Magistério em dois tempos
por Raphael Kapa / Ruben Berta - O Globo - 15/10/2015 - Rio de Janeiro, RJ
As estatísticas não são para comemorações neste dia dos professores. Enquanto um relatório do Ministério da Educação mostra que 40% dos professores do ensino médio terão condições de se aposentar em seis anos, os dados do Censo Escolar mostram que há uma queda gradual no número de concluintes de cursos de licenciaturas apesar da quantidade de matrículas ter permanecido igual nos últimos três anos.
Os motivos para esta falta de interesse dos jovens vão desde o baixo salário até a falta de reconhecimento profissional pela sociedade. No dia dos professores, O GLOBO conversou com quem assumiu recentemente o quadro negro e com quem está guardando de vez os diários de classe.
Na série em capítulos abaixo, jovens docentes comentam os percalços, sucessos e incertezas deste começo de carreira enquanto professores que estão se aposentando este ano fazem um balanço de sua atuação. Em comum, a esperança de que o ensino é o principal instrumento para mudanças sociais.
Juventude em prol do ensino
“Se ele vestir um uniforme, é capaz de passar por aluno”. O professor Clayton Botas, de 27 anos, já ouviu muito essa frase na Escola Municipal Rivadávia Correa, no Centro do Rio. A cara de novinho fez com que os desafios de ensinar Matemática e de impor autoridade aos alunos da educação básica se tornassem mais complicados. Atualmente, ele diz que já consegue driblar melhor os percalços. Clayton pode ser considerado uma espécie rara: um jovem que não pensa em largar o magistério apesar de muitos lhe recomendarem o contrário.
- Sempre chegam para mim e falam: “Clayton, você sabe Matemática, pode se dar bem melhor em Engenharia”. Realmente eu teria um salário maior, mas isso não quer dizer que eu me daria “bem melhor”. Óbvio que há muito o que melhorar no magistério, e tenho esperança de que isso vai acontecer. Vivo confortável. Nem céu, nem inferno como pintam — conta Clayton.
No Dia dos Professor, O GLOBO conversou com profissionais novatos e experientes para relatar suas trajetórias. Segundo a última Sinopse da Educação Superior, de 2013, o número de concluintes em licenciatura de Matemática foi equivalente a 11% do total de novas matrículas. Sobram vagas para futuros “claytons” e faltam alunos querendo assumir a sala de aula. Uma outra pesquisa da Fundação Getúlio Vargas mostra que um em cada três jovens já pensou em ser professor. Na hora de tomar a decisão final, porém, somente 2% dos estudantes escolhem a licenciatura.
É o caso de Pedro Balthazar, de 23 anos, que, deslumbrado com as aulas de um professor de História, teve a certeza de que era aquela a profissão que seguiria.
— Não entrei iludido. Minha mãe é professora, e sei que é difícil. Mas, quando eu me vi tão envolvido numa aula, quis estar do outro lado e fazer um estudante ter aquela sensação.
Atualmente, Pedro é professor de História no Colégio Andrews, no Humaitá, o mesmo onde estudou, e tem o docente que o inspirou na profissão como colega de trabalho:
— É muito engraçado e gratificante. Até pouco tempo atrás, ele corrigia minhas provas. Agora, trabalhamos juntos e compartilhamos ideias.
A excelência é critério básico para se ter uma boa posição em colégios de referência como os que Clayton e Pedro atuam, mas esta não é a realidade das salas de aula brasileiras. O Censo Escolar mostra que quase 500 mil professores não têm diploma, o que equivale a 21,9% do total. Além disso, o abandono da profissão é alto.
— No último Censo, vimos que o número de jovens professores é maior do que aqueles com mais de 50 anos. Isso não acontece em outras carreiras e mostra como muitos profissionais optam por sair do magistério — analisa Roberto Aguiar, especialista em educação pela UnB.
Clayton e Pedro não pensam em largar a sala de aula, mas sabem que o aprendizado dentro dela não é só do aluno. A importância de se preencher um diário de classe, os conteúdos que devem ser ministrados em cada ano letivo, e até como se portar quando o estudante traz uma questão de foro íntimo são aprendizados conquistados com a vivência escolar. Especialistas explicam que, atualmente, a universidade se restringe muito à teoria.
— Chegamos à conclusão de que recebíamos profissionais qualificados, mas que não tinham sido treinados para a sala de aula. Por isso, agora, antes de lecionar, o docente passa para um curso para entender melhor este universo — afirma Helena Bomeny, secretária municipal de Educação, que desenvolveu a Escola de Formação do Professor Carioca Paulo Freire.
Para os alunos que acreditam que seus mestres são “carrascos”, tanto Pedro quanto Clayton afirmam que já chegaram em casa preocupados com o desempenho dos estudantes.
— Vinha uma enxurrada de nota baixa, e eu me perguntava se estava conseguindo ensinar corretamente, o que deveria mudar. Depois, fui me aproximando mais dos alunos, e o resultado foi bom para ambos — afirma Clayton.
Já Pedro diz que ficou sem reação quando seus estudantes começaram a chorar por causa de baixo rendimento. A saída foi convencê-los de que era só uma avaliação e que, na próxima, eles poderiam melhorar. Tanto esforço traz recompensas.
— Quando o aluno solta, espontaneamente, um “ah, agora eu entendi”, tenho certeza que não poderia fazer outra coisa — diz Pedro.
Por este motivo, os jovens professores destacam que a troca de experiências é fundamental.
— Os conselhos dos mais experientes são fundamentais. Uma boa escola só é construída com essa troca — comenta Clayton.
A queda da qualidade
Professora Ana Julia Lobo Teixeira se aposentou na rede estadual do Rio após 27 anos de magistério - Divulgação
Ana Julia Lobo Teixeira, professora de curso Normal em Cabo Frio(RJ), aposentou-se este mês após 27 anos de profissão:
`Sou professora com muito orgulho. Percebi minha vocação já no meu primeiro dia em que comecei a estudar, no Colégio Santo Antônio, em Duque de Caxias. A cada ano, aumentava essa certeza dentro de mim. Em 1967, dei o primeiro passo para realizar meu sonho que era dar aula para crianças: fui aprovada no concurso do Instituto de Educação Governador Roberto Silveira, onde comecei a cursar o Normal.
Porém, após três anos, já casada e com o primeiro filho nos braços, meu marido falou: “Antes de educar o filho dos outros, eduque os seus!”. Como educar era algo importante para mim, trabalhei no MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) com adultos. Mas ainda faltava algo.
Somente em 1988 foi que criei coragem e enfrentei um concurso público para o Magistério. Fui então a 14ª colocada no concurso para o Estado do Rio de Janeiro, quando apenas 19 candidatos do município de Itaboraí foram aprovados, superando todas as expectativas e indo de encontro a todos que me desmereceram por acreditarem que eu estava desatualizada, sem condições de competir.
Entretanto, reconheci que precisava de mais. Em 1990, ingressei no curso de Pedagogia e, agora ainda mais confiante, passei em novo concurso para o Estado, fechando assim a minha segunda matrícula. Durante oito anos alfabetizei crianças, como sempre sonhei. Inclusive a minha caçula, que passou a ser aluna na escola em que atuava.
‘Hoje, ao olhar para trás, confirmo o quanto fui feliz em minhas escolhas’
- Ana Julia Lobo
ao comentar sua trajetória como professora
Em 1997, mudei para a cidade de Cabo Frio, passando a lecionar no Curso Normal do Instituto de Educação Prof.ª Ismar Gomes de Azevedo, contribuindo assim para a formação de novos educadores. Lá, encerro agora a minha carreira no serviço público, não no magistério. Afinal, uma vez professora sempre professora. Então já comecei a alfabetizar adultos em minha casa.
Hoje, ao olhar para trás, confirmo o quanto fui feliz em minhas escolhas. Sinto orgulho de meus alunos que continuam no magistério e exercem a profissão com responsabilidade, ética e, acima de tudo, compromisso, educando para transformar vidas e, assim, contribuir para um país mais justo e igualitário.
Sou privilegiada, pois tive o melhor reconhecimento que todo o professor pode esperar: de meus alunos. Afinal, eles são a razão de todos os nossos esforços, nossas horas de sono perdidas, nossos fins de semana de sol planejando algo diferente, de nossas ausências em casa, com a família. Ano passado, quando saiu minha primeira aposentadoria, meus alunos e colegas de trabalho fizeram lindas homenagens. Deram até meu nome à nova quadra da escola. Foi realmente emocionante. Sem falar das inúmeras vezes que fui patrona de turmas, batizei filhas de alunas, que deram meu nome às filhas, entre tantos momentos inesquecíveis.
Dediquei-me a mostrar a todos a importância de nossa carreira, ressaltando que todas as “grandes profissões” passaram pelas mãos de um mestre. Não se faz um país sem professor!
Porém, entendo que é fundamental repensar a valorização da categoria, caso contrário, estaremos fadados à escassez do profissional. Não apenas de sacerdócio vive o professor e, com salários baixos, salas lotadas, desrespeito, falta do incentivo funcional, entre tantos outros problemas, poucos querem ingressar nesse mercado. O professor precisa ocupar lugar de destaque, afinal ele é o alicerce da sociedade`.
Do Fascínio à Realidade
Professora aposentada Elisabete Moi dá aulas de reforço para seu neto Davi - ANTONIO SCORZA / Agência O Globo
Ana Julia Lobo Teixeira, professora de curso Normal em Cabo Frio(RJ), aposentou-se este mês após 27 anos de profissão:
`Estudei em escolas públicas até o ensino médio. Formei-me pela Universidade Gama Filho como Bacharel em Ciências Biológicas e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro em Pedagogia. Na UFRJ e na UERJ fiz vários cursos de Extensão e Aperfeiçoamento. Durante 43 anos exerci o cargo de professora. No início, no primeiro segmento de ensino fundamental municipal e, depois, no ensino médio estadual.
A educação sempre me atraiu por sua interatividade: ensinando, aprendendo, trocando experiências com alunos, professores e outros profissionais da educação. A Educação é fascinante! Ela não é um setor isolado.É a base formadora de cidadãos. Ela se entrelaça com outros fatores de grande importância para que seus objetivos sejam alcançados.Uma política sócio-econômica satisfatória, um projeto politico pedagógico viável, a presença da família, o aspecto espiritual e a assistência psicológica estão entre os segmentos indispensáveis e auxiliares do equilíbrio e da ordem docente e discente. O espaço escolar deve ser um ambiente agradável, contendo todos os recursos materiais necessários à execução do planejamento curricular. Os educadores devem ser respeitados por todos no exercício profissional. Ele é um agente formador e transformador importante na sociedade. Deve ser valorizado,inclusive economicamente, recebendo um salário que corresponda a importância do papel social que tem.
Minha primeira década: Fascínio
A unidade escolar era um lugar seguro onde educandos e educadores faziam suas atividades com tranquilidade e bom êxito. O educador exercia a sua função com satisfação. Era bem remunerado, respeitado, a maioria trabalhava apenas em uma unidade escolar, os alunos tinham interesse pelos estudos. A família se fazia muito presente no processo educacional, atendendo às propostas apresentadas. Supervisores e orientadores educacionais desempenhavam sua função, ajudando os educadores e educandos a desenvolverem com habilidade seus trabalhos. Havia pouca evasão escolar e o índice de reprovação não assustava. Na medida em que os anos foram passando, foi ficando notória a inversão de valores e o que começava a acontecer, contrariava o idealismo dos Educadores.
Minha segunda década: Resistência
Começa o período de um esforço maior dos educadores para fazerem o papel que lhes cabe na Educação. Há uma inversão de valores: um paternalismo exagerado, os educadores deixam de ser reconhecidos e respeitados como professores e passam a ser chamados de “tias” e “tios”, o que, profissionalmente, o desvaloriza, já que a tia, no sentido de parentesco, substitui a mãe na sua ausência, por um curto período de tempo, e não é remunerada para isso. A ausência familiar também se faz notar. A Educação começar a ter elos importantes se abrindo e soltando. Ainda não se vê o resultado, mas os educadores já sinalizam e discutem as prováveis consequências. Começam as greves e ele sai da sala de aula com seus alunos para lutar pela Educação. O fascínio pela Educação ainda estava latente em cada educador. O coração do educador bate pela Educação.
Minha terceira década: Constatação
A confirmação de que algo estava acontecendo para estabelecer o caos na Educação chega logo. É momento de muitas reuniões pedagógicas, debates. Reformas curriculares acontecem, trazendo esperança de restabelecimento da ordem na Educação. Os educadores procuram pontuar os elos partidos, mas os elos já se perderam. A ausência familiar é logo percebida. Sem a presença dos responsáveis familiares, o educando ficou a deriva porque silenciou esta voz. O cansaço dos professores é maior, pois agora eles já trabalham em várias escolas para compensar a defasagem salarial. Os salários que antes atendiam as suas necessidades, agora, precisam ser complementados. As licenças para tratamento de saúde são constantes. O desgaste é grande. Muitos educadores são afastados por diversas causas. Há ainda os que perderam as funções que exerciam e davam suporte educacional como bibliotecários, orientadores e supervisores educacionais. Os Educadores gritam nas ruas “Salvemos a Educação!”: as greves continuam.
Quarta década: Realidade
O educador ainda está em sala de aula porque acredita que só o conhecimento poderá trazer mudanças que melhorarão a qualidade de vida dos seus educandos. A Educação ainda é o alicerce de uma sociedade que quer ver os direitos dos seus cidadãos respeitados por todos. Mas, hoje, os resultados do processo educacional não correspondem aos seus objetivos: as metas estabelecidas nem sempre são alcançadas, a evasão escolar supera o esperado, o índice de aproveitamento é baixo e o percentual de reprovados aumenta a cada dia. Muitos professores começam a desanimar e saem para fazer carreira em outras áreas, pois não conseguem obter o retorno, previsto, do conteúdo ensinado, já que tem que interromper as suas aulas para alfabetizar alunos que chegaram ao ensino médio com deficit na leitura e na escrita. Infelizmente, deparamos certa agressividade prejudicial entre os educandos que gritam por direitos e ignoram seus deveres. A aprovação automática tornou-se a pá de cal na Educação. Mas o coração do Educador ainda pulsa… pela Educação.
‘A Educação ainda é o alicerce de uma sociedade que quer ver os direitos dos seus cidadãos respeitados’
- Ana Julia Lobo Teixeira ao analisar as fases em que viveu como professora
Conclusão
Nós, Educadores, conduzimos os alunos até uma plataforma de onde eles partirão para um futuro incerto, mas cheio de probabilidades de sucesso, e deixamos que eles embarquem. A maioria deles vai em busca de novas conquistas e não os vemos mais. Seguem sempre para frente, visualizando alcançar novos horizontes. Poucos retornam para contar-nos as suas conquistas. Nós continuamos o nosso trabalho com novas crianças, jovens e adultos. Mas, se um dos setores ou fatores que andam paralelos com a Educação, governo, família, não se fizerem presentes no processo educacional, não conseguimos levar nossos alunos à plataforma, eles não embarcam e se perdem. Então, o resultado final é um alto índice de reprovação, de evasão escolar, de pedidos de exoneração, de licença médica, entre outros malefícios.
As reformas politico-pedagógicas devem ter como foco melhorar a qualidade do ensino, dinamizar a tarefa educacional e otimizar o percentual de aprovação. As novas tecnologias podem ser bem vistas na educação e não devem ser vistas como perturbadoras da ordem, mas, sim, serem usadas como facilitadoras do binômio ensino-aprendizagem. Elas já chegaram à sala de aula e podem ser aproveitadas, tornando o processo de aprendizagem mais atraente. O seu uso deve ser aplicado de tal forma que atenda as propostas curriculares sem deixar de ter os aspectos lúdicos que as tornam agradáveis. Este é o novo caminho da Educação e que, futuramente, será aperfeiçoado e de uso comum em todas as Unidades Escolares. As novas tecnologias: celular, tablets e o que surgir daqui pra frente entram no cenário da Educaçao como coadjuvantes, pois o professor continuará a ser o protagonista na Educação. O professor continuará no seu papel de articulador e disseminador do conhecimento, presente nas discussões temáticas, nos debates e promovendo a inclusão social do seu aluno. Com o uso da tecnologia haverá um ganho maior de tempo para discussões em sala de aula, na medida em que tarefas extra classe são colocadas em blogs e são acessadas pelos discentes em suas casas, no horário que for melhor para o educando, gerando uma autonomia na decisão de sua execução. Há, também, que se dar atenção às responsabilidades de cada um dos participantes do processo ensino-aprendizagem, requerendo os seus direitos e cumprindo com destreza os seus deveres. Há de se construir uma Educação em que os fantasmas da evasão escolar, da reprovação e da baixa remuneração profissional deixem de assustar educadores e educandos durante os anos letivos vindouros. Então, o educador alcançará o melhor da meta a que se propõe na Educação.
O privilégio do reconhecimento
Lourdes Alves Dias, professora de biologia, atualmente em Saquarema (RJ). Dá aulas há 27 anos e está se aposentando este ano de uma das duas matrículas que possui:
`Fiquei pensando em tantas coisas nesses dias e sempre cheguei a uma conclusão muito clara, compartilhada com muitos/muitas colegas de profissão: ser professor já foi muito melhor! Não vou ficar aqui curtindo um saudosismo romântico e choramingando aquelas frases repetidas “no meu tempo isso, no meu tempo aquilo”, mas me pego às vezes pensando exatamente desse modo.
Em março de 1988 comecei a lecionar em uma escola estadual com 5 salas de aulas, em Xerém, Duque de Caxias, Baixada Fluminense. Tinha turmas com 26, 28, 32 alunos, as salas não comportavam mais do que isso. Meus alunos de 27 anos atrás evidentemente eram diferentes dos meus alunos atuais. As diferenças são muito claras, no comportamento, na forma de vestir, de falar, de expor seus sentimentos.
Também as condições nas escolas em que trabalhei eram muito diferentes. Não havia sequer telefone! Copiadora era um equipamento quase de ficção científica. Hoje temos computadores, internet, celulares, notebooks, tablets... Viu só quanta diferença? Mas posso afirmar que apesar de todo esse avanço não vejo resultados muito melhores nem mais animadores. Percebo cada vez mais alunos sem noções básicas do idioma, com enormes dificuldades de raciocínio lógico, sem saber inclusive para que serve a escola. Estar na escola, muitas vezes é como estar em uma praça ou no botequim da esquina.
Perdemos o fio da meada. E não me pergunte o que fazer ou como fazer porque não sei os caminhos para achar as respostas. Passei por tantos governos, tantos planos revolucionários, tantos projetos pedagógicos mirabolantes e o que continuo presenciando é a queda cada vez mais acentuada da qualidade da educação. Talvez um caminho seja uma discussão ampla com a sociedade para saber o que a sociedade quer, mas sei que é difícil e não imagino um comprometimento assim neste momento.
Mas o mais importante, o que realmente tem valor, o que fica e o que vou levar são as lembranças, boas principalmente, dos alunos, dos meus colegas, de alunos e colegas que se transformaram em mais do que companheiros de jornada, em confidentes, amigos. Pessoas extraordinárias que tive o privilégio de conhecer. Muitos, muitos profissionais comprometidos, engajados, fazendo seu trabalho com responsabilidade, seriedade e competência.
‘Nunca duvidei de que só através da escola, da educação podemos construir uma realidade diferente’
- Lourdes Alves Dias
ao comentar suas visões como professora
E foi também assim que eu procurei nortear minha atuação. Sei da enorme importância social da função e nunca duvidei de que só através da escola, da educação podemos construir uma realidade diferente. Apesar de todo o desânimo não quero passar uma ideia pessimista.
Estamos sim em um momento turbulento, reflexo de uma conjuntura da qual a educação faz parte, mas não podemos desistir. Temos que, juntos, buscar uma solução e achar um caminho`.