Urgência na reforma do Ensino Médio
"Os maus resultados do Enem 2014 reafirmam a urgência de uma reforma no Ensino Médio capaz de facilitar o aprendizado nas escolas", afirma jornal
Fonte: Diário Catarinense (SC) 18 de janeiro de 2015
Recém-divulgados, os resultados do Enem 2014 remetem a uma questão lançada no início deste ano pela diretora-executiva do movimento Todos Pela Educação, Priscila Cruz: Será que vamos ler as notícias sobre o mau desempenho dos nossos jovens no Ensino médio até ficarmos insensíveis?
Basicamente, a última edição do Exame Nacional do Ensino médio aponta queda na nota média de redação e matemática, entre melhorias em outras áreas em percentuais mais tímidos do que as pioras. Mas o que se constata, mais uma vez, é o fato de essa importante etapa do aprendizado anacrônica e dissociada dos interesses dos Alunos continuar alvo permanente de promessas de reformas que nunca se concretizam.
O mais recente a assumir o compromisso de mudanças é o ministro Cid Gomes, o quarto ocupante da pasta desde o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, agora compromissada no discurso com o slogan Brasil, Pátria Educadora.
O que o Enem revela em sua última edição não é muito diferente do que já vem sendo apontado há algum tempo pelo Índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb) e pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa).
E o que dizem esses indicadores? Que os Alunos estão transitando do início do Ensino fundamental até o final do Médio sem condições de dominar competências como o uso da norma padrão da língua escrita para desenvolver um tema dissertativo e sem conseguir interpretar informações para defender um ponto de vista.
O mesmo ocorre em situações banais, como questões envolvendo conhecimentos numéricos ou medidas de grandeza. Isso ajuda a explicar por que tantos inscritos no Enem não conseguem sequer entender os enunciados das questões das provas, nem mesmo o tema da redação.
Tudo isso acontece porque o Ensino perdeu qualidade e já não há mais tanta preocupação em fazer com que os Alunos, desde cedo, exercitem atividades como ler e escrever.
Pior: os conteúdos ministrados pouco ou nada têm a ver com jovens do século 21, que estão desmotivados, os materiais usados em sala de aula incorporam pouco os avanços tecnológicos e nem todos os Professores estão suficientemente preparados.
Enfrentar isso, como ressaltou a representante do Todos Pela Educação em artigo no jornal O Estado de S. Paulo, exige determinação e coragem para dissipar resistências.
Não é mais possível, porém, continuar insensível diante de tantas notas zero como as do Enem, que serão usadas para ingresso no Ensino Superior. O país precisa adequar a Educação às necessidades e interesses de seus jovens, reestruturando currículos e mobilizando Professores e Escolas para esse desafio inadiável.
EM RESUMO
Editorial adverte que os maus resultados do Enem 2014 reafirmam a urgência de uma reforma no Ensino médio capaz de facilitar o aprendizado nas Escolas.
Editorial publicado apenas em veículo impresso