Jovens querem práticas e tecnologia
Jovens querem atividades práticas e tecnologia na escola
por Redação 6 de outubro de 2016
A pesquisa “Nossa Escola em (Re)Construção” ouviu 132 mil adolescentes e jovens de 13 a 21 anos e mostrou que estudantes de todas as regiões do país desejam uma escola com currículo mais diversificado e flexível, em que se aprende com atividades práticas e tecnologias, em espaços físicos dinâmicos e variados.
Após a ampla repercussão dos resultados, no dia 22 de setembro, técnicos responsáveis pelo estudo voltaram a analisar as respostas dos jovens sobre a escola que têm. A nova leitura permite afirmar que quatro em cada 10 estudantes estão satisfeitos com as aulas e os materiais pedagógicos. Essa nova análise traça um cenário um pouco menos sombrio do que o divulgado na primeira versão da pesquisa – quando apenas um em cada dez participantes afirmavam estar satisfeitos com as aulas e materiais pedagógicos. O resultado reafirma a urgência das instituições de ensino reverem suas estratégias.
Apesar das críticas, os respondentes da pesquisa demonstram que ainda têm um vínculo afetivo com o espaço escolar: 70% deles gostam de estudar em suas escolas e 72% dizem que lá aprendem coisas úteis para sua vida.
Ainda assim, sugerem uma série de mudanças. O que os alunos ouvidos mais sentem falta na escola são atividades extraclasse, uso de tecnologia e atividades artísticas. Melhorias na alimentação escolar e nas atividades esportivas também estão no rol das principais necessidades apontadas.
Conforme resultados já divulgados, quando falam sobre a escola que desejam, os jovens demonstram querer substituir as aulas teóricas e aplicação de provas pela aprendizagem por meio de projetos que envolvem atividades práticas ou resolução de problemas, uso da tecnologia e interação com a comunidade dentro e fora da escola.
Em relação ao currículo, mostram interesse em outros conteúdos além das disciplinas tradicionais, como conhecimentos ligados à tecnologia, habilidades de relacionamento, política, cidadania e direitos humanos, esporte e bem-estar. Também querem poder escolher parte das matérias que vão estudar.
No que diz respeito aos recursos educacionais, acham que vão ser mais felizes e aprender mais com projetos, rodas de conversa e pesquisa na internet. Apontam ainda que uma escola mais inovadora deve ter robótica, programação e games. Os estudantes também propõem mudanças para a sala de aula, trocando-se as carteiras fixas e enfileiradas por móveis e ambientes variados, inclusive com a utilização mais frequentes de espaços externos dentro e fora da escola.
“Nossa Escola em (Re)Construção” é uma iniciativa do portal Porvir (porvir.org), especializado em inovações educacionais, programa do Instituto Inspirare. O estudo foi realizado com a parceria técnica da Rede Conhecimento Social. A pesquisa foi estruturada com base em metodologia chamada PerguntAção, que envolveu os jovens em todas as etapas do processo. O questionário ficou disponível na internet entre 28 de abril a 31 de julho deste ano, para que alunos ou ex-alunos de todo o Brasil pudessem responder às questões formuladas com apoio de um conselho de especialistas e de um grupo de 25 jovens. Os respondentes representam 1.707 municípios de todos os Estados mais o Distrito Federal. A Região sudeste teve a maior proporção de participantes: 85,4%. Os interessados em conhecer os resultados da escuta e realizar iniciativa semelhantes podem ter acesso ao relatório da pesquisa na íntegra e ao questionário em PDF no link (http://porvir.org/nossaescola). São parceiros de disseminação dos resultados a Mova Filmes e a Inketa, que produziram vídeos e uma plataforma virtual para ampliar o acesso dos interessados aos dados da pesquisa.
SOBRE O INSTITUTO INSPIRARE
Criado em 2011, o Instituto Inspirare (http://inspirare.org.br/) tem como missão inspirar inovações que possam melhorar a educação brasileira. Sua atuação acontece por meio de quatro programas: o Porvir, que difunde tendências e inovações educacionais através do portal http://porvir.org/; o Iniciativas Empreendedoras, que fomenta empreendimentos de impacto em educação através da plataforma Apreender (http://apreender.org.br); o Laboratórios Educativos, que experimenta inovações educacionais na prática; e o Educação Pública Inovadora, que apoia redes públicas de ensino que querem inovar em escala.