Horário de verão prorrogado
Amado e odiado, horário de verão existe desde o começo do século passado
Uma hora de sol a mais no dia.
Costuma ser essa a perspectiva daqueles que apreciam o horário de verão e gostam da oportunidade de ter um tempo no final da tarde para praticar alguma atividade física ao ar livre antes que a noite finalmente caia. Uma hora para acordar mais cedo e ir trabalhar ainda na escuridão. Costuma ser essa aperspectiva daqueles que não gostam da alteração em seu relógio biológico, tendo que sair de casa de manhã muitas vezes antes de o sol se levantar.
A polêmica em torno do horário de verão é tão antiga quanto ele. O primeiro país a adotá-lo foi a Alemanha, em 1916, como parte do esforço para economizar energia durante a Primeira Guerra Mundial. Pouco tempo depois, outros países europeus e os Estados Unidos fizeram o mesmo. A ideia, no entanto, começou a surgir mais de cem anos antes, em 1784, quando o político e cientista americano Benjamin Franklin publicou o ensaio “An Economical Project for Diminishing the Cost of Light” (“Um Projeto Econômico de diminuir o custo da luz”), sugerindo que as pessoas acordassem mais cedo no verão – sem, no entanto, mencionar mudanças na hora oficial. Tempos depois, em 1907, o cientista britânico William Willet publicou o texto “The wasting os daytime” (“O desperdício de luz do dia”) propondo a mudança gradativa do horário oficial, de modo que, a cada domingo do mês de abril, durante quatro semanas, o relógio fosse atrasado em 20 minutos, o que totalizaria 1h20 de alteração. A diferença seria recuperada também gradativamente, em setembro. Vale lembrar que, no Hemisfério Norte, o verão se estende de junho a setembro. A proposta de Willet foi intensamente debatida, mas só adotada na década seguinte.
1931 foi o primeiro ano em que vigorou o horário de verão no Brasil. De lá para cá, ele foi adotado algumas vezes nas décadas seguintes, quase sempre em todo o território nacional, e na maioria das vezes, entre outubro e fevereiro – mas em 1950, durou até 30 de abril. Desde 1985, ele é adotado todos os anos, ininterruptamente. Antes desse ano, a última vez que vigorara havia sido no verão de 1967/68. A partir de 1988 deixou de ser adotado em todo o território nacional e hoje inclui apenas as regiões, Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Segundo o site do Operador Nacional do Sistema, órgão responsável pela coordenação e controle da geração e da transmissão de energia no Brasil, o objetivo principal do horário de verão não é propriamente a economia de energia, mas a redução da demanda máxima nos horários de pico. Como a iluminação passa a ser acionada uma hora mais tarde, deixa de haver coincidência com o horário em que indústria e comércio mais demandam eletricidade. Com isso, evita-se a sobrecarga do sistema.
O horário de verão é atualmente regido pelo Decreto nº 6.558 de 2008. Segundo o texto, os relógios devem ser atrasados em uma hora sempre no terceiro domingo de outubro e novamente adiantados no terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte, exceto se for domingo de Carnaval – nesse caso, o horário de verão será encerrado no quarto domingo de fevereiro.
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