Reavaliando a legislação EAD
MEC está reavaliando a legislação sobre EAD
Maturidade à distância
AS PESSOAS QUE FAZEM UMA GRADUAÇÃO NA MODALIDADE EAD TÊM, EM MÉDIA, 30 ANOS, SÃO CASADAS E TRABALHAM
Quem são as pessoas que abrem mão da convivência diária com uma turma de faculdade e optam por fazer um curso à distância? Normalmente, são adultos, com ou sem uma profissão anterior estabelecida, mas que buscam uma formação mais sólida. Segundo a secretária de Educação à Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mára Lúcia Fernandes Carneiro, os alunos dessa modalidade de ensino têm cerca de 25 anos ou mais.
– São pessoas que não conseguiram ingressar em um curso superior logo depois do ensino regular e já estão no mercado de trabalho – explica a professora.
Mas não é apenas a idade que determina o perfil desse novo estudante brasileiro – o sucesso da educação à distância no Brasil é recente, apesar de o modelo ser antigo, se levarmos em conta os cursos por correspondência. É preciso ter maturidade para encarar uma rotina mais solitária de estudo.
O presidente da Associação Brasileira de Educação à Distância (Abed), Fredric Michael Litto, reforça que, além do aluno de EAD ter de cinco a 10 anos mais do que o estudante tradicional, ser casado e ter filhos na maioria dos casos, ele também é uma pessoa motivada e organizada.
– Um curso à distância não é para qualquer um. O aluno precisa ter características específicas: não pode ser uma pessoa que precise da atenção ativa do professor e deve ter disciplina – diz Litto.
A organização e a disciplina devem ainda estar acompanhadas da automotivação, pois, apesar de contar com a ajuda do professor, do tutor e dos colegas, ele também precisa ter muita vontade de estudar, pois o contato com essas pessoas é quase sempre virtual.
– Os cursos à distância são melhores para pessoas mais velhas, com maior capacidade de autogerenciamento. Normalmente, os jovens precisam do contato presencial mais frequente – opina Sérgio Franco, presidente da Rede Gaúcha de Ensino Superior a Distância (Regesd).
Números |
Do total de 30.420 cursos de graduação, 29.376 (96,6%) são na modalidade presencial, e 1.044 (3,4%), na modalidade à distância. |
Segundo o Censo da Educação Superior de 2011, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a idade dos alunos que ingressam em um curso de graduação à distância varia mais do que em um curso presencial, ficando na média de 33 anos |
A maioria dos alunos de cursos EAD estuda e trabalha, e a maior porcentagem de alunos que somente estudam é formada por aqueles que estão cursando disciplinas obrigatórias em EAD de cursos presenciais |
Fonte: Fonte: Inep/MEC |
O QUE É PRECISO PARA SER UM ALUNO À DISTÂNCIA |
- Ter capacidade de automotivação |
- Ser organizado |
- Saber ler com foco |
- Conseguir se autogerenciar, sem precisar da intervenção sistemática do professor ou dos colegas |
- Internet de qualidade à disposição |
- Ter facilidade com os ambientes virtuais |
Fonte: Fonte: Associação Brasileira de Educação à Distância |
No que pensar na hora de escolher um curso em EAD
No Brasil, nem sempre o estudante opta por um curso à distância por ter o perfil para a modalidade, mas pela dificuldade de chegar aos grandes centros e, consequentemente, às boas universidades. Essa é a opinião de Sérgio Franco, presidente da Rede Gaúcha de Ensino Superior à Distância (Regesd) e membro do Conselho Nacional da Educação, ligado ao Ministério da Educação.
– Em países como a França, o Canadá, a África do Sul e a Alemanha, isso não acontece. Nesses lugares, a educação à distância já está mais consolidada – diz Franco.
O ideal, segundo os especialistas, é que a pessoa opte pela modalidade por ter um perfil adequado. É mais fácil ajustar um curso à distância à rotina, mas é preciso também abrir espaço e se organizar.
Reavaliando a legislação EAD
A legislação em torno da educação à distância no país está sendo reavalida. Até o dia 21 de julho, uma Câmara Consultiva Temática, formada por representantes de diversos segmentos da educação, deverá entregar um documento para o Ministério da Educação (MEC) contendo subsídios para as mudanças na legislação. O principal ponto dá conta dos polos presenciais.
O grande objetivo do MEC é abrir a oferta de cursos na modalidade EAD. Para isso, a ideia é que as instituições possam oferecer cursos de graduação sem necessariamente ter um polo presencial – atualmente, é quesito obrigatório.
– A nova legislação não acabará com os polos presenciais, mas abrirá a possibilidade de que sejam criados cursos de graduação somente online, sem a necessidade do polo – explica Cleunice Rehem, coordenadora-geral de Regulação da Educação Superior à Distância do MEC. – As avaliações, porém, continuarão sendo exigidas presencialmente – completa.
PANORAMA BRASILEIRO |
142 instituições credenciadas para oferta de EAD |
1.044 cursos de graduação à distância |
7.511 polos de apoio presencial |
992.927 matrículas em cursos à distância |
151.552 concluintes em cursos à distância |
Fonte: Fonte: Censo da Educação Superior de 2011, Inep/MEC |
COMO FAZER A ESCOLHA CERTA |
Escolher um curso à distância é muito parecido com escolher um curso presencial. É preciso definir o curso e a instituição e depois ainda participar do processo seletivo. Mas ter o perfil para estudar nessa modalidade já é meio caminho andado. Algumas dicas são bem importantes |
- Visite o polo de apoio presencial onde você participará das atividades presenciais obrigatórias, veja se o ambiente é apropriado, se tem biblioteca e laboratórios (se o curso exigir). |
- Informe-se com alunos atuais e ex-alunos do curso. Caso você não tenha contato com nenhum, solicite aos responsáveis indicações de nomes e contato. |
- Verifique a instituição responsável, sua idoneidade e reputação. |
- Confira ou solicite informações sobre a estrutura de apoio oferecida aos alunos (suporte técnico, apoio pedagógico, orientação acadêmica etc). |
- Para o caso de cursos que conferem titulação, solicite cópia ou referência do instrumento legal (credenciamento da instituição, do polo de apoio presencial e autorização do MEC ou do Conselho Estadual de Educação) no qual se baseia sua regularidade. |
- O curso deve estar formalmente autorizada pelo MEC no caso de cursos superiores. Para verificar, basta acessar o site http://emec.mec.gov.br |
- Você deve procurar saber por meio do sistema de busca do MEC se os polos presenciais são regulares: http://emec.mec.gov.br |
- Pode ainda verificar junto ao MEC e aos órgãos públicos se há denúncias graves ou irregularidades da instituição desejada. |
- É aconselhável consultar estudantes da instituição para averiguar se há algum problema na oferta dos cursos. |
Fonte: Fonte: MEC |
Tempo, tempo, tempo, tempo
A FLEXIBILIDADE DE HORÁRIO DE ESTUDAR À DISTÂNCIA NÃO DEVE FAZER COM QUE O ALUNO RELAXE E DEIXE DE DEDICAR PARTE DE SUA ROTINA ÀS TAREFAS DO CURSO
E está enganado quem pensa que, ao escolher um curso à distância, poderá dedicar menos tempo aos estudos. Optar por essa modalidade dá, sim, maior flexibilidade de horário para o estudante, mas não exige menos dele.
Não é preciso necessariamente nascer sabendo como ser um aluno à distância, pode-se aprender a sê-lo. A secretária de Educação à Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mára Lúcia Fernandes Carneiro, conta que uma das disciplinas que ela ministra nos cursos EAD da universidade tem justamente o objetivo de ensinar os alunos a se adaptarem ao modelo. Na Instrumentalização para o Ensino à Distância, os estudantes aprendem a usar o ambiente virtual e a fugir do esquema natural de navegação da internet, que leva de um link a outro. É geralmente neste momento que Mara ensina seu mantra: “É preciso saber ler, ler tudo e ler até o fim”. Isso significa que o aluno não deve passar os olhos em um texto e sentenciar que não o compreendeu. É preciso ler com atenção, com foco e até o fim.
– Nesta disciplina, ensinamos o aluno a planejar o seu tempo. Ele deve preencher uma tabela com tudo o que precisa fazer durante a semana e depois anotar o que foi realmente executado. A partir disso, se pensa sobre como a rotina pode ser ajustada para colocar um curso à distância dentro dela – explica Mára Lúcia.
Para Rodrigo Silveira Pinto, formado em Farmácia presencialmente e com duas especializações à distância, para dar certo o curso deve fazer uma cobrança sistemática aos alunos. Dessa forma, é mais tranquilo se organizar.
– Os cursos que pedem atividades sistemáticas são melhores, porque o estudante fica mais próximo do processo. O bom é quando o conteúdo é liberado aos poucos e as atividades são cobradas semanalmente – opina Pinto.
Nascido em Ouro Branco (MG) e atualmente morando em Porto Alegre, a distância dos grandes centros foi o que levou Rodrigo a fazer três cursos EAD, duas especializações e um aprimoramento. De sua experiência com aulas à distância, o estudante, agora mestrando da UFRGS, conta que a dinâmica de um dos cursos que fez não funcionou: o professor repassou todo o material de uma vez só e requisitou um trabalho que deveria ser entregue no final do ano.
– Eu não me organizei. Esse esquema não dá certo para nós, brasileiros, porque acabamos deixando tudo para a última hora – conta ele.
Quem pode auxiliar na organização do aluno é o tutor, aquele que faz o meio de campo entre o estudante e o professor e pode até ajudar na motivação. Ricardo Nascimento já desempenhou esse papel em dois cursos vinculados à Universidade Aberta do Brasil – sistema integrado por universidades públicas e coordenado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Preparando-se para atuar como tutor novamente no segundo semestre deste ano, Nascimento conta que uma de suas funções é ensinar o estudante a ser um aluno à distância.
Ele está sempre atento ao desempenho de cada membro da turma, verificando se todos cumpriram as tarefas. Quando percebe que alguém está com alguma dificuldade, conversa com o professor e vê o que pode ser feito. É um trabalho em equipe.
– É importante que o estudante que quer fazer um curso à distância saiba que não se trata de uma opção mais fácil. Um curso EAD também tem prazos que devem ser cumpridos – salienta Nascimento.
A doutora em Educação Débora Conforto já atuou como tutora e professora em cursos EAD e atualmente é conteudista do curso de Formação de Professores em Tecnologia da Informação e Comunicação Acessíveis, ligado ao Ministério da Educação e operacionalizado pela UFRGS. Para ela, o tempo de estudo do aluno não pode ser engessado pelo professor, mas deve ser organizado pelo estudante.
– O curso não deve ser tarefeiro. A qualidade deve ser prioridade, não a quantidade. Isso também facilita a organização e a dedicação do estudante. O tempo dedicado ao EAD não pode se assemelhar, ficar engessado como o de um curso presencial – opina Débora.
Como forma de organização, ela sugere também uma tabela, onde todas as atividades do aluno recebem prioridades. Assim, ele consegue ajustar a sua rotina para que possa se dedicar ao curso:
– O aluno deve saber que existem atividades profissionais – sim, porque a grande maioria dos alunos de EAD trabalha –, atividades pessoais e atividades de estudo. É preciso colocar prioridades nessas atividades e abrir espaço para um curso EAD.
VOCÊ DEVE |
- Organizar a agenda |
- Ler, ler tudo, ler até o fim |
- Fazer uma leitura concentrada |
- Reservar um tempo para estudar |
- Acessar regularmente o ambiente virtual de estudo |
- Participar de atividades como fóruns de forma regular |
- Criar atividades que proporcionem vínculo entre os alunos, como trabalhos em grupo |
O BOM USO DO CHAT |
A secretária de Educação à Distância da UFRGS, Mara Lúcia Fernandes Carneiro, acredita que o chat pode ser uma boa ferramenta de EAD. As dicas são: |
- Combinar previamente uma pauta, com um texto de referência definido e questões para discussão pré-estabelecidas |
- Reservar os primeiros 10 minutos para a entrada dos participantes, para as saudações e os comentários |
- Os 20 minutos seguintes devem ser destinados para a discussão das questões que foram pré-estabelecidas |
- Os 10 minutos finais servem para a conclusão da discussão e o fechamento |
- Professor e tutor devem moderar a discussão |
- O chat deve ficar gravado |
- O professor ainda pode editar e fazer comentários mais longos sobre as questões no arquivo final, que ficará à disposição dos alunos para futura pesquisa |
O boom ainda vai chegar
O SENSO DE ORGANIZAÇÃO, A PROATIVIDADE E O MANEJO DO TEMPO SÃO CARACTERÍSTICAS DOS PROFISSIONAIS FORMADOS EM CURSOS EAD E QUE CHEGAM AO MERCADO
Ainda resta um bom caminho a ser percorrido, mas o mercado de trabalho já começou a diminuir a cara feia para aqueles que fazem parte de sua formação à distância. Segundo Flávia Lemos Pereira, diretora de Sistema de Remuneração da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional do Rio Grande do Sul (ABRH-RS), esses profissionais já estão sendo bem aceitos por empresas modernas, geralmente ligadas à tecnologia.
– É só questão de tempo até vermos no mercado muitos profissionais formados à distância – diz ela.
Em sua experiência no recrutamento de pessoas, Flávia nunca viu uma empresa que tenha feito restrições a candidatos com formação EAD.
– O que muda é a credibilidade da instituição. Isso pesa muito mais do que a modalidade de ensino – constata Flávia.
Sobre o que diferencia um candidato formado presencialmente e outro que tenha feito a graduação à distância, Flávia sugere as competências. Ou seja, existem vagas que se encaixam melhor para um ou outro profissional, tendo em vista as competências técnicas específicas aprendidas. Como exemplo das capacidades geralmente melhor desenvolvidas por aqueles com formação EAD, Flávia cita a capacidade de planejamento, o senso de organização, a proatividade e o manejo do tempo.
– A chegada dessas pessoas ao mercado está começando a acontecer. Como os cursos são recentes, o boom ainda não aconteceu.
Coordenadora-geral de Regulação da Educação Superior à Distância do Ministério da Educação (MEC), Cleunice Rehem, faz coro com Flávia. Ela destaca que o estudante à distância tem características que o mercado busca: facilidade em manter o foco, gosto pela leitura e autonomia.
Luís Testa, diretor de marketing da empresa de recrutamento online Catho, chama a atenção para uma questão: as empresas que deixam de lado os currículos de candidatos formados à distância podem estar perdendo bons profissionais.
– São pessoas que tiveram a iniciativa de buscar se diferenciar por meio da modalidade com maior aderência a sua situação – salienta ele, enfatizando que a iniciativa desses profissionais de ir atrás de uma formação deve ser valorizada.
FICA A DICA |
Não há nada escrito em um diploma que diga se a formação foi presencial ou EAD, mas os entrevistadores costumam perguntar. Por isso, esteja preparado para responder a todas as questões sobre seu curso e falar sobre a seriedade da instituição |
Multimídia
À DISTÂNCIA TAMBÉM NO PRESENCIAL
NO FUTURO, ATÉ MESMO OS CURSOS TRADICIONAIS OFERECERÃO DISCIPLINAS NA MODALIDADE EAD, ACREDITAM ESPECIALISTAS
A secretária de Educação à Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mára Lúcia Fernandes Carneiro, concorda com Franco e aponta para um futuro em que qualquer graduação poderá ter disciplinas à distância.
– Acredito que, ao longo do tempo, não se faça mais diferença entre presencial e à distância. Os cursos oferecerão as disciplinas conforme as possibilidades de adequação de seus conteúdos a uma modalidade ou outra. Na UFRGS, por exemplo, qualquer disciplina que envolva o uso das tecnologias e desenvolva mais do que 20% de sua carga horária com atividades online é considerada disciplina à distância, pois não utilizamos a nomenclatura semipresencial – conta Mára Lúcia.
Um dos ganhos de um curso híbrido seria, segundo ela, o de desenvolver um maior número de competências no aluno.
– Um estudante que vivencia atividades à distância certamente se torna mais autônomo e organizado, aprende a trabalhar de forma mais colaborativa, acredita na busca constante pelo conhecimento e, assim, amplia sua experiência nos cursos presenciais – pondera ela.
Doutora em Educação, Débora Conforto relata que busca utilizar os recursos da educação à distância até nas disciplinas presenciais que ministra:
– Uso muito os recursos da EAD e, mesmo em disciplinas presencias, busco nos recursos da modalidade à distância a ampliação dos tempos e espaços de aprendizagem. A EAD, quando bem trabalhada, qualifica o processo de ensino-aprendizagem no formato presencial.
Para a professora, o caminho para uma maior abrangência da educação à distância é positivo e sem volta. Na opinião de Débora, a necessidade da formação continuada para todas as carreiras profissionais tem na formação à distância uma real possibilidade de concretização.
– A presença da EAD é uma realidade educacional em forte processo de expansão – salienta.
Além disso, outro ponto positivo levantado por Débora é a não homogeneização do aprendizado:
– A modalidade EAD permite a concretização de um dos conceitos centrais no pensar de Paulo Freire, o inédito-viável, por romper com a homogeneidade que caracteriza o ensino presencial, em que todos fazem o mesmo ao mesmo tempo. Ao minimizar as limitações de tempo e de espaço do ensino presencial, a EAD permite superar histórias de fracasso escolar ao disponibilizar novos e diferenciados tempos e espaços para o aprender.
COMPETÊNCIAS |
Um curso à distância desenvolve no aluno características específicas, que ajudam na formação geral do estudante. |
- Maior capacidade de otimização do tempo |
- Responsabilidade no processo de aprendizagem |
- Familiaridade com os recursos tecnológicos |
Carreira planejada
Alessandro Valério Dias, 39 anos, é uma daquelas pessoas que planejam sua formação pensando longe, na carreira que querem ter. Com duas graduações presenciais no currículo – Ciências da Computação e Psicologia –, ele pensou em uma forma de unir as duas áreas: fez uma especialização em Informática na Educação à Distância, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). E a modalidade do curso não poderia ser outra: à distância.
– Meu trabalho de conclusão reuniu a psicologia, a informática e a EAD: “Avaliação de Aspectos Emocionais e Qualidade de Vida de Usuários de Ambientes de Aprendizagem à Distância” – conta Dias.
Além disso, para aperfeiçoar ainda mais o currículo, ele fez um curso de extensão em Capacitação de Professores em EAD.
– A educação à distância é uma outra maneira de olhar para a educação. É uma oportunidade de as pessoas se capacitarem – defende ele.
Hoje, Dias é professor no Ensino Superior, nas Faculdades QI, em disciplinas presenciais e também na modalidade EAD.
– Eu posso dar dicas para os meus alunos justamente porque já estive na posição deles, já fui estudante à distância.
Dias conta que não encontrou nenhum preconceito ao procurar uma colocação como professor, muito pelo contrário. O empregador se interessou justamente por ele ter em sua formação cursos à distância.
– Pela minha experiência pessoal, eu tinha mais o que dar aos meus futuros alunos.
Online desde cedo
A professora e doutora em Educação Débora Conforto defende que os elementos do ensino à distância sejam passados para os estudantes desde o Ensino Fundamental. Ao aproximar as crianças da metodologia e dos recursos da EAD se estará estabelecendo condições para colocar em prática o modelo de educação do futuro. E a tecnologia tem sido uma grande parceira – computadores com valores acessíveis e redes de transmissão de dados mais eficientes impõem um novo momento para a tecnologia na escola.
– A estrutura engessada da sala de aula começa a ser suavizada, dando sentido e significado para a plataforma de EAD antes mesmo do ingresso do estudante na universidade. A sala de aula conquista uma interface digital, permitindo de forma mais efetiva a exploração de múltiplas linguagens – texto, imagem, áudio, vídeo, simulação –, com o diferencial de respeitar o ritmo e o estilo de aprendizagem de cada estudante – salienta Débora.
Ela acredita que um estudante que vivenciou a metodologia e os recursos da EAD chega à universidade com uma fluência digital diferenciada, tendo desenvolvido corresponsabilidade pelo processo de aprendizagem.