Sem proposta
Não temos como oferecer nenhuma proposta aos professores, diz Vieira
Sindicato anunciou paralisação para o dia 29, no início do ano letivo
Vieira da Cunha diz que Estado não tem como reajustar salários dos professores
Foto: Júlio Cordeiro /Agencia RBS
O secretário da Educação, Vieira da Cunha, pediu nesta sexta-feira (26) que os pais mandem seus filhos às escolas da rede estadual na próxima segunda (29), mesmo com o anúncio do Cpers-Sindicato de paralisação dos professores no primeiro dia de aulas. Segundo Vieira, o governo não tem condições de oferecer nenhuma proposta de reajuste salarial aos educadores neste momento.
"Nós queríamos pagar um salário muito maior, os professores têm direito de receber bem mais, mas o Estado não tem condição de oferecer nenhuma proposta (de reajuste)", disse Vieira em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
Também no programa, a presidente do Cpers, Helenir Schürer, reforçou a posição do sindicato da necessidade de uma paralisação no primeiro dia de aulas diante da situação em que se encontra o magistério estadual. Ela disse que os salários apresentam defasagem de mais de 60% em relação ao piso nacional e que não os educadores não têm motivação para o início das aulas diante das condições atuais.
“Faremos nossa tentativa de negociação dia 29. Ou então vai ser jogado a construir uma grande greve no Rio Grande do Sul”, disse ela.
O sindicato promete fazer uma “aula na rua” na segunda-feira, com ato em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre. A ideia é tentar negociar com o governo reajuste para este ano.
No entanto, o secretário Vieira reforçou que neste momento não existe possibilidade de aumentar salários. “Não se pode tirar leite de pedra. Esse é um estado que não está conseguindo pagar em dia seu funcionalismo. Por acaso alguém pode acreditar que um governador faz isso de propósito? Evidente que não há recursos".
Ele ainda disse que diante da situação de parcelamento de salários – nesta tarde o governo deve confirmar que os vencimentos não serão depositados na íntegra - é preciso compreensão.
500 nomeações
Vieira ainda disse que hoje irá se reunir com o governador para pedir a nomeação de 500 professores aprovados no concurso de 2014. Ainda serão chamados temporários (contratos emergenciais) para suprir a demanda do início do ano letivo.
Desde o ano passado até o começo de 2016 foram 6,5 mil professores que deixaram a rede estadual, entre aposentadorias, falecimentos e exonerações.