Fim do aluno afeminadinho
A volta do fim do aluno afeminadinho
Vai me dizer que você não cruzou com esse tipinho na escola?
O “aluno afeminado” – esse nome nada tem a ver com opção ou orientação sexual. Um afeminadinho é o aluno para quem tudo é humilhação, bullying e outras coisas desse tipo. Tudo o ofende. Se o mandam estudar Marx, ele fica sentidinho e escreve uma cartinha para a Veja ou para o Pondé, dizendo que há um professor que está querendo “doutriná-lo”. Se o mandam estudar Weber ele diz que o professor é “neoliberal” e não considera as “necessidades sociais dos mais pobres”. Caso o professor fale alguma palavra com conotação sexual ele faz biquinho. Caso o professor perca a paciência com ele porque ele não larga o celular, conversa em aula e chega atrasado, então ele diz que o professor é “autoritário”. Ele não quer fazer prova porque se trata de um ensino “competitivo” que vai levá-lo a ficar deprimido. Quando o professor conta uma piada ele não ri e quer processar o professor, pois nessa hora, do nada, ele inventa que pertence a alguma minoria que sempre está aprioristicamente ofendida com a piada – com qualquer piada! Ele é de uma comunidade religiosa que não quer aprender evolução e sim criacionismo, ou ele não pode assistir aula em uma certa hora porque a igreja dele não deixa. Ele faz universidade mas segue o pastor analfabeto! Tudo é motivo para ele falar que a escola o oprime e que cria para ele situações de desrespeito. Em suma, esse é o estudante que no passado chamávamos de “loser”, e que era o “afeminadinho” ou o “viadinho”.
Ele tem dominado a cena, mas seu reinado vai acabar. Alguns professores estão do seu lado porque são professores também derrotados, fracassados iguais a ele. Mas a onda está mudando de lado. Nos Estados Unidos já há indício de que independentemente de política, existe uma tendência em não dar crédito mais para chorão que, não raro, é um aproveitador.
O filme “Whiplash” está sendo elogiado pelo público, e isso tem a ver sim com a dureza de um personagem que é professor. Há um cansaço da sociedade americana em relação ao aluno que se aproveita da ideologia do “afeminadinho” protegido. Há um cansaço social e acadêmico em relação aos diretores e reitores que o protegem – que os compram com festinhas e dinheiro para DCEs ou grupinhos de pressão de direita ou de esquerda, conforme o momento.
Essa onda de afeminadinhos comandantes de escolas vai começar a minguar. Logo logo aquele tipinho de aluno que cria grupos de vagabundos cujo único objetivo é atacar professores bons e exigentes novamente vai voltar a não ter vez. Porque não podemos ter mais uma geração de fracotes chegando ao poder. O fracote é fracote também intelectualmente, essa é a desgraça – ele foge da escola, não aguenta disciplina, conta papo mas, na verdade, não enfrenta a competição do ensino. Uma vez adulto vira autodidata! Ou seja, vira estúpido, retardado que pensa que entende o que lê. É a escória da sociedade. Uma nação com muita gente assim não vai adiante.
Paulo Ghiraldelli, 57, filósofo
http://ghiraldelli.pro.br/aluno-afeminadinho/