantiveram a posição de só deixar o Caff depois que o governo do Estado apresentar uma proposta sobre as reivindicações da categoria, em greve há 31 dias. “Sabemos que merecemos ter nossas reivindicações atendidas. Estamos tranquilos”, disse a presidente do Cpers, Helenir Schürer.

Já o secretário da Educação, Luiz Alcoba, fala que só retoma as negociações quando os professores desocuparem o prédio. Ele esteve no local, nessa manhã, acompanhado de uma comitiva de secretários estaduais, que tentaram, sem sucesso, negociar a saída dos professores.

Entenda o impasse

Segundo a presidente do Cpers, Helenir Schürer, os docentes já informaram que abrem mão da concessão de reajuste salarial imediato, mas não vão desistir de três pautas sem impacto financeiro aos cofres públicos: a manutenção do auxílio a professores que dão aula em escolas de difícil acesso, a retomada da remuneração por atividade extraclasse e a retirada definitiva da Assembleia Legislativa do PL44/2016 – criticado em função da possibilidade de ampliar a interferência de empresas privadas e serviços terceirizados na educação pública. Até agora, o governo só admite postergar o debate da matéria para 2017.

 

http://www.radioguaiba.com.br/noticia/chegada-de-estudantes-e-tropa-de-choque-tensiona-entorno-do-caff-professores-mantem-ocupacao/




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