Medidas radicais
Rosane de Oliveira: medidas radicais sofrem resistência
As primeiras propostas que o governo de José Ivo Sartori vai levar à Assembleia estão sendo formatadas na medida para que fiquem no meio-termo: nem tão radicais que impeçam a negociação com a Assembleia, nem tão brandas que deem margem ao comentário de que a montanha pariu um rato.
Essa calibragem vem sendo feita em intermináveis reuniões do núcleo duro do governo, integrado pelos secretários Giovani Feltes (Fazenda), Márcio Biolchi (Casa Civil) e Carlos Búrigo (secretário-geral).
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No domingo do primeiro Gre-Nal da decisão do Gauchão, os secretários entraram para uma reunião às 10h30min e saíram perto das 20h. Além de definir as medidas, é preciso decidir quando enviar cada uma à Assembleia.
O fim da aposentadoria integral, por exemplo, nos moldes das regras do funcionalismo federal, não irá no primeiro pacote, até porque não produz resultados de curto prazo.
— Não podemos brigar com todos ao mesmo tempo — diz um dos secretários mais influentes.
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O conjunto da obra ficará distante dos cortes radicais sugeridos por líderes de entidades empresariais que propõem a transferência para organizações da sociedade civil de órgãos como a Ospa e o Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, para ficar em dois exemplos.
No governo, é difícil encontrar uma voz disposta a defender a manutenção da Corag, mas, como a venda ou liquidação depende de plebiscito, o governo está de mãos amarradas. Um dos secretários lembra que a Corag cobra pelo serviço mais do que as gráficas privadas e não precisa se preocupar com eficiência porque tem um cliente cativo, o próprio governo.
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Igualmente difícil é encontrar entre os homens de confiança de Sartori alguém que defenda a licença-prêmio. O argumento é que, se o funcionário é necessário, precisa ser substituído. Se o Estado pode prescindir dele por três meses, é porque há gente sobrando.
Técnicos do governo sugerem uma medida que, se adotada, aumentará a tensão na já conturbada relação com os professores: é a revisão da classificação de difícil acesso para as escolas estaduais. Professores que trabalham nessas escolas do Interior ou da periferia das cidades recebem uma gratificação, mas o conceito de “difícil acesso” já não faz sentido em boa parte delas.
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