Indicadores na educação

Indicadores na educação

Educação - o que dizem os indicadores

Avaliações nacionais e internacionais constatam que, embora ainda haja muito a fazer para compensar o atraso histórico da Educação brasileira, houve melhorias

Fonte: Diário da Manhã (GO)

 

Os indicadores nacionais e internacionais de avaliação da educação constatam que, embora ainda haja muito a fazer para compensar o atraso histórico da educação brasileira, houve melhorias objetivas durante as últimas décadas. O Brasil é um dos países que mais avançaram no quesito educação, pois aumentou de forma significativa o nível de escolaridade de seu povo.

É real que tivemos várias conquistas, vários são os planos elaborados e executados no sentido de garantir a melhoria da educação. A meu ver, dentre todos os planos, metas estabelecidos figuram Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que contém 8 Objetivos – com suas 22 metas (24 no Brasil) e 48 indicadores, trazendo uma série de compromissos concretos com prazos fixados a serem cumpridos e, no caso da educação de forma específica significou um avanço rápido, visto que, os países devem cumprir os prazos e as metas estabelecidas.

Dentro da necessidade de se cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, temos em nível de Brasil, o Todos Pela Educação, que estabeleceu 5 Metas a serem alcançadas em tempo pré-determinado. Meta 1. Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola, até o ano de 2022, 98% das crianças e jovens entre devem estar matriculados e frequentando a escola; Meta 2 : Que toda criança esteja plenamente alfabetizada até os 8 anos, até 2022, 100% das crianças deverão apresentar as habilidades básicas de leitura e escrita até o final da 2ª série ou 3º ano do Ensino Fundamental; Meta 3. Todo aluno com aprendizado adequado à sua série, ou seja, até 2022, 70% ou mais dos alunos terão aprendido o que é essencial para a sua série; Meta 4, Todo jovem com Ensino Médio concluído até os 19 anos. Até 2022, 95% ou mais dos jovens brasileiros de 16 anos deverão ter completado o Ensino Fundamental e 90% ou mais dos jovens brasileiros de 19 anos deverão ter completado o Ensino Médio; Meta 5, Investimento em Educação ampliado e bem gerido.

Essas Metas têm significado muito para a evolução do nível de escolarização do país e ainda nos remete a esperança na melhoria efetiva da educação. Penso que, estatisticamente o Brasil vem apresentando um grande crescimento, mas o ponto crítico é a qualidade desta escolarização.

Claro se torna que se alcançarmos com êxito a Meta 1 que é o de garantir o direito de alfabetização na idade correta a todas as crianças, com certeza teremos dado um grande passo para o sucesso escolar. Alfabetizar com qualidade garante com certeza que o futuro escolar dos educandos será de maior qualidade e aproveitamento.

O grande desafio está com certeza na Meta 3, que pressupõe que todo educando esteja com o aprendizado adequado à sua série. Esta Meta, é o ponto de estrangulamento no nosso sistema educacional, pois, prevê uma Educação de boa qualidade. Educação qualitativa é uma realidade que ainda não temos. Evidente que apresentamos casos isolados em todo o país onde os índices propostos têm sido alcançados e até superados, mas no conjunto, não é o quadro da educação brasileira.

Sempre afirmei que lugar de crianças e jovens é na escola. Pesquisas mostram que a criança que inicia bem cedo suas atividades escolares se torna um adulto mais interessado em estudar, ler, pesquisar, descobrir e criar. Defendo uma educação que desenvolva valores e potenciais imprescindíveis à vida humana, para o enfrentamento dos desafios futuros, constituindo uma gama de preciosas lições de vida.

Em 2000, 164 países se reuniram em um Fórum Mundial de Educação no Senegal e estabeleceram metas para mudar o cenário mundial da Educação, a partir de uma agenda comum de políticas de Educação e com seis objetivos a serem alcançados. No último dia 9, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) divulgou o Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos 2000-2015: Progressos e Desafios.

Na última semana, a Unesco divulgou o Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos de 2000-2015. No site “Educar para Crescer”, há uma avaliação dos compromissos contidos no texto de Silvana Azevedo que considerei extremamente importantes. Ela aponta seis metas estabelecidas e uma amostra dos resultados globais do Relatório:

Meta:

Garantir que as necessidades de aprendizagem e de todos os jovens e adultos sejam alcançadas por meio do acesso equitativo a uma aprendizagem adequada e a programas de habilidades para a vida. Resultado: A taxa bruta de matrícula no primeiro nível de ensino secundário* cresceu de 71%, em 1999, para 85%, em 2012. Porém, persistem desigualdades na transição da Educação primária para a secundária. Apenas 1 em casa 3 adolescentes terminam o primeiro nível da Educação secundária em países de baixa renda.

Meta: Alcançar, até 2015, aumento de 50% no nível de alfabetização de adultos, principalmente entre mulheres, e o acesso igualitário à Educação básica e continuada para todos os adultos. Resultado: Dos 73 países cuja taxa de alfabetização era menor do que 95%, apenas 17 alcançarão a meta.

Meta: Eliminar as disparidades de gênero na Educação primária e secundária até 2015 e alcançar a igualdade de gênero na Educação até 2015, com foco em garantir o acesso completo e equitativo de meninas a uma Educação básica e de boa qualidade. Resultado: As meninas mais pobres continuam a ter a maior probabilidade de nunca frequentar a escola.

Meta: Melhorar todos os aspectos da qualidade da Educação e garantir excelência para que resultados de aprendizagem mensuráveis e reconhecidos sejam alcançados por todos, principalmente em alfabetização, conhecimentos básicos em matemática e habilidades essenciais para a vida. Resultado: Professores qualificados continuam em falta no mercado.

Ainda segundo Silvana Azevedo, “nesse balanço, feito por uma equipe independente sediada na Unesco em Paris, o Brasil evidenciou problemas no ensino. Entre os seis compromissos firmados, nosso país teria cumprido apenas dois: a garantia da Educação primária universal e a paridade e igualdade de gênero. Afirmativa esta, contestada pelo Presidente do Inep José Francisco Soares, que afirma que “ainda temos muito por fazer. Mas fizemos muito e, no último ano, de forma acelerada, ao apresentar a versão brasileira do relatório Educação Para Todos, (…) no que diz respeito à Educação e cuidados na primeira infância, a taxa de mortalidade caiu e o número de creches subiu de 13 mil para 35 mil. No ano de 2000 haviam 916.864 crianças matriculadas nas creches e, em 2013, esse número saltou para 2.730.119, e os números continuaram a crescer em 2014”.

A visão favorável no quadro brasileiro, sob o prisma do Inep, também se estende para a questão do analfabetismo, diz a jornalista, o aumento no número de matrículas de jovens nos cursos de Educação profissional e tecnológica e no crescimento nos últimos anos do investimento em Educação. Mesmo que tenhamos obtido um crescimento visível, muito há por se fazer.

Educar é processo.

Lidamos com seres humanos em construção, e estes são especiais, diferentes na forma de agir e pensar, cada um com história de vida diferente e, que nos ensina muito com a boniteza de seus sonhos, seus anseios, suas necessidades e seu potencial. É necessário que nós educadores saibamos lidar com essa realidade. É necessário que estejamos capacitados a lidar com estes seres humanos.

Devemos ter claro que embora as estatísticas sejam essenciais para o planejamento e o traçar de metas, ela não representa o qualitativo da educação. Claro que devemos avançar quantitativamente, mas, jamais percamos de vista que, nosso objeto de trabalho enquanto educadores, é o ser humano com todas as suas singularidades. Educar para a vida e o fazer com amor e competência, eis aí a premissa que deveria vir clara em todos os Projetos Educacionais que visam romper com a secularidade de omissões na educação brasileira.

 

Leia a reportagem no site original aqui




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