Notas de Repúdio
Nesta segunda-feira (26), em entrevista a Zero Hora o secretário da Educação, Ronald Krummenauer afirmou que, “se arrepende de não ter fechado mais escolas”. A justificativa que usa é a redução da taxa de natalidade, diminuição do número de matrículas.
O secretário de educação desde 2006 é diretor executivo da Agenda 2020, pensa e age como empresário, não tem a visão pedagógica que alguém que está à frente da Secretaria de Educação precisaria.
O CPERS repudia às declarações do secretário e ressalta que a Educação Pública do Rio Grande do Sul precisa é de investimentos para poder oferecer uma educação de qualidade aos nossos estudantes. Esse déficit de estudantes, deveria ser usado para qualificar a oferta da Educação Pública oferecendo uma educação com mais qualidade para nossos estudantes e não encher mais as salas de aula através das enturmações, prejudicando assim o aprendizado dos estudantes.
O CPERS tem a certeza que o processo de municipalização está ocorrendo em nosso Estado, o governo Sartori quer tirar de sua responsabilidade o Ensino Fundamental no Rio Grande do Sul. Vamos lutar juntos com a comunidade escolar para que isso não aconteça.
Sobre a declaração do secretário de mexer no Plano de Carreira dos educadores, para pagar o Piso Nacional é só mais uma de suas artimanhas para retirar direitos duramente conquistados por professores (as) e funcionários (as) de escola, e não permitiremos.
Seguiremos na luta! Nenhum direito a menos
NOTA PÚBLICA DO CEEd
O Conselho Estadual de Educação contrapõe-se, de modo inexorável, a qualquer intenção de venda do patrimônio do Estado e da sociedade do Rio Grande do Sul, representado pelos prédios e terrenos das escolas públicas.
É inaceitável o argumento superficial que aponta a diminuição de matrículas nas escolas estaduais como motivação para o apequenamento da rede estadual, realizado através do encolhimento de investimentos – considerados custos, que resulta em fechamento de escolas e turmas, congelamento e parcelamento dos salários dos profissionais da educação, ausência de ações efetivas para consolidação da educação pública de qualidade e possibilidade de venda de prédios e terrenos das escolas.
Todas as sociedades que avançaram na qualidade de vida de suas populações, considerando-se centralmente o acesso ao trabalho, a segurança e as condições materiais dignas de vida, trilharam caminhos inversos aos que estão se consolidando em nosso Estado.
A diminuição de matrículas, que reflete o decréscimo nos nascimentos, apresenta-se como oportunidade ímpar para qualificação da oferta da educação pública através de políticas de educação em tempo integral, bem como para mapeamento e busca ativa de milhares de jovens e milhões de adultos que não concluíram o ensino fundamental e médio.
O fechamento de turmas, turnos ou escolas já vem representando o aprofundamento da crise de toda sociedade, pois, os processos educativos podem efetivamente constituir as oportunidades e possibilidades, para que todos, e cada um, possam desenvolver plenamente as capacidades humanas e viver de modo cidadão.
Fora disso a violência social só se aprofundará.
Portanto, é inaceitável que o governo estadual cogite o desmonte do patrimônio educacional construído em décadas, por várias gerações de gaúchas e gaúchos.
Aprovada, por maioria, na Sessão Plenária de 12 de janeiro de 2018.
Domingos Antônio Buffon
Presidente do CEEd/RS