Mais poder para diretor
MEC quer mais poder para diretor de escola
Ministro da Educação estuda programa para valorizar os dirigentes das instituições; pasta também vai levar o Fies para ser discutido na Fazenda
Fonte: O Estado de S. Paulo (SP) 15 de janeiro de 2015
Há duas semanas no cargo, o ministro da Educação, Cid Gomes, estuda a criação do programa chamado por ele de Diretor Principal, para estimular o trabalho dos dirigentes das Escolas do País. Segundo o ministro, que falou ao Estado nesta quarta-feira, 14, antes de embarcar para o Ceará, onde deve tratar de problemas pessoais, o novo projeto deverá ser apresentado à presidente Dilma Rousseff nos próximos dias para ser implementado em curto prazo.
“O ideal é que tivesse todos os Professores com mesmo padrão de conhecimento e salarial. Tenho estudado alguns projetos que estabelecem que a sala de aula tenha no máximo 40 Alunos para um Professor. E com um diretor de Escola coordenando 20 Professores. Acho que dá para fazer isso no curto prazo.
O programa pode ser chamado de Diretor Principal”, afirmou o ministro, que comandou o Estado do Ceará nos últimos oito anos antes de ingressar na equipe do governo petista. “Sou executivo. O ministério não é para ficar pensando, mas para agir.”
Fies. A pedido do ministro, o secretário executivo da pasta, Luiz Cláudio Costa, deve se reunir nesta quinta-feira em Brasília com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para discutir a situação do programa de Financiamento Estudantil (Fies). Inicialmente, a reunião contaria com a presença do próprio Cid Gomes.
O pedido do encontro ocorre seis dias depois de o governo federal publicar decreto em que estabeleceu o corte de 33% em relação ao valor previsto na Lei Orçamentária Anual de 2015. Com isso, o bloqueio mensal de gastos do governo ficou em R$ 1,9 bilhão, segundo o Ministério do Planejamento. Por sua vez, a redução nas despesas da Educação chega a R$ 7,044 bilhões.
No ano passado, de acordo com dados do MEC, 731 mil contratos foram realizados com o Fies, o que correspondeu a um desembolso de R$ 9 bilhões por parte do governo. A expectativa é de que, neste ano, o número salte para algo em torno de 2 milhões de contratos e o volume de desembolso fique em R$ 12 bilhões.
O ministro também falou sobre os resultados do Exame Nacional do Ensino médio (Enem), que apontaram que a média dos Alunos concluintes do Ensino médio registrou uma queda de 7,3% em Matemática e 9,7% em Redação em 2014. Segundo Cid Gomes, a ideia é divulgar os resultados da área para que se tenha discussões em torno dos principais problemas do setor. “A minha meta é ter mais avaliação, mais divulgação. E não pode ter politicagem.” Ele defendeu ainda colocar em discussão a possibilidade de utilizar o Enem como um referencial da qualidade das Escolas do Ensino médio.