Inquietação nas escolas

Inquietação nas escolas

Governo quer fechar turmas com menos de 16 alunos, remanejar estudantes e suspender aulas em um turno quando não houver demanda

10/11/2016

Sem a veemência da professora Marisa Abreu, que no governo de Yeda Crusius promoveu uma série de mudanças nas escolas, o secretário da Educação, Luiz Antônio Alcoba de Freitas, deu início a um processo de reestruturação que vai render grandes polêmicas nos próximos dias. A palavra de ordem nas escolas é "racionalização". Na prática, significa o fechamento de turmas com menos de 16 alunos, remanejamento de estudantes e suspensão das aulas em um turno, quando não houver demanda que justifique a manutenção da escola aberta em dois ou três.

A repórter Ângela Chagas, da Rádio Gaúcha, apurou que os diretores já receberam a orientação para reorganizar turmas e adequar a carga horária dos professores. Na prática, isso vai significar transferência de alunos de um turno para outro e até mesmo troca de escola. Professores que hoje cumprem toda a carga horária no mesmo local ou que têm horas sobrando por falta de turmas poderão ter de se dividir entre duas escolas a partir do próximo ano letivo. O que o governo de José Ivo Sartori quer com essas mudanças é restringir as novas nomeações ao estritamente necessário e reduzir o número de contratos temporários. 

Governo do RS anuncia fechamento de turmas e o fim de turnos em escolas estaduais

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Neste ano, o Rio Grande do Sul perdeu 6 mil professores por aposentadoria ou pedido de demissão. Em vez de nomear mais 6 mil, ampliando as dificuldades de pagamento dos salários, o governo optou pelo remanejamento. Alcoba justifica as mudanças com o argumento de que, nos últimos anos, a rede estadual perdeu mais de 400 mil alunos e o número de professores em atividade se manteve estável. A tendência é de esse número continuar caindo, já que é resultado de uma mudança no perfil demográfico do Rio Grande do Sul, com a redução do número de filhos por família. 

A reorganização é necessária, mas não pode ser feita sem critério. Seria mais razoável definir a quantidade de turmas depois de fechar as matrículas, mas em algumas escolas a reclamação é de que o governo inverteu o processo e não está aceitando inscrições de novos alunos. A reestruturação deverá ser estendida aos funcionários de escola. Hoje, há escolas com falta de serventes e merendeiras e outras em que sobram profissionais. 

http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/rosane-de-oliveira/noticia/2016/11/inquietacao-nas-escolas-8239932.html 




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