O abismo social e a violência
O ABISMO SOCIAL É A MAIS IMPORTANTE CAUSA DA VIOLÊNCIA NO BRASIL E NO RJ
Assim o governo ilegítimo de Michel Temer resolveu pôr os militares para protagonizar e participar do processo político, muitos especialistas passaram a discutir o tema da violência no Rio de Janeiro. Tem fácil nos programas com profundidade de um pires, da Globo News e seus “especialistas” que, normalmente, são de áreas alheias às ciências sociais e humanas, foram categóricos em afirmar que o longo processo de crescimento do país não diminuiu a violência, como forma de justificar o “tudo ou nada” de Temer, com a intervenção militar no Rio. Os números mostram o contrário, inclusive, os estudos da desigualdade também mostram o inverso. Veja:
Note a comparação dos dois gráficos, justamente o período de maior crescimento do estado, que coincide com a valorização do petróleo no mercado internacional. Para corroborar, há o estudo de Stanford, Walter Scheidel, que aponta que esse período foi o único na história humana, em que se conseguiu a redução da desigualdade de em tempos de paz, o único lugar do mundo onde se conseguiu esse processo, foi na América do Sul, com os governos Lula e Dilma (Veja a matéria: DESIGUALDADE SÓ É REDUZIDA COM CONFLITOS E VIOLÊNCIA: É o que aponta estudo de Stanford.) . Daí, que os números históricos da violência diminuíram, não por repressão ou crescimento econômico mas, pela redução da desigualdade. Veja:
O período de redução da violência coincide com o enriquecimento do estado do Rio de Janeiro e com a redução de desigualdade. A tese da desigualdade como forma primária da violência explica como Cuba, por exemplo, consegue ter índices de violência inferiores aos da Europa, com a polícia completamente desarmada. Na ilha socialista, a desigualdade é mínima e os anseios sociais são completamente atendidos pelo estado cubano, mesmo que se trate da segunda nação mais pobre da América Latina. Explica, também, como os EUA permanecem como a nação mais violenta dentre os países desenvolvidos. Por lá, a desigualdade é aprofundada e mesmo que os mais pobres tenham acesso ao consumo de bens, como carros, TVs e computadores, são excluídos de necessidades básicas como educação, saúde e alimentação.
A redução da desigualdade ampliou o número de pessoas que se sentiram parte da sociedade mas, não somente a capacidade de compra ou consumo. Então, o que esteve no cerne da redução da criminalidade no Rio de Janeiro, de 2000 a 2015, foi a redução lenta mas, progressiva da desigualdade e não a capacidade consumo. Foi essa desigualdade e esse abismo social que se acentuou, como forma de criar todo o clima de crise econômica para consumar o golpe de 2016. A crise criada, por sua vez, não atingiu de forma contundente as classes A e B mas, bateu na cabeça das classes C, D e E, ampliando a desigualdade e recriando a fome no Brasil (Veja a matéria que explica melhor esse fenômeno:
RENDA DE MAIS RICOS SOBE 10,3% EM 2017, DOS MAIS POBRES DESCE -3,15%: Classe média também empobrece.) e aprofundando o abismo social. O resultado foi o forte crescimento da violência em todo o país mas, no Rio de Janeiro, vitrine do país, a situação foi ampliada, já que a cidade foi a mais atingida pela Lava Jato. Não que o Rio seja a cidade mais violenta do país mas, a cidade que a violência mais cresceu em tão pouco tempo.