Pré-sal menos brasileiro
Pré-sal na mão de estrangeiros custará caro para o bolso da população, diz FUP
José Eduardo Bernardes Do Brasil de Fato
Os leilões de campos de exploração de petróleo do pré-sal custarão caro para o bolso da população brasileira. A avaliação é de João Antonio de Moraes, diretor a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
“Esse leilão significa que o brasileiro vai pagar mais caro na gasolina, vai pagar mais caro no gás de cozinha, vai pagar mais caro nos produtos plásticos que ele consume no dia a dia, vai pagar mais caro no ônibus. Porque ao entrarem empresas estrangeiras, elas trabalham com um custo mais alto e quem vai pagar esse custo mais alto é o cidadão comum”, disse.
Nesta sexta-feira (27), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), finalizou algumas rodadas dos leilões. Dos quatro campos oferecidos na 2ª rodada, o Sudoeste de Tartaruga Verde, na bacia de Campos, no Rio de Janeiro, não foi arrematado. Na 3ª rodada, entre os quatro campos disponíveis, o de Pau Brasil não obteve nenhum lance.
A holandesa Shell, a francesa Total, a norueguesa Statoil, a portuguesa Petrogal, a estadunidense Exxon, a chinesa CNPC, a britânica British Petroleum e a Qatar Petroleum, do Quatar, foram algumas das vencedoras das três áreas leiloadas por estrangeiras, muitas delas por meio de consórcios.
Com a nova rodada de leilões, Moraes também explica que, além do alto custo, a indústria nacional e o trabalhador brasileiro sofrerão com falta de empregos. “As empresas estrangeiras vão contratar bens e serviços nas suas nações de origem. Então significa que o pequeno e médio empresário brasileiro, vai ter menos serviços a prestar, porque ao invés de contratarem aqui, vão contratar fora e o trabalhador brasileiro não vai ter emprego”, pontuou.
Ao todo, a ANP arrecadou R$ 6,15 bilhões no leilão, montante abaixo dos R$ 7,75 bilhões esperados. O baixo valor pedido pelo governo golpista de Michel Temer foi, inclusive, o motivo de uma ação impetrada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Manaus (AM), acatada na noite de quinta-feira (26) pela 3ª Vara Federal Cível da Justiça Federal do Amazonas, que suspendeu o leilão.
No entanto, na manhã desta sexta, o Tribunal Regional Federal da 1ª região, derrubou a liminar, dando aval para o prosseguimento do leilão.