Reprovar aluno não funciona

Reprovar aluno não funciona

Reprovar aluno não funciona, diz Unesco

Segundo estudo da ONU, reprovação na trajetória escolar é o elemento de maior impacto negativo na aprendizagem do estudante

Fonte: Zero Hora (RS)        31 de julho de 2015

A reprovação na trajetória Escolar é o elemento de maior impacto negativo na aprendizagem do estudante. Embora utilizada para corrigir as falhas ocorridas no passado, a repetição de um determinado ano de estudo pode trazer “problemas de estigmatização e motivação”. Essa é a avaliação de um estudo da Unesco – braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para Educação e cultura – sobre elementos que influenciam a rotina Escolar em 15 países da América Latina. O documento aponta sugestões de políticas públicas com foco no Aluno, no Professor e na Escola.

Divulgado ontem, o relatório foi elaborado a partir da coleta de informações e aplicação de provas, em 2013, para 134 mil crianças do Ensino fundamental da rede pública e privada da região. No Brasil, o chamado 3º Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Terce) avalia o desempenho Escolar no Ensino fundamental – do 4º ao 7º ano no Brasil em matemática, linguagem (leitura e escrita) e ciências naturais. “A repetição, supostamente destinada a melhorar a aprendizagem dos Alunos, aparece como um mecanismo ineficaz que se associa a uma menor aprendizagem”, diz trecho do documento. Para a agência da ONU, é “indispensável” buscar alternativas para o uso da reprovação apenas em “situações excepcionais”.

Os dados detalham ainda o desempenho dos estudantes em quatro níveis de aprendizagem. O Brasil supera a média em matemática, no 4º ano, e em leitura, no 7º ano. Apesar de toda a região ter apresentado melhoras em relação à avaliação anterior, o estudo mostra que são poucos os Alunos que estão no maior nível de desempenho. De modo geral, o país apresentou resultados semelhantes ou superiores aos demais.

INCENTIVO DOS PAIS É FUNDAMENTAL

O relatório também sugere adoção de medidas para reduzir o impacto de desigualdades socioeconômicas no desempenho do Aluno. Fortalecer a formação inicial dos Professores e garantir oferta de material didático são outros fatores apontados como relevantes no estudo, assim como o envolvimento dos pais. De acordo com o relatório, no Brasil, o desempenho dos estudantes melhora quando os pais acompanham os resultados obtidos na Escola, apoiam e chamam atenção dos filhos. O desempenho, no entanto, piora quando os pais supervisionam e ajudam sempre nas tarefas Escolares, tirando a autonomia dos filhos. Os pais também são importante para incentivar, independentemente das condições sociais e econômicas.

De acordo com os dados, os estudantes de regiões desfavorecidas têm desempenho pior, independentemente das condições da própria casa. No entanto, se os pais incentivam os filhos quanto ao que será capaz de alcançar no futuro, ele obtém melhores resultados.

O desempenho dos estudantes brasileiros no Ensino fundamental é igual à média dos demais estudantes de países avaliados pelo Terce em escrita e em ciências naturais em todos os níveis e em leitura no 4º ano e em matemática no 7º.

Segundo o relatório, 83% dos Alunos do 7º ano estão nos dois níveis mais baixos em conhecimentos de matemática.

No Brasil, a maior porcentagem de Alunos no nível mais alto de desempenho é 16,6%, em leitura do 7º ano.

O pior desempenho foi na prova de ciências naturais, aplicada pela primeira vez no país aos Alunos do 7º ano. Apenas 4,6% estão no maior nível e 80,1% estão nos níveis mais baixos. Eles não são capazes de aplicar os conhecimentos científicos para explicar fenômenos do mundo.

Os países que estão acima da média regional em todos os testes e anos avaliados são Chile, Costa Rica e México.

 




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