O futuro da educação
“O homem só se torna homem pela Educação” (Immanuel Kant)
05 Julho 2018
Um dos painéis mais aguardados em termos de público e, principalmente de professores, no Conexidades, foi o da Educação sob a inspiração do desembargador José Renato Nalini, autor da frase que viralizou, virou artigo e seminário da Uvesp. “Só a Educação Salva”. Em Ubatuba, sede do evento, as poltronas tomadas e a atenção dos participantes, abrem um horizonte de esperança e a expectativa de que agentes públicos, assentados nos municípios, façam do seu discurso, a enfática defesa da Educação, em todos os níveis.
É preciso reconhecer que milhares de pessoas bem intencionadas trabalham em prol de uma educação de qualidade no Brasil e conseguem muitos avanços, haja vista a direção imposta pelo desembargador Nalini na Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Exemplar, em todos os aspectos, principalmente na inovação. Todavia, com todo esse empenho do grande mestre do Direito e da Educação, falta-nos uma política educacional ampla e compromissada com o futuro. O que coloca-nos, José Renato Nalini, é que a educação não é um assunto de governo e nem troca de apoio.
É um assunto de Estado. E, como tal, é responsabilidade dos governos, dos professores e das famílias. Se a qualidade da educação está fortemente ligada à qualidade da formação dos professores, também a sociedade tem fatia importante de responsabilidade. Cabe aos governos modernizar os currículos, dando-lhes subsídios para aprimorar os métodos. Assim, os que ingressarem no mercado, certamente o farão com mais competência. Os números não são de comemorar. O Programa Internacional da Avaliação da Educação (Pisa) nos coloca em 53º lugar entre 65 países por ele avaliados.
Mais de 700 mil crianças fora da escola. Onze milhões de analfabetos. Avaliação de leitura dos nossos estudantes é de 407 pontos, bem inferior à média, que é de 493 pontos. O ponto crucial da educação brasileira, especialmente a básica é a baixa qualidade que provoca repetência e evasão considerável. Por outro lado, a meta de alfabetizar todas as crianças até 8 anos, está longe de ser atingida.
Como jornalista que acompanhou a atenção do Secretário José Renato Nalini, na Educação paulista, e como mãe de aluno de ensino fundamental, eu posso afirmar que ele dedicou tempo integral na inovação e no diálogo com o corpo docente, todavia, no Brasil ainda há muito a ser percorrido nessa empreitada. Para os municípios, os quais tenho percorrido constantemente por fôrça de minha atividade, entendo que precisa ser feito ainda mais para democratizarmos a educação de qualidade.
Dois focos merecem a atenção de prefeitos e vereadores:
1) na formação dos novos professores que atuarão nas escolas;
2) mais investimento na requalificação dos atuais profissionais.
Dizem os estudiosos que existem dois futuros: um é o chamado futuro do destino, onde as coisas acontecem dentro de um processo natural: outro é o futuro do desejo, decorrente das ações efetivas que exercemos. Como proposta e seguidora do Dr Nalini, espero que possamos ser parte integrante desse último que faz acontecer as transformações.
Silvia Melo
Jornalista, diretora de comunicação da Uvesp, editora do Jornal do Interior e diretora da WLS Produções e Eventos