Limitar despesas na educação
'Todos pela Educação' critica medida para limitar despesas no setor
Para Priscila Cruz, presidente-executiva do movimento, as metas de universalização na Educação vão sofrer impactos negativos no curto prazo com a limitação de gastos no setor
Fonte: Valor Econômico (SP) 25 de maio de 2016
A proposta de limitar despesas da União com Educação, anunciada nesta terça-feira pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, entre as medidas para reduzir os gastos públicos, foi criticada pelo movimento Todos Pela Educação — que enxerga na medida um retrocesso que afetará duramente o Plano Nacional de Educação (PNE), que tem entre suas 20 metas matricular todas as crianças e jovens na escola até 2016.
“Não dá para ser cego e ignorar o ajuste fiscal. Mas esse ajuste não deveria ser feito com redução de recursos da Educação. Poderia haver uma melhor alocação e gestão de recursos do MEC e não diminuir”, diz Priscilla Cruz, presidente-executiva do "Todos Pela Educação". Ela cita como exemplo os programas do Ciências sem Fronteiras e o Mais Educação, que poderiam ser mais bem administrados, e uma alocação maior de recursos para programas de formação de professores.
Atualmente, 18% da arrecadação dos impostos federais e 25% dos tributos estaduais e municipais são destinados à Educação.
Segundo Priscilla, as metas de universalização na Educação já vão sofrer impactos negativos no curto prazo com a limitação de gastos no setor. “Há ainda 2,7 milhões de crianças e jovens fora da escola. A meta era universalizar neste ano e já não será cumprida”, afirma.
A presidente-executiva do Todos Pela Educação reclama ainda da postura dos governos, que não colocam a Educação como uma política de Estado, de longo prazo, contribuindo para a baixa competitividade do país.