Interesse dos alunos
Escola desenvolve projeto de estudo baseado no interesse dos alunos
Escola é a Maria Peregrina, que fica em São José do Rio Preto (SP).
Além da escolha do tema para estudar, maneira de dar a aula é diferente.
Uma escola de São José do Rio Preto (SP) conseguiu inovar no ensino e os próprios alunos decidem o que vão estudar. E pode até parecer estranho, mas isso está funcionando muito bem. Além da escolha do tema para estudar, a maneira de dar a aula também é diferente e vem agradando os alunos.
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Na escola, por exemplo, é possível estudar todos os dias no pátio e conviver com alunos de todas as idades. Assim é a rotina nas aulas na Escola Maria Peregrina. Eles formam grupos por assuntos de interesse, como guerra na Síria, educação, confeitaria. Os alunos com o mesmo tema se juntam em grupos, não importa a idade. Daí eles estudam todas as matérias tendo como base o assunto que escolheram. “Aquele tema que tiver a ver com meu projeto eu pego, que quero aprender, o que não conseguimos encaixar no projeto é a aula extra”, afirma a aluna Luany Manfrin de Oliveira, de 14 anos.
A aula extra na escola é para cumprir a grade de conteúdo do Ministério da Educação. Os alunos vão para sala para ver o conteúdo que não se encaixou no assunto que ele escolheu para trabalhar. Para se ter uma ideia, sala de aula na escola, com lousa, só tem uma.
Temas das aulas ficam em mural para aluno escolher
(Foto: Reprodução/ TV TEM)
Na escola quem faz o planejamento escolar também é o aluno. “Existe uma sequência de conteúdo, mas não é uma sequência do que é primeiro, segundo, terceiro. É sequência de conteúdo que precisa ser aprendido naquela faixa etária”, afirma a coordenadora Luciana Pereira da Silva.
Os professores atendem ao mesmo tempo alunos de várias séries e como tem alunos de diferentes idades um sempre ajuda o outro. “Se alguma pessoa do oitavo ano tiver dúvida, como sou do nono ano, eu posso ajudar. E pessoas do ensino médio também podem vir ajudar”, diz a estudante Bruna Liberato, de 15 anos.
Na escola tem hora para tudo, como estudo, limpeza, atividade extra, intervalo para brincar. E em uma escola tão diferente tem algo que também chama muita atenção. Na Maria Peregrina não tem prova, não tem nota, média, recuperação. “Meus amigos falam que tem prova na escola, eu não sei o que é isso. A gente faz o gosto da gente, o que a gente quer aprender, fica mais fácil”, afirma o aluno Luiz Guilherme Crepaldi, 14 anos.
A fundadora da escola, Mildren Lopes Wada Duque, diz que percebeu com o tempo o interesse do aluno pela escola. “Primeiro ponto que os pais perceberam é que o filho quer estar na escola, porque a demanda maior era de alunos encaminhados pelo Conselho Tutelar que não queriam ir para a escola. Além do conteúdo, que até então era difícil, agora se torna de um jeito capaz dele resolver”, afirma.
Os alunos são avaliados no dia a dia e o professor faz um relatório sobre o aprendizado de cada um. Professor, que aliás, tem uma dedicação muito diferente na escola. “Me sinto desafiada todo dia, as perguntas dos alunos são desafiadoras, isso tira o professor da zona de conforto. O aluno vem com a demanda e a gente prepara a aula a partir disso. Qualquer professor que tenha esse tipo de experiência é satisfatório”, diz a professora de matemática Alana Fuzaro de Barros.