Não confirma pagamento de agosto

Não confirma pagamento de agosto

Governo antecipa quitação de salários atrasados, mas não confirma pagamento de agosto

Para pagar servidores, Sartori decidiu atrasar pagamento da dívida com a União, mesmo correndo o risco de sofrer bloqueios

Por: Débora Ely    11/08/2015

Governo antecipa quitação de salários atrasados, mas não confirma pagamento de agosto Luiz Chaves/Palácio Piratini/Divulgação
Anúncio do pagamento dos salários atrasados nesta terça-feira foi feito pelo governador José Ivo Sartori         Foto: Luiz Chaves / Palácio Piratini/Divulgação

Em entrevista coletiva no Palácio Piratini na manhã desta terça-feira, o governo do Estado não garantiu o pagamento integral dos salários dos servidores em agosto — porém, anunciou a antecipação da quitação dos vencimentos atrasados de julho ao longo do dia mediante "pedalada" de outros compromissos. Entre eles, o repasse correspondente à parcela da dívida com a União.

— Confiamos na possibilidade de termos um bom incremento de receitas, existe a sinalização de transferências federais de recursos e também imaginamos que possamos ter condições um pouco mais satisfatórias para o final do mês e, aí sim, quem sabe em um ambiente um pouco mais favorável, pagaremos nossos servidores. Mas isso haverá de ser definido lá, aos 45 do segundo tempo — apontou o secretário estadual da Fazenda, Giovani Feltes.

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O anúncio da quitação dos salários foi feito pelo governador José Ivo Sartori, seguido por esclarecimentos de Feltes — que respondeu às perguntas da imprensa. Em 31 de julho, o Piratini havia fatiado, por conta da crise financeira, o salário do funcionalismo. Uma parcela de R$ 2.150 foi paga no final do mês, e o restante seria depositado nos dias 13 e 25 de agosto.

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Segundo Sartori, o pagamento dos R$ 360 milhões que faltavam para complementar a folha do funcionalismo começou ainda na noite passada. A integralização dos valores foi possível graças à entrada, no caixa do Estado, de R$ 520 milhões na segunda-feira: R$ 100 milhões do Fundo de Participação dos Estados, R$ 100 milhões do IPI, R$ 252 milhões do ICMS de energia, combustíveis e comunicações e R$ 180 milhões do ICMS de substituição tributária.

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Outro fator que possibilitou o pagamento foi o não bloqueio, pela União, de R$ 280 milhões correspondente à parcela da dívida de julho. Segundo previsto no contrato de renegociação da dívida, o Estado fica sujeito a sanções pelo governo federal por não cumprir o compromisso. Entre elas, o bloqueio de recursos e o não repasse de verbas.

— Isso implica em uma uma ação que permite adiar ainda mais a parcela da dívida com a União, que deveria ter sido paga paga no dia 30. O governo sabe dos riscos e consequências dessa decisão, nesse atraso dos repasses obrigatórios que poderá existir se o governo assim o fizer, em relação ao repasse de recursos para saúde, educação, e também do Fundo de Participação dos Estados — disse o governador.

Feltes garantiu que o Piratini está em contato constante com o Planalto. O governo estadual já teria avisado o federal sobre a escolha de quitação da folha do funcionalismo e, na contrapartida, o adiamento ainda maior do pagamento da parcela da dívida.

— Sabemos que poderão ocorrer outras situações, na medida que outros repasses, tanto a credores ou aqueles que o Estado deve pagar, no caso, municípios, casas hospitalares e tantos outros credores que prestam serviços, todos esses não vão receber — confirmou Sartori.

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A decisão política de cumprir na integralidade o compromisso com o funcionalismo deve impactar, também, outros setores — que não foram detalhados pelo governo. O secretário da Fazenda aposta que recursos advindos do ICMS a serem pagos nos próximos dias possam garantir o repasse de verbas aos municípios e a setores como educação e, em especial, saúde:

— Estamos na expectativa que as receitas se comportem adequadamente neste mês de agosto para podermos garantir esses repasses.

Na quarta-feira, Sartori cumprirá agenda em Brasília — na pauta, a crise financeira. O governador deverá se reunir com membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Senado, mas o roteiro ainda está sendo definido. No anúncio desta terça-feira, o Piratini também deixou claro: novas medidas de contenção virão.

* Zero Hora




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