Comemorar o dia de Tiradentes

Comemorar o dia de Tiradentes

21 de abril: Por que comemoramos o dia de Tiradentes?



Tiradentes foi uma das figuras mais importantes da luta para o Brasil se tornar um país independente

Por Redação

Antes de 1822, o Brasil não era considerado um país independente. Era apenas um território que pertencia a Portugal. Sendo assim, tudo que era produzido pela colônia, como era chamado, tinha que ser enviado para lá. Os impostos pagos pela população do Brasil pelos produtos consumidos eram muito altos. Com isso, o povo vivia oprimido. Nesse contexto, nasceu Joaquim José da Silva Xavier, em São João Del Rei, em Minas Gerais, no ano de 1746.
Ele desempenhou várias funções como tropeiro, minerador, fez parte do regimento militar dos Dragões de Minas Gerais e até dentista ele foi, profissão esta que lhe rendeu o nome de Tiradentes.

Tiradentes não se conformava com a exploração vivida pelo Brasil. Ele queria que a nossa pátria fosse livre. Então, decidiu se unir a outras pessoas que tinham os mesmos objetivos, entre eles, advogados, poetas e padres, para tentar libertar o Brasil dessa situação. Devido a sua boa oratória e espírito de liderança, foi o escolhido para comandar o movimento conhecido como Inconfidência Mineira, ocorrido em 1789.


O objetivo era fazer, no chamado dia da “derrama” (em que eram cobrados da população os impostos atrasados), um protesto, alertando as pessoas sobre o plano de libertação e em seguida prendessem o governador Visconde de Barbacena. Mas o plano não deu certo. Tiradentes foi traído por um companheiro de luta: Joaquim Silvério. Joaquim devia 700 contos ao rei de Portugal e, para ter a dívida perdoada, entrou no grupo de Tiradentes, se informou do plano e denunciou ao próprio Visconde de Barbacena.

Inconfidência Mineira

A Inconfidência Mineira foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial. Ocorreu em Minas Gerais no ano de 1789, em pleno ciclo do ouro.

No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal decretou uma lei que proibia o funcionamento de industrias fabris em território brasileiro.


Vale lembrar também que, neste período, era grande a extração de ouro, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado acabava nos cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (sem ter pagado o imposto”) sofria duras penas, podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano).


Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir nas minas. Mesmo assim as autoridades portuguesas não diminuíam as cobranças. Nesta época, Portugal criou a Derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.


Todas estas atitudes foram provocando uma insatisfação muito grande no povo e, principalmente, nos fazendeiros rurais e donos de minas que queriam pagar menos impostos e ter mais participação na vida política do país. Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas), influenciados pela idéias de liberdade que vinham do iluminismo europeu, começaram a se reunir para buscar uma solução definitiva para o problema: a conquista da Independência do Brasil. 

O grupo, liderado pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes era formado pelos poetas Tomas Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, o dono de mina Inácio de Alvarenga, o padre Rolim, entre outros representantes da elite mineira. A ideia do grupo era conquistar a liberdade definitiva e implantar o sistema de governo republicano em nosso país. Sobre a questão da escravidão, o grupo não possuía uma posição definida. Estes inconfidentes chegaram a definir até mesmo uma nova bandeira para o Brasil. Ela seria composta por um triangulo vermelho num fundo branco, com a inscrição em latim: Libertas
Quae Sera Tamen (Liberdade ainda que Tardia).

Os inconfidentes haviam marcado o dia do movimento para uma data em a derrama seria executada. Desta forma, poderiam contar com o apoio de parte da população que estaria revoltada. Porém, um dos inconfidentes, Joaquim Silvério dos Reis, delatou o movimento para as autoridades portuguesas, em troca do perdão de suas dívidas com a coroa. Todos os inconfidentes foram presos, enviados para a capital (Rio de Janeiro) e acusados pelo crime de infidelidade ao rei. Alguns inconfidentes ganharam como punição o degredo para a África e outros uma pena de prisão. Porém, Tiradentes, após assumir a liderança do movimento, foi condenado a forca em praça pública.

Embora fracassada, podemos considerar a Inconfidência Mineira como um exemplo valoroso da luta dos brasileiros pela independência, pela liberdade e contra um governo que tratava sua colônia com violência, autoritarismo, ganância e falta de respeito.



Confira o artigo original no Portal Metrópole: http://www.portalmetropole.com/2015/04/21-de-abril-por-que-comemoramos-o-dia.html#ixzz3Y2Gzm45M

 

Tiradentes? E Lucas Dantas, Manuel Faustino, Luiz Gonzaga e João de Deus?



Hoje, 21 de Abril celebramos a Inconfidência Mineira. Todos se lembram de Tiradentes. Mas infelizmente nos esquecemos de outros heróis importantes, apagados de nossa história pelo preconceito contra o negro

Por Dennis de Oliveira

A data celebra a Inconfidência Mineira. Todos se lembram de Tiradentes, lider deste movimento que defendia a independência do Brasil e, por isto, foi enforcado. O mártir da independência. Chegou a virar símbolo da resistência política e o lema do seu movimento hoje é a bandeira de um dos mais importantes estados da União, Minas Gerais. A representação social deste movimento é tão interessante que se buscou criar semelhanças entre Tiradentes e Jesus Cristo – a imagem desenhada de um e outro se assemelham, assim como a história da “traição” de Joaquim Silvério dos Reis lembra a de Judas. Há, assim, uma quase que “santificação” da figura de Tiradentes.

Agora, alguém se lembra ou sabe da INCONFIDÊNCIA BAIANA de 1798, movimento também chamado de “Guerra dos Alfaiates”, por conta da grande participação de negros e descendentes alfaiates, portanto um movimento de base popular e tinha como bandeira central, além da independência do Brasil, o fim da escravidão? Poucos se lembram, inclusive que o programa político dele era muito mais avançado que o do movimento mineiro. Principalmente que, enquanto a revolta mineira tinha origem em estratos médios e intelectuais, a baiana era de base popular e negra.

Os quatro líderes deste movimento foram enforcados em 8 de novembro de 1799 – Lucas Dantas (soldado), Manuel Faustino (aprendiz de alfaiate), Luiz Gonzaga das Virgens (soldado) e João de Deus (mestre alfaiate) – foram esquartejados e suas cabeças expostas ao público e as três gerações de familiares seguintes com a memória amaldiçoada publicamente. Antes da execução, os quatro jovens recusaram a extrema-unção do sacerdote católico por considerarem que a igreja não estava do lado deles.


Os quatro jovens, negros e, por isto, esquecidos pela história oficial do Brasil. Como muitos outros heróis e heroínas negros e negras, das periferias, que ainda hoje lutam por um país mais justo.



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