Cerca de 23,3 mil professores gaúchos que participaram do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio em 2014 estão sem receber bolsa do Governo Federal há mais de um mês. As informações são da repórter Maria Eduarda Fortuna, da Rádio Gaúcha. 

O programa começou em abril do ano passado e previa um curso de extensão aos professores de ensino médio no período de dez meses. Para participar das aulas, os educadores recebiam uma bolsa no valor de R$ 200 por mês. A parcela referente ao mês de março de 2015, quando o curso foi encerrado, ainda não foi depositada.

O acordo envolve ainda a Secretaria Estadual da Educação e as universidades federais. As aulas são lecionadas por professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que atua em conjunto com a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), Universidade Federal de Pelotas (UFPel),Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).

Os servidores das universidades, como coordenadores dos cursos (com bolsa de R$ 2 mil), coordenadores adjuntos (R$ 1,4 mil), supervisores (R$ 1,2 mil), formadores regionais (R$ 1,1 ,mil) e orientadores (R$ 765) também não receberem a última parcela da bolsa. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, os formadores regionais e orientadores do curso somam 1,3 mil em todo o Estado. Outros 22 mil são professores do ensino médio que frequentaram as aulas no período.

A coordenadora do programa na UFRGS e Uergs, Danusa Mansur Lopez, explica que as universidades têm o papel de dar o aval e aprovar o pagamento da bolsa a cada mês, de acordo com a participação de cada aluno no programa. Segundo ela, o pagamento de março já foi autorizado, mas o governo ainda não fez o depósito.

"Nós entramos em contato com o Ministério, que nos informou que não foi feito o pagamento em razão da Lei orçamentaria, que ainda não havia sido aprovada. Como agora já foi sancionada, acreditamos que o pagamento deve ser realizado em breve", afirma.

A professora ainda confirma que mesmo que as aulas tenham começado em abril do ano passado, as primeiras parcelas só começaram a ser pagas em setembro, em razão da burocracia do processo.

"Estamos todos preocupados, precisamos desse dinheiro. Eu vou todos os dias ao banco, mas está demorando muito para ser depositado", lamenta um professor da rede estadual que prefere não se identificar.

A reportagem da Gaúcha entrou em contato com o Ministério da Educação, que ainda não se manifestou.

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