Pressão contra pacote

Pressão contra pacote

Servidores pressionam contra pacote de ajuste

Pauta de reivindicações foi entregue por lideranças sindicais que prometem peregrinar por gabinetes dos deputados

Fernanda Nascimento

JONATHAN HECKLER/JC

Categorias lotaram galerias do plenário da Assembleia Legislativa para protestar contra medidas
Categorias lotaram galerias do plenário da Assembleia Legislativa para protestar contra medidas

Os servidores públicos estaduais lotaram as galerias da Assembleia Legislativa, ontem, durante o protesto contra o governo de José Ivo Sartori (PMDB). Integrantes de diversas categorias do funcionalismo - em especial, da Polícia Civil e do magistério - pressionaram deputados para que o Parlamento não aprove os projetos que preveem a extinção de fundações, a mudança na incorporação de funções gratificadas, entre outras matérias que afetam os servidores. A pauta de reivindicações foi entregue por lideranças do movimento, que prometem peregrinar gabinetes em busca de apoio.

A pressão sob os parlamentares se iniciou por volta das 16h, com a chegada dos manifestantes, que haviam realizado uma assembleia geral no largo Glênio Peres. Durante alguns minutos, houve um descompasso entre o que acontecia em frente à Assembleia Legislativa e o plenário: do lado de fora, cerca de 30 mil pessoas criticavam o governo Sartori, e dentro do plenário, poucas manifestações sobre o tema, com galerias praticamente vazias. Quando o acesso foi liberado, os servidores rapidamente ocuparam o plenário e começaram a pedir ao governador que "pague o meu salário" - em uma alusão ao parcelamento dos vencimentos, realizado no começo do mês. "O povo, na rua, Sartori a culpa é tua", bradavam.

Apesar de 49 dos 55 deputados estarem presentes na sessão legislativa, somente integrantes da oposição utilizaram a tribuna para discursar. Com o clima acirrado, integrantes da base preferiram não se pronunciar, e houve quem sugerisse a retirada do quórum. Na pauta do dia, a apreciação do projeto que autoriza a contratação emergencial, de um ano, para a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) foi utilizada para criticar o governo. "Milhares de concursados não foram nomeados pelo governador, e estamos votando um projeto para realizar contratações emergenciais", criticou Pedro Ruas (P-Sol).

Apesar de votarem favoráveis à matéria, os integrantes do PT criticaram o encaminhamento dado ao governo do Estado em relação ao funcionalismo público. "É preciso valorizar a Metroplan, assim como a Fundação Zoobotânica e a Fundergs, que o governo quer extinguir. Não é atacando o salário dos servidores que o governo vai enfrentar a crise. Que o Executivo encaminhe projetos que valorizem e construam o Estado", afirmou Nelsinho Metalúrgico (PT). Juliano Roso (PCdoB) fez um apelo: "governador, tenha humildade e grandeza de retirar esse pacote de projetos". Além de pressionar os parlamentares, os servidores entregaram a pauta de reivindicações do movimento ao presidente em exercício da Assembleia, deputado Ronaldo Santini (PTB). Conforme o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Rio Grande do Sul (Amapergs), Flávio Berneira, os funcionários querem espaço para debater as propostas. "Estamos pedindo que os deputados não apreciem nenhuma proposta e, se apreciarem, que rejeitem. O governo encaminhou os projetos sem discutir conosco, e precisamos demonstrar o prejuízo, sem precedentes, aos servidores."

 

http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=205490




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