Salário parcelado

Salário parcelado

Salário parcelado, sobrecarga de trabalho, assédio moral. Por que a direção do CPERS não organiza a luta?

A indignação e a revolta contra o governo estadual cresce nas escolas públicas do Rio Grande do Sul. O governo Sartori acaba de anunciar mais um parcelamento de salários (o 22º parcelamento), dessa vez, pagando uma parcela irrisória de R$350 para o funcionalismo. A humilhação para o magistério parece não ter fim.

Jones Adriano Gaio        quinta-feira 31 de agosto|

 

A situação é ainda mais grave pois, nas escolas estaduais, falta tudo (xerox, merenda, ginásio de esporte, turmas superlotadas, professores, livros didáticos), mas sobram cobranças, assédio moral e sobrecarga de trabalho para os professores por parte das direções e das CRES. A quantidade de planilhas, relatórios, reuniões fora de horário só aumenta e exauri o escasso quadro de professores que ainda resistem em permanecer ensinando. Exige-se tudo dos professores, mas nega-se o básico, que é o salário. Há inúmeros relatos de professores que não possuem nem condições financeiras de se deslocar ao local de trabalho. Outros estão tendo que fazer empréstimos em bancos ou pedir dinheiro aos pais para poder comprar gás! O governo Sartori comete um verdadeiro crime com a educação e o futuro de uma geração de estudantes.

A ferramenta histórica de luta que os professores possuem é o CPERS-Sindicato. No entanto, a atual direção central do CPERS (CUT/CTB), sabota e abandona a luta contra Sartori, assim como CUT e CTB boicotaram a greve do dia 30/05 e abandonaram o caminho da greve geral, abrindo todo espaço para a reforma trabalhista passar no Congresso e ser sancionada.

A direção central do CPERS não está mobilizando a categoria, nem sequer passam por perto das escolas. Foi assim no início de agosto, quando a greve não foi construída, e, mesmo assim, quando a categoria despontava para a luta, a greve foi desmantelada com uma proposta desmobilizadora de horários reduzidos e “aulas cidadãs”. A verdade é uma só e bem clara: A direção do sindicato (PT/PCdoB) ganha tempo, pois prefere o desgaste de Sartori (PMDB) com o funcionalismo, visando colher os frutos eleitorais em 2018.

A nova proposta da direção central do CPERS é a de que os professores que não puderem se locomover até as escolas registrem um B.O. (boletim de ocorrência) na polícia contra o governo estadual. Dessa forma, orientando a luta para uma saída individual, cumpre o papel de atomizar a categoria e criar a ilusão de que a polícia vai enquadrar Sartori. Como se a polícia fosse ficar contra o governo! O que acontece é justamente o contrário: a polícia é o braço armado do governo.

A única forma de resistência para os professores é a auto-organização em cada local de trabalho. É fundamental, nesse momento, a unidade da categoria. Devemos tomar a luta em nossas mãos e exigir das direções sindicais em cada núcleo, um plano concreto de mobilização e de resistência contra esse governo que está destruindo a educação e a vida de inúmeros professores que, cada vez mais, estão desistindo de ensinar e abandonando as salas de aula. Professores, funcionários de escola e funcionalismo público em geral: É hora de parar tudo! Sexta-feira é dia de paralisação e Ato Público em Porto Alegre, convocado pelo 38º e 39º núcleo, dirigidos pela oposição. Nesta quinta-feira (31) ocorrerá assembleia regional da capital, às 17h30, na Avenida Alberto Bins 480. Só nos resta ir à luta!

 

http://www.esquerdadiario.com.br/Salario-parcelado-sobrecarga-de-trabalho-assedio-moral-Por-que-a-direcao-do-CPERS-nao-organiza-a 




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