A Educação Ambiental (EA) é uma importante ferramenta para fortalecer a educação nacional. É reconhecida por diferentes coletivos através de conferências internacionais como o conjunto de interações dinâmicas entre ambiente, cultura e sociedade, situada no tempo e no espaço, considerando as influências políticas na relação humana com o ambiente, bem como o estudo da diversidade biológica e seus processos ecológicos vitais. A Política Nacional de Educação Ambiental e diversas legislações educacionais, especialmente a Lei de Diretrizes e Bases e o Plano Nacional de Educação enfatizam a EA como um instrumento capaz de promover uma compreensão mais abrangente e, portanto, mais adequada da realidade, que tantas vezes aparece fragmentada pelos meios dos quais dispomos para conhecê-la. Em sintonia com os princípios do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, da Carta da Terra, da Carta das Responsabilidades Humanas e da Agenda 21, tais documentos apresentam os pontos norteadores, adquiridos como resultado de uma caminhada histórica, que devem ser contemplados para garantir a efetividade das ações em EA tanto no âmbito do ensino formal quanto não-formal.

Com a integração de saberes objetiva-se o rompimento da perspectiva unilateral do conhecimento, por meio da interdisciplinaridade e da adoção dos Temas Transversais, em especial o tema Meio Ambiente, sugeridos nos Parâmetros Curriculares Nacionais e Conteúdo Basico Comum. Sugere-se também que as atividades de EA tomem o educando ou público alvo como ponto de partida para a elaboração dos projetos, utilizando-se de diagnósticos, atividades interativas e voltadas para a valorização regional e resolução dos problemas locais, reconhecendo as similaridades globais, bem como a realização de parcerias entre educadores, instituições educacionais, empresas, governo e cidadãos para a realização de trabalhos conjuntos e contínuos, através de processos participativos e sustentáveis e a busca pela articulação entre atividades de pesquisa, ensino e extensão em atenção à problemas específicos.

Nota-se que são orientações gerais, que devem ser adaptadas e sistematizadas para melhor se adequar às demandas da comunidade em foco. Devido ao caráter multifacetado da questão ambiental, à complexidade do assunto e diante do crescente debate conservacionista que atinge todas as esferas de nossa sociedade, nem sempre essa é uma tarefa fácil. Com especial atenção para o ensino formal, o delineamento e execução de atividades nesse formato muitas vezes esbarra na estrutura disciplinar predominante nas escolas, o que dificulta a aproximação e a troca entre as diferentes áreas do conhecimento. Aos educadores do ensino básico, que geralmente já sofrem com acúmulo de funções, incumbiu-se a responsabilidade da promoção da EA de maneira integrada aos programas educacionais que desenvolvem. Porém, no Brasil, ainda são escassas as alternativas de formação superior para os profissionais em licenciatura que contemplem os aspectos diversificados da educação ambiental interdisciplinar.

Para otimizar esses aspectos e promover a real aplicação das recomendações vigentes, as demais instituições de ensino e pesquisa devem colaborar com o projeto pedagógico de uma escola, afirmando sua intenção educativa e consciente, no sentido de vivenciar e pesquisar para conhecer as necessidades do grupo social e local, desafiando os aprendizes a compreender a dinâmica das causas e efeitos das ações individuais sobre o coletivo, através do intermédio integrado das diversas disciplinas curriculares. A interface mídia-escola pode ser uma verdadeira aliada, uma vez que a utilização de recursos de divulgação e educação científica, artísticos e literários como materiais pedagógicos acrescenta os atributos da interatividade, apelo visual e estético e relaciona com maior proximidade os temas curriculares relevantes e os assuntos cotidianos, facilitando a interiorização dos conteúdos apresentados.

 

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