Sobrevivência com bicos

Sobrevivência com bicos

Muitos professores para não passarem necessidades e manterem a sobrevivência fazem bicos.

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A educação no Brasil não é valorizada.

Este vocábulo bicos ou biscates ecoa mal aos ouvidos de muita gente. Para muitos professores do RS e de outras regiões do Brasil não! Especificamente todos os educadores que não conseguem viver com o salário pago pelo Governo do Rio Grande do Sul fazem algum tipo de bico para complementar sua renda. Hoje todos os educares vivem um drama, uma cruel realidade. A palavra bico, biscates, para muitos tem um novo som, um novo sentido e uma nova linguagem a da sobrevivência. Vários trabalhadores em educação, àqueles, que ainda dispõe de tempo, saúde e forças. Estão condenados a fazer um trabalho extra, free-lance, trabalho informal mesmo, para supri suas necessidades e honrar suas contas a cada fim de mês.

 

O professor em início de carreira ganha o salário de R$ 630,10 por vinte horas semanais, conforme tabela de vencimentos do Cpers/sindicato. Então os docentes em início de carreira estão recebendo seus salários abaixo do piso nacional, que é atualmente é de R$ 1.917,78. O reajuste em janeiro deste ano foi de 13,01%. Para não passar fome muitos vão à luta pela sobrevivência fazendo bicos, quebra-galhos, etc.  Exemplos desses tipos de trabalho servem para complementar a renda familiar tais como barman, vendedor (a) de roupas, vendedor (a) de produtos de beleza, vendas de bugigangas vindas do Paraguai, atendentes de telemarketing nas horas de folga, etc.

Todos são atividades dignas para qualquer trabalhador do mundo, mas o professor tem outro campo de atuação bem especifica a educação. Em todos os recantos deste estado, devem existir vários professores trabalhando dupla e triplamente sem nenhuma garantia prevista em lei e correndo o risco de perder seus direitos legais, se por infelicidade acontecer um acidente, vão aplicar as sanções previstas no código do servidor público, para quem trabalha fora das normas públicas do Estado.   Deveria ser um vexame para quem administra um Estado da envergadura do RS, que em outras épocas se destacava como pioneiro em educação. Mostrar para o restante do Brasil e do mundo a situação dos seus educadores, mas continuam na indiferença. Muito mais constrangedor para quem estudou com muita dedicação e sofrimento para concluir uma licenciatura. Permanecer habilitado para fazer concurso público passar com seus méritos e ser considerado apto a trabalhar árduo na formação de cidadãos. 

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A imagem diz: a educação nunca foi e nunca será prioridade no Brasil. 

No entanto, existe um profundo desapontamento não ter este esforço recompensado dignamente como manda a lei. Com certeza entram em um lento processo depressão para buscar soluções que aos olhos da sociedade é um escândalo. Pensando no momento circunstancial, de miserabilidade do profissional, não é um escândalo, mas é a solução! Por tanto, se não houver providencias urgente para reverter esta realidade absurda pode sim, chegar a ser uma situação natural em curto prazo, ver docentes fazendo trabalhos informais para sobreviver. No seu âmago pode se sentir despedaçado e revoltado, porque não se sente respeitado como deveria ser por seu patrão. Aquele que chegou ao poder defendendo a educação com qualidade e valorização profissional, começando por um salário justo. 

Entretanto, ao mesmo tempo é uma atitude corajosa e nobre de muitos professores. Porquanto, não tem saída e nem existe promessa de solução rápida, para uma condição inóspita de vida. O ente necessita de uma saída desesperada, o primeiro bico que aparecer em sua frente, seja qualquer trabalho, ele acolhe com obstinação e dignidade.  Muitos professores precisam: comer, vestir, pagar aluguel, água, telefone, internet, luz, hospital, remédios, escola para seus filhos, transporte. E com o salário atual é impossível de equacionar esta conta onde as despesas estão a anos luz, da planilha de receitas e despesas. Continua com as saídas muito além da entrada do parco salário que o profissional da educação recebe para fechar suas contas básicas como qualquer outro cidadão. Para a categoria só existe duas opções que são dramáticas permanecer vitaliciamente sob a exploração dos juros da conta especial, mais os intermináveis empréstimos consignados a juros altos ou ter a hombridade de partir para os bicos.

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Em época de eleições os políticos usam a educação como vedete e depois a esquecem. 

 

Por tanto, em uma situação de insegurança e preocupação em que vivem muitos professores, fica muito indigesto para os docentes trabalharem com qualidade. Mesmo diante de tamanho descaso todos fazem um esforço colossal e exercessem sua vocação com muita determinação, deixando os problemas para fora da escola. E com incomensurável dignidade fazem um esplêndido trabalho transformador com os alunos junto às disciplinas que os desenvolve a formação de cidadãos conscientes desenvolvendo os conceitos de valores padrão, caráter, honestidade, solidariedade, respeito e verdade. Todos os valores que os levam a construir responsabilidades para serem futuros gerenciadores das próximas gerações da nossa sociedade. Este grande agente transformador do mundo deveria ter seu mérito destacado na sociedade. 

Todavia, todos têm o direito a ser valorizados a começar com uma remuneração digna para ter um turno de descanso justo. Para repor suas energias necessárias ao trabalho que é enfadonho e poder planejar aulas transformadoras no processo ensino aprendizagem. E não fazer bicos, que não é indigno, mas o profissional da educação deve ter outros projetos a serem pensados, refletidos, debatidos, e conteúdos que devem ser trabalhados em sintonia com outras disciplinas e para isso é necessário tempo exclusivo. Todos os professores precisam ter momentos de aperfeiçoamentos em sua disciplina para ter clareza como vai trabalhar com os discentes. Atualmente se vive a era digital, onde a tecnologia da informação, dispõe de ferramentas modernas, para ajudar na educação. 

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A era da comunicação digital integrada a educação.

Obrigatoriamente o professor deve se reciclar permanentemente, participar dos seminários, simpósios nestas áreas e outras de domínio da didática e da pedagogia. Sempre fazer cursos de informática para aprender e saber aplicar as ferramentas da internet para produzir uma aula interativa. Para que tudo isso aconteça na prática o professor precisa de dinheiro suficiente pois tudo é caro e o Estado não oferece nada de graça.  O Estado como gestor da educação deveria dar condições à escola promover momentos extraclasses e dispor ao professor tempo, ambiente adequado para juntos produzirem uma educação de qualidade. Não pagar um misero salário para o professor ser obrigado a fazer bicos. Isto não promove nem o professor como profissional da educação e consequentemente a sociedade. 

A educação como sistema em si do jeito que está, somente vem a resultar na formação de péssimos profissionais de um futuro não muito distante.  É o caminho para as trevas, a volta para o retrocesso o subdesenvolvimento da educação, cultura e ciência. Os grandes derrotados nesta luta para manter a sobrevivência dos decentes e uma educação qualitativa são os alunos e a sociedade em todos os seguimentos do conhecimento que fundamentam e qualificam o conceito de nação civilizada.Para mudar esta situação somente com muita força e união dos trabalhadores em educação para decretarem uma greve geral bem organizada por tempo indeterminado, até que o Governo venha a valorizar os mestres que lutam em busca de uma sociedade humana e equitativa. 

Postado por Cicero Barros

http://www.analiseagora.com/2016/06/muitos-professores-para-nao-passarem.html?spref=tw 




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