SP, fim da progressão continuada

SP, fim da progressão continuada

SP acaba com progressão continuada do ensino

“Não vamos querer que nenhum filho de São Paulo chegue aos 9, 10 anos sem saber ler e escrever”, disse o prefeito

Haddad já fez acordos com Unesp e Unifesp; USP e UFMG estão nos planos / Heloisa Ballarini/SECOM/Arquivo

Da Redação noticias@band.com.br

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), anunciou nesta quinta-feira a reforma do ensino municipal, que tem como principal medida o fim da progressão continuada ou aprovação automática.

Com o programa "Mais Educação São Paulo", Haddad espera melhorar a qualidade de ensino na cidade. “Não vamos querer que nenhum filho de São Paulo chegue aos 9, 10 anos sem saber ler e escrever”, disse.

A progressão continuada, que impedia a repetência, será substituída por acompanhamento periódico. “Quando falamos de nota, boletim, entendemos que é um instrumento interessante de envolvimento da família, além de baliza para o acompanhamento do aluno. São inúmeras escolas que têm o acompanhamento no ano letivo e nas férias para evitar um mal tão grande que é a aprovação automática”, observa o prefeito.

Das escolas, também serão exigidas realizações de provas bimestrais, boletins com notas de zero a dez, relatórios de acompanhamento e lição de casa regular.

Além da mudança nas avaliações e na grade currilar, o novo plano prevê melhorias na infraestrutura, como a construção de 367 novas unidades para a educação básica. A contratação de novos educadores faz parte do plano. Atualmente, a rede possui mais de 3 mil nomeados e 2,3 mil contratados em regime emergencial.

Haddad diz que o programa não está fechado e sinaliza estar aberto a sugestões. “Há propostas para discutir. É óbvio que elas serão ampliadas. Estaremos abertos para aperfeiçoá-las porque São Paulo merece um plano à altura de sua grandeza”. 

O prefeito também acredita que o sistema educacional da cidade está pronto para o programa. “Não tenho dúvida que nossa rede está preparada. A rede física já permite um trabalho de boa qualidade. Temos condições de dar um grande salto. São Paulo precisa, pode e dará esse salto”.

Ensino dividido em ciclos

Pelo novo plano, o ensino fundamental de nove anos será dividido em três ciclos. O primeiro estágio, começa com a alfabetização, do 1º ao 3º ano. O segundo seria o ciclo interdisciplinar, do 4º ao 6º ano do ensino fundamental. O processo se encerra com o estágio autoral. “Em cada etapa, um tratamento específico”, diz o prefeito. 

Hoje, há apenas dois estágios, chamados de Fundamental I (do 1º ao 5º) e II (do 6º ao 9º). O programa tornaria a transição entre os ciclos mais gradativa em vez de um período com um professor generalista e outro com especialistas.

Formação de professores

O plano, segundo Haddad, resgatará os CEUs (Centro de Educação Unificado) e valorizará o educador. “Ele [professor] tem como missão de vida não apenas educar, mas se aperfeiçoar continuamente. Ele precisa de baliza para se aperfeiçoar, e ele quer”, afirma o prefeito. “Temos que criar uma rede de formação na cidade de São Paulo”.

Ao todo, Haddad diz que serão 32 polos de oferta de formação continuada para os professores. Outra novidade é que o projeto não está restrito aos professores da rede municipal. “O aluno [do estado] também é um morador de São Paulo”. O prefeito afirma que já acertou a medida com o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB).

Os cursos de aperfeiçoamento serão oferecidos, neste primeiro momento, pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). A prefeitura ainda negocia para que a USP (Universidade de São Paulo) e a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) também entrem no programa.

http://noticias.band.uol.com.br/cidades/noticia/Default.asp?id=100000622798&t




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