MEC libera EAD
Aulas do ensino básico poderão ser dadas na modalidade à distância. O presidente Michel Temer, em decreto assinado em conjunto com o ministro da Educação, Mendonça Filho, autorizou que a educação profissional e técnica de nível médio, educação de jovens e adultos (EJA) e educação especial sejam feitas a distância. O decreto foi publicado hoje (26) no Diário Oficial da União.
As medidas do Decreto 9.057/2017 vão afetar toda a educação básica e o ensino superior, incluindo cursos superiores de graduação e pós-graduação.
O governo federal diz que seguiu a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) para regulamentar a oferta de EaD durante as etapas da educação básica.
A primeira regulamentação é para o ensino fundamental, que já teve sua base nacional enviada para aprovação do Conselho Nacional de Educação. Para essa etapa da formação, o decreto aponta situações em que a modalidade EaD é petmitida para estudantes que:
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estejam impedidos, por motivo de saúde, de acompanhar o ensino presencial;
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se encontram no exterior;
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vivam em localidades que não possuam rede regular de atendimento presencial;
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são transferidos compulsoriamente para regiões de difícil acesso (incluídas as missões localizadas em regiões de fronteira);
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estejam privados de liberdade;
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ou estejam matriculados nas séries finais do ensino fundamental regular e privados da oferta de disciplinas obrigatórias do currículo escolar
O MEC não detalhou em quais condições o EaD poderá ser aplicado no ensino médio e para a educação profissional técnica de nível médio.
"As mudanças devem atender ao Novo Ensino Médio e ainda terão seus critérios definidos pelo MEC em conjunto com sistemas de ensino, Conselho Nacional de Educação (CNE), conselhos estaduais e distrital de educação e secretarias de educação estaduais e distrital, para aprovação de instituições que desejam ofertar educação a distância", informou o MEC em nota.
No Ensino Superior as principais mudanças são:
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Instituições de Ensino Superior (IES) podem criar polos sem a exigência de vistoria do MEC
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Curso a distância poderá ser oferecido mesmo se a IES não tiver curso presencial equivalente
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Permite cursos a distância para educação básica (fundamental, médio e profissional) em situações especiais
De acordo com o MEC, a meta é ampliar a oferta de ensino superior no país para atingir a Meta 12 do Plano Nacional de Educação (PNE), que exige elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida em 33% da população de 18 e 24 anos.
No caso dos novos polo EaD, as IES deverão informá-los ao MEC, respeitados os limites quantitativos definidos pelo ministério com base em avaliações institucionais baseadas na qualidade e infraestrutura.
Em nota, o ministro da Educação, Mendonça Filho, justifica a atualização da legislação ao comparar o percentual de jovens entre 18 e 24 anos matriculados no ensino superior em diferentes países. Enquanto Argentina e o Chile têm cerca de 30% de seus jovens na educação superior – percentual que ultrapassa os 60% nos Estados Unidos e no Canadá –, o Brasil amarga um índice inferior aos 20%.
“Essa realidade é resultado tanto do fato de que se trata de uma modalidade ainda muito recente na educação superior brasileira quanto da constatação de que a regulamentação atual data de 2005 e não incorpora as atualizações nas tecnologias de comunicação e informação, nem os modelos didáticos, pedagógicos e tecnológicos consolidados no momento presente”, explica.
De acordo com o Censo da Educação Superior realizado em 2015 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), há no país 1.473 mil cursos superiores a distância ofertados cujo crescimento é de 10% ao ano, desde 2010. Atualmente, são mais de 1,3 milhão de estudantes matriculados, com crescimento de 50% entre os anos de 2010 e 2015.
Fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia