Problemas da educação no RS
Queda de investimento e os problemas da educação no Rio Grande do Sul
Secretaria destaca esforços do governo para investir
Por meio de sua assessoria, a secretária-adjunta de Educação do Rio Grande do Sul, Iara Wortmann, disse que, nos últimos dois resultados do Ideb, o Estado foi um dos que apresentou pequena melhora. Ela admite que, de fato, os números não são bons para o Ensino Médio, mas que é importante destacar que há uma diferença pequena entre os estados. “Nenhum Estado conseguiu apresentar indicadores em um patamar razoável, o que é muito preocupante.”
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O baixo crescimento dos investimentos, informou, não envolve apenas a educação, mas a crise econômica como um todo, sendo difícil estabelecer comparação com outros estados. Segundo ela, não faltaram esforços do governo para investir. Nos últimos anos, foram feitas operações de crédito externas, via Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) do Banco Mundial, para ações de modernização tecnológica e qualificação da infraestrutura das escolas. “No atual governo, foram destinados cerca de R$ 188 milhões provenientes do Banco Mundial.”
A Secretaria também diz que o gasto do Rio Grande do Sul com educação é “bem maior” do que o levantado pelo estudo. “Em 2016, a média foi de R$ 8.953,22 por aluno. A principal diferença é que os dados do estudo não contabilizam as despesas com inativos e a complementação financeira ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), também pagas pelo Estado”, comunicou a assessoria. Conforme a Pasta, ao longo dos anos, o Estado tem tentado aumentar estes recursos, tendo consciência de que a qualidade do ensino vai além da verba gasta.
Quem vive da educação no Estado diz que tem sentido, ano após ano, a queda de investimentos. “A gente atribui também a queda dos nossos alunos no conhecimento ao que se vive aqui e que não se está vivendo nos outros estados”, afirma a presidente do Cpers-Sindicato, Helenir Schürer, sobre a questão do parcelamento dos salários dos professores.
Segundo ela, é comum entre os professores a instabilidade emocional por não estarem recebendo o que é de direito e há muitos casos de profissionais que pedem dinheiro emprestado e acumulam dívidas devido ao problema. “Isso tudo tem gerado um desgaste emocional fortíssimo dentro da nossa categoria e não se pode pedir para um servidor que tem sua vida financeira toda organizada o mesmo desempenho de professores como nós aqui do Rio Grande do Sul, que é uma desorganização total”, explica. Além disso, comenta que simplesmente não há diálogo entre o Estado e as escolas. O Executivo, segundo ela, não escuda as necessidades dos professores e decide investir sem nunca consultar a categoria. Para Helenir, a peça fundamental para a mudança é a valorização profissional.