Gestão terceirizada em escolas

Gestão terceirizada em escolas

Gestão terceirizada começaria por 10 escolas, diz secretária 

Fonte: O Popular      Data: 31/01/2015 

Titular da recém-criada Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Esportes, a professora Raquel Teixeira admitiu ontem que a experiência de entregar a organizações sociais (OS) a gestão de escolas da rede estadual pode começar com dez unidades de ensino ainda em construção. Seria uma experiência piloto para ver se o projeto é viável e então expandi-lo para o restante da rede. “Ainda não temos nada formatado. Temos de pensar em novos modelos de mudança, mas não tenho medo. Uma coisa é certa: eu mudo sabendo para onde vou”, afirmou.

Ontem, durante visita ao Conselho Estadual de Educação (CEE), Raquel afirmou que as OSs podem assumir uma parcela da rede, que conta atualmente com cerca de 640 mil alunos, mas não dimensionou quanto. “Nenhuma mudança será feita de cima para baixo ou da noite para o dia”, comentou a uma plateia formada pelos integrantes do CEE e convidados, como representantes de instituições de ensino superior e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Goiás (Sintego).

A secretária explicou que ao assumir a pasta, foi recomendada pelo governador Marconi Perillo a buscar um sistema que garantisse aos alunos de classes menos privilegiadas, o mesmo nível de aprendizado da rede privada. O governador Marconi Perillo chegou a consultar o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Privados de Ensino de Goiânia (Sepe), Flávio Roberto de Castro, e a presidente do CEE, Maria Ester Galvão de Carvalho, a respeito de política de OSs no ensino público.

Embora tenha garantido que ainda não exista um projeto de transferência de responsabilidades às OSs, Raquel afirmou que o modelo vai ser iniciado de forma experimental. “Quando as OS entraram na Saúde, o Governo de Goiás já tinha a experiência bem sucedida do Crer (Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo). Eu também quero o meu Crer. Quero um projeto piloto antes de expandir, mas é certo que isso nunca vai acontecer em 100% da rede”, comentou ao POPULAR.

O presidente do Sepe confirma que chegou a “rascunhar” algumas ideias e apresentou a Marconi. “O governador nos perguntou como a rede particular trabalha e manifestou a vontade de fazer um estudo a respeito. É claro que estamos à disposição para somar. É uma opinião legítima”, comentou. Para Flávio, os ensinos público e privado devem caminhar juntos. “A escola privada poderia participar da qualificação de professores, em regime de parceria. O que muita gente pensa é que vamos tomar a gestão das escolas públicas. Não temos nem condições para isso.”

Maria Ester diz que desde o ano passado pesquisa a respeito porque entende que o CEE precisa estar preparado para discutir o tema. “O Governo tem uma posição técnica. Defende e implanta a política que achar mais conveniente. O papel do CEE não é interferir nessa política, mas analisar a normatização e fiscalizar”, disse. A presidente do conselho diz que o governador afirmou a ela e a Flávio, em um evento, que era desejo dele “implantar essa política em Goiás”.

Para a presidente do Sintego, Bia de Lima, alguma mudança precisa ocorrer, mas é preciso respeitar os princípios da escola pública. “Estamos abertos ao diálogo. Não faremos obstáculo a essa construção, desde que os profissionais da Educação sejam respeitados. O fato de ainda não existir um projeto, nos dá tranquilidade. O Sintego pode colaborar”. Bia de Lima elogiou a nova secretária dizendo se tratar de uma pessoa “receptiva, que conhece muito bem a rede e a Educação”. Ontem à noite, Raquel Teixeira participou da abertura do Seminário de Gestão da nova diretoria do Sintego, em Anápolis.

A intenção, segundo a nova secretária, é trabalhar o aluno como um todo, não apenas para que ele aprenda, mas também para que tenha foco, para que saiba conviver num ambiente solidário de partilha e para que tenha abertura às novas questões. “A escola pública é o único espaço compensatório para muitas crianças e jovens. O mundo do século 21 é da competitividade, da sofisticação intelectual, das mudanças tecnológicas profundas e demanda pessoas preparadas”, disse.

 

http://outraspalavras.net/destaques/outra-educacao-alem-da-monotonia-academica/




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