Primeira parcela de R$ 650,00

Primeira parcela de R$ 650,00

Servidores estaduais vão receber R$ 650 em primeira parcela do salário de julho

Anúncio foi feito pelo secretário da Fazenda, Giovani Feltes, durante entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, e se restringe a funcionários do Poder Executivo

Por: Felipe Daroit      28/07/2016

Com dificuldades financeiras, o governo estadual anunciou, nesta quinta-feira, que a primeira parcela do salário de julho dos servidores do Poder Executivo — a ser depositada na sexta-feira — deverá ser de apenas R$ 650.

É o oitavo parcelamento dos salários em 19 meses de governo de José Ivo Sartori — e o sexto consecutivo. Além disso, é a segunda menor parcela paga desde que começaram os atrasos. Em agosto de 2015, o funcionalismo recebeu apenas R$ 600.

Segundo o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, a medida é necessária em função da crise. No cenário mais otimista, o Estado ainda espera fazer mais dois pagamentos até o fim desta sexta-feira, totalizando R$ 980, embora até agora isso não esteja garantido.

— É angustiante para eles (os servidores) e para nós — disse Feltes.

Feltes lamentou a decisão, ocasionada pela falta de recursos em caixaFoto: Felipe Daroit

O secretário citou como agravantes a queda de 47% nos repasses federais em comparação com junho e também a necessidade de pagar uma parcela de R$ 40 milhões da dívida externa. 

Além disso, o Executivo pretendia usar parte do dinheiro dos outros poderes para elevar o valor da primeira parcela, mas precisou liberar R$ 45 milhões para que Judiciário, Ministério Público, Assembleia Legislativa, Defensoria Pública e Tribunal de Contas pagassem parte do reajuste de seus servidores.

Em função da falta de recursos, a perspectiva da Fazenda é de que a totalidade dos contracheques só será quitada no dia 19 — no mês passado, isso ocorreu no dia 12.

Confira abaixo a nota oficial em que o governo do Estado confirma o parcelamento:

O governo do Estado divulgou, nesta quinta-feira (28), o calendário de pagamento da folha salarial dos servidores vinculados ao Poder Executivo referente ao mês de julho. Uma combinação de fatores acentuou os problemas financeiros nos últimos 30 dias, a começar pela queda na arrecadação ao redor de R$ 109 milhões, a impossibilidade de socorrer-se do saldo dos depósitos judiciais como nas outras vezes, contas pendentes de meses anteriores e o crescimento das despesas de custeio. Contando com pouco mais de R$ 232 milhões em caixa, a Secretaria da Fazenda terá condições de creditar R$ 650,00 líquidos para cada um dos 343 mil vínculos. A expectativa é complementar as demais faixas do salário até o próximo dia 19 de agosto, mas não está descartada a possibilidade de novos créditos ainda nesta sexta-feira (29). 

A receita líquida fechou julho em R$ 2,14 bilhões, ao passo que o mês passado havia registrado R$ 2,25 bilhões. Apenas nos repasses federais, o tombo foi de 46% na comparação ao período anterior. A queda do FPE (Fundo de Participação dos Estados) foi de quase R$ 41 milhões e das compensações da Lei Kandir chegou a R$ 43 milhões. Outras fontes de arrecadação, como os recursos vinculados ao Fundeb e o próprio IPVA, igualmente tiveram queda de um mês para o outro. O único item que teve desempenho positivo foi o ICMS: saltou de 1,40 bilhão em junho, para R$ 1,50 bilhão neste mês. 

O crescimento líquido em R$ 109 milhões do principal imposto estadual, no entanto, foi insuficiente para fazer frente ao volume das despesas que ficaram pendentes e que vêm se acumulando. Agora em julho, o Tesouro precisou dispor de R$ 292,1 milhões para quitar a folha de junho e R$ 45 milhões para o pagamento da parcela semestral da dívida externa. Outros R$ 45,1 milhões foram repassados para o pagamento de parte do reajuste retroativo dos salários dos servidores dos outros Poderes e órgão de Estado. 

Outros fatores igualmente agravaram o fluxo financeiro neste mês. O principal deles está no saldo disponível nos depósitos judiciais. Na virada do mês passado, a Fazenda recorreu a R$ 105 milhões de um saldo de R$ 202 milhões para pagar as primeiras parcelas do salário. Mas agora a margem para saque ficou em R$ 50 milhões, pois o saldo é considerado como limite mínimo para garantir o pagamento das decisões judiciais. 

Diante deste cenário, a falta de recursos em caixa está calculada em R$ 764 milhões no último dia útil do mês, o que impossibilitada pagar o valor líquido dos salários da administração direta, que chegou a R$ 996 milhões. A folha completa do Poder Executivo fechou o mês em R$ 1,424 bilhão, considerando também os vencimentos das fundações e autarquias, assim como os compromissos do Tesouro com as consignações e os tributos sobre a folha.

 

http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/politica/noticia/2016/07/servidores-estaduais-vao-receber-r-650-em-primeira-parcela-do-salario-de-julho-6945795.html 




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