Levar tablets para casa

Levar tablets para casa

Professores do Ensino Médio podem levar tablets para casa

Para receber equipamento, é preciso passar por curso de oito horas


A coordenadora pedagógica do programa Província de São Pedro — que destina computadores à rede estadual —, Malu Pinto, afirma que todos os professores concursados e nomeados do Ensino Médio terão tablets após um curso de oito horas.

— Estamos em fase de formação técnica, para que o professor aprenda a usar e sugira o que gostou ou não. No segundo semestre, teremos formação pedagógica — explica a coordenadora.

O professor tem liberdade para utilizar o tablet como desejar, e pode levá-lo para casa. Só fica na obrigação de devolvê-lo caso deixe a rede estadual.

— Estamos nos encaminhando para que cada aluno tenha o seu próprio tablet, mas isso ainda não é possível — salienta a coordenadora.

Para a psicóloga Léa Fagundes, coordenadora de pesquisa do laboratório de estudos cognitivos do Instituto de Psicologia da UFRGS, as escolas precisam saber fazer uso desses novos recursos.

 

Quando o recurso ajuda

— Se o professor tiver um bom preparo e domínio da mídia, o uso de tablets na escola pode ser muito positivo.

— Para o professor da área de Psicologia da Educação da UFRGS Fernando Becker, o equipamento abre mil possibilidades de acesso à informação variada. Com ele, deve ser criado um ambiente de uma pedagogia ativa, onde professor e aluno estejam pensando, programando, investigando individual e coletivamente.

— Toda comunidade ganha com a inserção desta mídia, acredita a professora da UFRGS Cíntia Boll, doutora em Educação. Além de contribuir com melhorias na própria escola, em termos de aprendizagem, o aluno e o professor irão disseminar o conhecimento adquirido com o acesso à informação mundial para a família e a comunidade.

— Em comparação ao atual uso de computadores pessoais que muitos professores já fazem, especialistas apontam a mobilidade como a principal vantagem. A qualidade da imagem e do som também são vistas como superiores.

— Utilizar o tablet para acessar o YouTube e as redes sociais torna-se essencial para se comunicar com os alunos. Estes recursos dispõem de trabalhos já realizados, como documentários, que podem contribuir para o assunto abordado em aula.

— As escolas precisam evitar reduzir a novidade ao velho padrão escolar, que diminui as possibilidades oferecidas pelo equipamento. Mais inseridos nas novas tecnologias, os próprios alunos podem auxiliar os professores na busca das informações.

— A permanência do uso dos tablets em sala de aula irá depender de algumas condições, como: possibilidade de o professor poder se deslocar com o equipamento, da rede de internet ser qualificada e da capacidade do software disponibilizado.

Fontes: Cíntia Boll e Fernando Becker, professores da Faculdade de Educação da UFRGS.


Professores de escolas estaduais já recebem tablets

Equipamento será usado para facilitar o planejamento e a aplicação de conteúdos

 

Dos 22 mil tablets que devem ser entregues aos professores de Ensino Médio dasescolas estaduais gaúchas, até o final do primeiro semestre, cerca de 4 mil já chegaram ao destino.

A iniciativa é uma parceria do governo federal com o Piratini.

Cada professor terá um tablet de 10 polegadas, da marca Positivo, para ser utilizado na preparação e na execução das aulas. Em Porto Alegre, a distribuição começou no dia 12, com um curso de formação de oito horas para 30 professores. Mas o uso em sala de aula ainda engatinha, porque a etapa é de preparação dos docentes. A previsão é de que o uso seja massificado a partir do segundo semestre, quando todos devem estar capacitados e familiarizados com os equipamentos.

No Instituto Estadual de Educação Paulo da Gama, na Capital, o vice-diretor já pilota um dos 19 tablets que os professores da escola receberão nos próximos meses. Ricardo Agliardi Ferreira tem planos para desenvolver projetos em cada disciplina e aproveitar o recurso nas aulas.

— É muito legal, tem uns programas bem interessantes. Chama a atenção o conteúdo desse tablet, que está bem voltado à educação. Tem um programa chamado Edubar, onde há planos de aulas de várias disciplinas que o professor pode utilizar — diz Ferreira.

Além disso, ele afirma ser possível baixar novos aplicativos e conectar o tablet em uma televisão ou projetor, para que os alunos visualizem melhor o conteúdo. Os aparelhos, no entanto, devem ter uma entrada HDMI, algo que não é comum em escolas públicas — nem sempre com equipamentos novos. Ferreira diz que, com os tablets, pensa em comprar um novo projetor.

No Colégio Estadual Júlio de Castilhos, os professores e o diretor, Antonio Esperança, aguardam os tablets para tornar as aulas mais atrativas, além de melhorar processos burocráticos, como a lista de chamada.

— Queremos fazer a lista de chamada no tablet, e não mais em folhas de papel. Os dados dos alunos que faltam, dessa forma, vão para a secretaria mais rapidamente. Temos esses dados só no final do trimestre. Se um aluno já vem faltando, vai ser mais fácil de interferir — afirma o diretor.


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