Problemas e soluções
Criar problemas para vender soluções
Noam Chomsky incomoda muita gente.
Segundo ele, existem estratégias de manipulação aplicadas por toda parte com ajuda da mídia.
Um delas é “CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES. Este método também é chamado ‘problema-reação-solução’. Cria-se um problema, uma ‘situação’ prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos”.
O governo gaúcho estaria usando essa estratégia?
A crise é braba. O governo parcelou o pagamento do funcionalismo.
Consta que, no próximo mês, pagará apenas R$ 500.
A oposição ofereceu o aumento imediato do uso dos chamados depósitos judiciais.
O governo quer, mas não antes de aprovar o seu pacote estrutural, inclusive com aumento de impostos.
Será que tem medo de ficar sem o problema para poder vender a sua solução?
http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=7509
De quem é a tal agenda 20/20 que diminui o Estado?
Ao que tudo indica, o Rio Grande do Sul quer implantar uma tal Agenda 20/20.
Em que consiste? Estado mínimo.
É um novo nome para o velho neoliberalismo.
É verdade que dá para enxugar o Estado. Mas a agenda 20/20 não está preocupada com auxílio-moradia para desembargadores nem com supersalários para alguns nababos do serviço público. A ideia é diminuir os “privilégios” da plebe.
Salários acima do teto sempre escapam.
Liguei para muita gente. Perguntei a todos a mesma coisa: quem inventou a agenda 20/20?
A resposta foi sempre a mesma: Gerdau e RBS.
Aqueles mesmos, embora isso seja pouco noticiado em certos veículos de comunicação, que estão sendo investigados na Operação Zelotes por acordos heterodoxos no (não)pagamento de quantias à Receita Federal.
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Ainda a independência dos poderes.
Na teoria clássica os poderes são independentes e interdependentes.
São independentes nas suas funções precípuas.
O judiciário é independente nas suas atribuições de julgar e aplicar a lei.
Mas quem deve dizer se o judiciário tem direito a auxílio-moradia é o legislativo.
Quem deve dizer quando deve ganhar um magistrado é o legislativo.
Quem deve dizer o que fazer com juros de depósitos judiciais é também o legislativo.
O legislativo é poder eleito e criador das regras do jogo.
O judiciário é independente para aplicar ao legislativo a regra criada pelo legislativo.
Em outras palavra, tudo emana do povo por meio do legislativo.
http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=7471