Os extremos na educação infantil
Os extremos na educação infantil do Alto Uruguai
Três Arroios está no topo e Benjamin Constant do Sul na rabeira
Erechim aparece na 4ª posição no Alto Uruguai, 41º no RS e 120º no Brasil (Foto: Rodrigo Finardi)
Recentemente o Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul (TCE/RS) divulgou um estudo de como anda a educação infantil no Estado. De acordo com este estudo os municípios gaúchos precisam criar quase 200 mil vagas para creche e pré-escolas para atender as metas no Plano Nacional de Educação (PNE).
Faixas etárias
A Educação Infantil entre 0 e 5 anos é dividida em duas faixas etárias: De 0 a 3 anos, a situação é mais grave. Existe uma defasagem de quase 110 mil vagas. Já de 4 e 5 anos a carência é de aproximadamente 87 mil vagas.
Controle por parte da sociedade
Estes dados do Tribunal de Contas estimula o controle por parte da sociedade, aumentado a vigilância em suas cidades, mostrando a carência, o ranking e com isso sendo possível cobrar ações dos entes públicos.
Impacto direto no futuro da crianças
O presidente do TCE-RS, Cezar Miola destaca que a qualidade da oferta desse serviço pelo poder público tem impacto direto no futuro das crianças, principalmente daquelas em situação econômica desfavorável. “Na maioria das vezes, essas vagas são a única forma de acesso à educação infantil.
Jornada de atendimentos
Desde 2008, o TCE-RS avalia a situação da educação infantil nos municípios gaúchos. Neste ano, o estudo aponta também a duração da jornada de atendimento dos estabelecimentos. De acordo com o levantamento, o atendimento em tempo integral nas creches é, em média, de sete a doze horas em 61,77% dos municípios. A situação se inverte na pré-escola, em que 80,68% dos municípios têm carga horária menor do que 7 horas diárias, com preponderância de 4 horas.
Crescimento superior ao do Brasil
Entre os anos de 2008 e 2013, o aumento das matrículas na educação infantil no Rio Grande do Sul foi de 30,81%,superior à variação positiva verificada no Brasil que alcançou 12,12%. As creches tiveram um melhor desempenho, com taxa de atendimento de 27,7%, alcançando o 6º lugar no ranking nacional. Já na oferta da pré-escola, com taxa de atendimento de 69,4%, o Estado está na penúltima posição, em 26º lugar.
Outras informações
O levantamentotraz ainda informações detalhadas de cada um dos 496 municípios, como o Produto Interno Bruto, a receita per capita de impostos e o coeficiente de Gini, que mede a desigualdade de distribuição da renda, o percentual de crianças residentes na zona rural e urbana, a renda média domiciliar, o percentual de crianças em situação de pobreza e a análise individualizada dos recursos aplicados na área.
Oferta de educação infantil
O estudo foi organizado pelos auditores públicos externos Hilário Royer e Débora Brondani, com a coordenação do diretor de Controle e Fiscalização, Leo Arno Richter. As metas do PNE para a educação infantil e que até 2016, todas as crianças de 4 a 5 anos de idade devem estar matriculadas na pré-escola. A meta estabelece, também, que a oferta de educação infantil em creches deve ser ampliada de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de 0 a 3 anos até 2024.
Pouca distância, realidades distintas
O Jornal Boa Vista pesquisou através dos dados fornecidos pelo TCE-RS individualmente os 32 municípios do Alto Uruguai Gaúcho e criou o ranking da região, já que o estudo mostra a posição de cada cidade a nível estadual e nacional.
E o que pode-se observar com este estudo regionalizado é que o Alto Uruguai possui índices extremos, apesar da pouca distância entre os municípios.
Diferença abissal
Exemplo disso é Três Arroios que aparece em 1º lugar no Alto Uruguai, 2º lugar no Estado e 15º no Brasil e Benjamim Constant do Sul quer aparece em último na região (32º lugar), antepenúltimo no Estado ocupando a 495º colocação de 497 municípios e a incômoda posição no pais de 3561º. A maior cidade do Alto Uruguai, Erechim aparece em 4º lugar na região da AMAU, 41º no Rio Grande do Sul e 120º no país.
Melhorar no ranking
Procurado pela reportagem o prefeito de Três Arroios, Lírio Zarichta salientou que o município busca atingir 100% de alfabetização e o trabalho de 0 a 5 anos faz parte deste processo: “fico feliz com esta posição de destaque de Três Arroios. Mas queremos melhorar estes índices. Estamos construindo uma escola municipal que irá abrigar as crianças que ainda não tem acesso. Desta forma teremos 100% de 0 a 5 anos em sala de aula”.
Por Rodrigo Finardi
http://www.jornalboavista.com.br/site/noticia/35620/os-extremos-na-educacao-infantil-do-alto-uruguai-