Recursos extras para escola pública

Recursos extras para escola pública

Relatório indica recursos extras para escola pública

Documento final da comissão sobre financiamento da Educação, que será votado em 2015, defende criação de imposto sobre grandes fortunas e outro nos moldes da CPMF

Fonte: Jornal do Senado (DF)    19 de dezembro de 2014


Um novo modelo de Educação para o país em 20 anos é o que propõe o relatório de Cristovam Buarque (PDT-DF) apresentado ontem, na última reunião da comissão temporária criada para propor soluções para o financiamento da Educação.

— Não vamos chegar ao ideal melhorando o que está aí. Vai ser preciso criar um sistema paralelo novo, com regime diferente, com Escolas diferentes — afirmou.
Como seria executado e quanto custaria esse sistema foram detalhados na proposta do relator.

O custo total seria de R$ 640 bilhões — 9,6% do produto interno bruto (PIB) estimado para 2034. O déficit em relação ao que se gasta atualmente com Educação no Brasil é de R$ 215 bilhões.

Cristovam apontou 15 fontes de financiamento que permitem arrecadar quatro vezes mais do que o necessário.

Entre essas fontes, estão a emissão de títulos públicos pelo Tesouro e o imposto sobre grandes fortunas. Haveria ainda a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira para a Educação (CPME), com um potencial de R$ 93,5 bilhões.

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Outra fonte apontada pelo senador é a redução nos sacrifícios fiscais decorrentes de renúncias e desonerações, que resultaria em R$ 249,8 bilhões ao ano. Ele também sugere uma taxa verde sobre combustíveis fósseis, recursos recuperados pela Justiça nos casos de corrupção e contrabando e a suspensão dos gastos com publicidade do governo, que geraria R$ 4,3 bilhões em economia.

A mudança na Educação básica inclui a federalização das Escolas, projeto antigo do senador. De acordo com Cristovam, o modelo atual, municipalizado, divide as crianças por CEP, o que é ruim, dada a desigualdade entre os estados e entre os municípios.

A Escola funcionaria em tempo integral. O custo por Aluno é de R$ 9,5 mil ao ano. Numa projeção para 2034, o custo com a Educação básica seria de R$ 497 bilhões — 7,4% do PIB.

O relatório propõe investimentos em Educação superior, com aumento de 67% dos recursos — de R$ 48 bilhões para R$ 80 bilhões em 2034. Outros R$ 63 bilhões por ano seriam usados para eliminar o Analfabetismo e formar um país de leitores cultos.

— Com vontade política, seria possível fazer a revolução educacional de que o Brasil precisa — concluiu o senador.

O relatório será debatido em 2015, quando serão novamente convidados os participantes das cinco audiências públicas realizadas até agora.

Para a presidente da comissão, Ana Amélia (PP-RS), o texto oferece não só um diagnóstico claro, mas aponta “o caminho e a receita” para superar os problemas da Educação.

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