Paulo Freire segue Patrono

Paulo Freire segue Patrono

Paulo Freire segue como patrono da educação

Sugestão Legislativa movida pelo Escola Sem Partido foi rejeitada no Senado

CAROL SCORCE          14 de dezembro de 2017

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal rejeitou na manhã desta quinta-feira 14 a Sugestão Legislativa que pretendia retirar do educador recifense Paulo Freire o título de patrono da educação brasileira.

O pedido para arquivar o projeto foi feito pela senadora do Rio Grande do Norte Fátima Bezerra. Junto da senadora durante a sessão estava Daniel Cara, como representante do Coletivo Paulo Freire por uma Educação Democrática, principal articulador na campanha pela manutenção do nome de Freire.

Lei mais: Proposta quer retirar o título de patrono da educação de Paulo Freire

As Sugestões Legislativas surgem a partir de petições públicas informais, e devem ter no mínimo 20 mil assinaturas para serem acolhidas pelo Senado. O abaixo-assinado foi redigido por uma estudante de direito e membro do Escola Sem Partido, e teve amplo apoio do Movimento Brasil Livre. Se validada, ganha a força de um Projeto de Lei.

A ofensiva contra o nome e o legado de Paulo Freire provocou intensa reação na sociedade. O Coletivo lançou um manifesto pela manutenção do título ao educador, com aderência de milhares de educadores, pesquisadores, políticos, filósofos e sociedade em geral. A partir do manifesto outras ações foram articuladas, e contribuíam para que a intenção do projeto ultraconservador fosse rejeitada. Cara avaliou como “vitória a decisão da Comissão de Direitos Humanos contra o Escola Sem Partido e o obscurantismo.”

Ao final da sessão, a senadora afirmou que “só alguém que desconhece a grandiosidade da vida e da obra de Paulo freire na luta pela educação no Brasil e no mundo pode representar um recurso de maneira estupida como esse.”

Legado

Paulo Freire é um educador internacionalmente reconhecido, sendo um dos mais proeminentes nomes da Pedagogia e das Ciências Humanas. Foi laureado com 41 títulos de doutor honoris causa por universidades distribuídas por todo o mundo e intitulado professor emérito de cinco universidades, incluindo a Universidade de São Paulo (USP).

Também foi agraciado com títulos conferidos pela comunidade internacional, como o prêmio da Unesco de Educação para a Paz, em 1986. Secretário municipal de Educação entre 1989 e 1991, é ainda hoje considerado o melhor gestor educacional da história paulistana, aclamado presidente de honra da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

“Pedagogia do Oprimido” (1968), considerada sua obra-prima, é a terceira mais citada em toda a literatura das ciências humanas, segundo pesquisa realizada por Elliott Green, professor associado à London School of Economics.

 

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