Salário e 13º dos servidores
Banrisul pode financiar o 13º dos servidores, cogita Feltes
Secretário da Fazenda reafirmou que governo não tem como pagar folha de dezembro
Banrisul pode financiar o 13º dos servidores, cogita Feltes | Foto: Karine Viana / Palácio Piratini / Divulgação / CP
Um dia depois da aprovação do aumento de alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o secretário estadual da Fazenda, Giovani Feltes, prevê mais dificuldades no futuro do Rio Grande do Sul apesar da aprovação do projeto de lei do governo do Estado. Em entrevista ao programa Agora da Rádio Guaíba, Feltes afirmou que existe a possibilidade do 13º salário dos servidores ser financiado pelo Banrisul. "Em dezembro, nós teremos uma dificuldade quase intransponível com os fornecedores e mais o 13º salário. Uma das alternativas que cogitamos é a possibilidade de usarmos a 'operação Banrisul', com o banco financiando o 13º", disse Feltes.
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Ao falar sobre o aumento do ICMS, Feltes deixou claro que o plano do governo é que o Estado consuma menos recursos. "Na verdade, este conjunto de propostas vai em diversas direções e compartilham todas as dificuldades financeiras com a sociedade. Temos a questão da previdência complementar e da Lei de Responsabilidade Fiscal, que nos coloca um Rio Grande do Sul com maior governabilidade no futuro", explicou.
O secretário da Fazenda assegurou que o Estado irá perseguir a sonegação de ICMS, principalmente após os últimos dados recebidos pelo governo, que apontam um recorde de autos de infração. "Até agosto, nós ultrapassamos a marca de autos de infração. Em 2014, o Rio Grande do Sul teve um bom incremento na receita, com a entrada de R$ 1,2 bilhão. Já neste ano queremos aumentar ainda mais esta cobrança", completou.
Feltes declarou que a utilização dos 95% dos depósitos judiciais garantirá ao Estado R$ 1 bilhão. "Nós temos que entender que R$ 1 bilhão é dinheiro, mas isso só vai nos assegurar tão somente a folha de pagamento de setembro, porque saímos de agosto deixando de pagar R$ 600 milhões a fornecedores, terceirizados e hospitais. O nosso rombo mensal é de R$ 400 milhões", detalhou.
À procura de R$ 4 bilhões em 2016
Para 2016, Feltes vê um cenário de dificuldades para o Rio Grande do Sul, mesmo com o aumento do ICMS entrando em vigor. "O ICMS vai nos garantir a entrada de R$ 6 bilhões, mas ainda nos faltará R$ 4 bilhões. Nós estamos buscando alternativas e estamos aí nas ruas com um programa que oferece desconto para aqueles contribuintes que não estão em dia com o tesouro do Estado. Talvez isso faça entrar nas contas algumas centenas de milhões, mas não tanto quanto a gente gostaria. Será suficiente apenas para ajudar a levar a nossa condição financeira sem sobressaltos", comentou.
Correio do Povo