Evasão no ensino Médio
Menos da metade dos jovens até 19 anos concluiu o Ensino Médio no RS, aponta ONG
Divulgado pelo Movimento Todos Pela Educação, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, o percentual de 48,8% está abaixo da média nacional
Fonte: Zero Hora (RS) 08 de dezembro de 2014
Menos da metade dos jovens na idade considerada adequada (até 19 anos) concluiu a Educação Básica no Rio Grande do Sul no ano passado. O percentual de 48,8% — divulgado pelo Todos Pela Educação (TPE) nesta segunda-feira — está abaixo da média brasileira, de 54,3% dos estudantes concluindo a Educação Básica na idade certa.
O desempenho gaúcho também está bem abaixo da meta estabelecida pelo movimento para 2013, de 66,4% (veja o gráfico). De 1995 a 1999, o percentual de adolescentes e jovens de até 19 anos que acabaram o Ensino Médio no Estado cresceu — a partir de 2001, no entanto, alternou aumentos e quedas, atingindo a meta apenas em 2009 (52%). De 2012 a 2013, a variação foi negativa, de meio ponto percentual (era 49,3%).
Os indicadores foram calculados com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Secretário estadual da Educação, Jose Clovis de Azevedo afirma que desconhece a metodologia utilizada no estudo. O governo gaúcho faz suas análises com base nas informações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
— Tivemos, em 2006, 38,6% na taxa de distorções idade/série (estudantes que estão em uma série que não corresponde a sua idade). E ela vem baixando: em 2013, tivemos 31,3% — relata o secretário.
O titular da Educação também salienta que, dos alunos dos terceiros anos até 19 anos, o índice de conclusão é de 93%. A diferença entre as análises feitas pelo Todos Pela Educação e pelo secretário está na origem: o movimento estima o número de jovens gaúchos até os 19 anos, enquanto o governo trabalha com os matriculados na rede estadual. Azevedo ainda destaca a queda na taxa de evasão escolar: de 11,7% para 10,1% entre 2012 e 2013:
— A melhora na taxa de evasão e no rendimento é produto da reforma no Ensino Médio e de formação dos professores. Aumentamos a carga-horária, introduzimos diretrizes do Conselho Nacional de Educação, e a pesquisa mobilizou os alunos.
Para ONG, resultado é reflexo de soma de fatores
Gerente de Conteúdo do TPE, Ricardo Falzetta analisa que os dados brasileiros relativos à Meta 4 — todo jovem de 19 anos com Ensino Médio concluído — são uma consequência do não cumprimento das outras metas, como universalização do ensino e aprendizagem adequada:
— Se pensarmos em termos de qualidade da educação desde o início, como a alfabetização, são questões que vão se somando e acabam gerando o resultado no fluxo.
Falzetta diz que não há uma solução única para o problema, mas um conjunto de medidas que passam pela coordenação entre União, Estados e municípios. A formação continuada dos professores, a valorização da carreira e a gestão dos docentes também são apontadas como necessárias.
— Há agendas do século passado que não resolvemos. Muito se falou que o Ensino Fundamental estava universalizado, mas faltam cerca de 600 mil alunos (em todo o território brasileiro). Há infraestrutura precária desde questões superbásicas, como o acesso a água tratada, até mais avançadas, como laboratórios de ciências. E sempre se trabalhou com o atingimento de padrões mínimos, mas precisamos de padrões máximos — explica o gerente de conteúdo do TPE.
Para o Todos Pela Educação, a sociedade civil organizada pode auxiliar cobrando o cumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE), lei que estabelece 20 metas para planejar o ensino brasileiro durante uma década.
CPERS aponta a importância da família
A presidente do CPERS/Sindicato, Helenir Oliveira, concorda que manter o aluno na escola passa pela valorização e formação continuada dos professores, principalmente quando é voltada às demandas reais das escolas, pensada com base em oficinas. Mas também aponta outro fator:
— A família está muito ausente, a responsabilidade com a educação está jogada quase que única e exclusivamente sobre a escola. O horário de estudo em casa é fundamental para a aprendizagem, para o acompanhamento diário dos pais com os filhos em casa. Se não tiver alguém que incentive-os a continuarem o estudo, que seria o papel da família, percebemos que se torna mais difícil.
A professora cita ainda a necessidade de melhorar a estrutura física dos colégios.
— Pelo que conheci andando no Estado, nos últimos tempos melhoraram as condições (físicas) das escolas, mas ainda não universalizou. Ao mesmo tempo que vemos escolas trabalhando com tecnologia de ponta, temos escolas com problemas sérios — afirma Helenir. — O sistema público tem de ser nacional. Aqui no Rio Grande do Sul, dentro do sistema estadual, temos diferenças básicas. Por exemplo: escolas com hora de 50 minutos, outras de 45 minutos, não há uniformidade. Quando se pensa num sistema nacional, tem de ter pelo menos um esqueleto de igualdade para pensar a educação pública como um todo — acrescenta.
Cor, renda e localidade influenciam
Os indicadores por cor, renda e área rural ou urbana não são detalhados por Estado. Mas, ao olhá-los de forma geral, ficam nítidas as disparidades. É de aproximadamente 20 pontos percentuais a diferença entre as taxas de jovens declarados brancos que concluíram o Ensino Fundamental aos 16 anos e o Ensino Médio aos 19 (respectivamente 81% e 65,2%) e os que se declaram negros (60% e 45%).
Em relação à questão socioeconômica, os 25% mais pobres apresentam taxa de conclusão do Ensino Fundamental de 59,6%; os 25% mais ricos têm percentual de 94%. No Ensino Médio, os valores são 32,4% e 83,3%, respectivamente. Os dados mostram, também, que nas áreas rurais o percentual de alunos que concluem o Ensino Médio até os 19 anos é de 35,1%, enquanto o das áreas urbanas é 57,6%.
>>As cinco metas do movimento
Fundado em 2006, o Todos Pela Educação estabeleceu cinco metas para que, até 2022 (bicentenário da Independência), o Brasil garanta a todas as crianças e a todos os jovens o direito a educação de qualidade. São elas:
1. Toda criança e jovem de quatro a 17 anos na escola
2. Toda criança plenamente alfabetizada até os oito anos
3. Todo aluno com aprendizado adequado ao seu ano
4. Todo jovem de 19 anos com Ensino Médio concluído
5. Investimento em Educação ampliado e bem gerido
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Resultados abaixo da meta em 2013
Levantamento divulgado ontem pelo Movimento Todos Pela Educação revela que Santa Catarina tem registrado quedas consecutivas desde 2009 na aprovação de jovens até 19 anos no Ensino Médio
Fonte: Diário Catarinense (SC) 09 de dezembro de 2014
O levantamento divulgado ontem pelo Movimento Todos Pela Educação (TPE) sobre a aprovação de jovens e crianças na idade certa traz duas notícias distintas para Santa Catarina.
O Estado é o segundo no ranking nacional de aprovação de crianças até 16 anos no Ensino fundamental, atrás somente de São Paulo. Mas também tem registrado quedas consecutivas desde 2009 na aprovação de jovens até 19 anos no Ensino médio.Os números, em ambos os casos, ainda são superiores aos do Brasil e à média da Região Sul.
No entanto, em nenhuma das categorias SC conseguiu ultrapassar as metas estipuladas pelo instituto para regular a distorção entre idade e série. O levantamento compõe a meta 4 do TPE, que estipula 2022 como prazo para alcançar a marca de 95% ou mais dos jovens brasileiros de até 16 anos concluindo o Ensino fundamental e 90% dos Alunos de 19 anos, o Ensino médio.
Os indicadores foram calculados com na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2013, do IBGE. Procurada peoa reportagem, a Secretaria de Estado da Educação disse, ontem à noite, que não teve tempo hábil para analisar os dados do estudo antes de emitir uma avaliação.
O Brasil atingiu a meta de 2007, início do monitoramento feito pelo TPE, até 2009. Mas após esse período, demonstra crescimento tímido nos dois indicadores. A Professora do Mestrado e Doutorado em Educação da Univali, Cássia Ferri, considera que o caso é preocupante, com matizes diferentes, em todo o país.
– Apesar de conseguir atingir quase 98% no ingresso ao Ensino fundamental, a maior parte desse grupo não chega ao Ensino médio. Os fatores são os mais diversos, como trabalhar ou fazer atividade que implique buscar a sobrevivência. O primeiro movimento, em geral, é abandonar a Escola.
Matéria publicada apenas em veículo impresso
Estudantes encontram falta de opções para seguir adiante
À medida que os Alunos se tornam defasados na relação idade-série vem o constrangimento e o abandono. Um dos motivos, aponta Cássia Ferri, é a falta de perspectiva de concluir o Ensino médio para alcançar o superior. Para a especialista, a oferta do Ensino médio ainda é limitada, com dificuldades de horários adequados a quem precisa trabalhar e pouco acesso às Escolas privadas.
O governo federal lançou há um ano o Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino médio, para firmar o compromisso da formação continuada dos Professores. O fato é que as ações estão mais voltadas para a revisão pedagógica e didática.
Segundo Cássia, o sistema educacional ainda carece de ações voltadas ao Ensino profissionalizante, para manter o jovem em tempo integral nas Escolas e focado no mercado de trabalho, acompanhadas da qualificação de Professores, bolsas de especialização e material didático específico.
Uma das propostas do pacto é estender Programa Ensino médio Inovador, para ampliar o tempo dos estudantes na Escola e garantir a formação integral com atividades que dinamizem o currículo.
– Hoje não faltam iniciativas, mas o acompanhamento e a avaliação constante para se tornarem factíveis – pontua Cássia.
Matéria publicada apenas em veículo impresso
'Ensino Médio se tornou enciclopédico e não diz nada aos jovens'
Entrevista com Alejandra Meraz Velasco, coordenadora-geral do Movimento Todos Pela Educação
Fonte: Rádio CBN 08 de dezembro de 2014
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Para a coordenadora, Ensino Médio é, atualmente, apenas mais uma etapa pouco atraente, com foco apenas ao Ensino Superior.
Segundo Alejandra, toda a trajetória da educação básica deve passar por mudanças. Além de se reformular o currículo, é necessário que toda a educação aconteça com qualidade. Caso contrário, cada vez mais os jovens vão perder os vínculos diretos com os professores.
Só 64% concluem o Ensino Médio
Apesar do bom desempenho do Paraná, o resultado está abaixo da meta estabelecida para 2013, de 71,3%
Fonte: Gazeta do Povo (PR) 09 de dezembro de 2014
Cerca de 64%,6% dos jovens paranaenses conseguiram concluir o ensino médio até os 19 anos, em 2013. Esta é a maior taxa de conclusão conquistada pelo estado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) desde 1995, primeiro ano em que houve tabulação de dados feita pelo Movimento Todos Pela Educação (TPE). Ainda assim, o resultado está abaixo da meta estabelecida para 2013, de 71,3%.
Este é o terceiro ano seguido em que o estado fica abaixo da meta. O número de concluintes na idade correta foi de 59,8% em 2012, quando deveria ter sido de 67,9%. Em 2011, a taxa ficou em 56,3% (fora dos 64,9% esperados), e foi neste ano que o estado registrou uma queda em relação aos 62% da Pnad anterior, de 2009.
O ensino fundamental segue o mesmo padrão. Entre os jovens de até 16 anos, 78,8% concluíram os primeiros nove anos do ensino regular em 2013. O valor está acima dos 75,8% atingidos em 2012, mas abaixo dos 86,4% esperados para o período. O fundamental também registrou dois anos seguidos de crescimento após uma queda de 68,2% para 65,7% de 2009 para 2011.
Prazo
As metas são determinadas pelo próprio TPE, que estabelece 2022 como prazo para que 95% dos jovens tenham concluído o fundamental e 90% o médio na idade certa. Já o Plano Nacional de Educação estipula que, em dez anos, 85% dos jovens entre 15 e 17 anos estejam matriculados no ensino médio.
Consultor em gestão educacional, o professor Renato Casagrande avalia que a recuperação na taxa de alunos concluintes nestes últimos três anos é reflexo de uma valorização da avaliação no ensino, movimento exercido tanto pelos governos federal quanto estadual.
O ranqueamento de escolas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), por exemplo, pressionaria por melhores resultados por expor a fragilidade do ensino.
Na avaliação de Casagrande, outro fator importante é o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que cria “uma pressão para que os alunos permaneçam e assim conquistem melhores postos, vagas pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada) e bolsas pelo Prouni (Programa Universidade Para Todos).” Para o aumento quantitativo ser suficiente para a universalização do ensino, no entanto, o professor acredita que é necessária uma revisão qualitativa dos “conteúdos, metodologias e número de disciplinas”.
>> País não atinge as metas para o ensino fundamental e médio
No Brasil, pouco mais da metade dos jovens – 54,3% – concluíram o ensino médio e 71,7% o fundamental no prazo previsto, em 2013. O crescimento em relação a 2012 não foi suficiente para atingir as taxas de 63,7% e 84% estabelecidas para o ensino médio e ensino fundamental, respectivamente, conforme o Todos Pela Educação.
A coordenadora geral do TPE, Alejandra Meraz Velasco, aponta uma estagnação na educação básica. “As crianças estão tendo mais acesso à educação, mas isso não significa que consigam ir até o fim”, explica. O ponto crítico estaria no chamado fundamental 2 (do 6º ao 9º ano), que estaria em um limbo de políticas educacionais.
Fora da escola
Em todo o país, o número de jovens com idade entre 15 e 17 anos fora da escola aumentou em 2013. São 1,6 milhão de jovens fora das salas de aula sem ter concluído o ensino médio, o que representa 15,7% do total dos estudantes dessa faixa etária. Em 2012, esse porcentual era de 15,2%, maior do que o do ano anterior.
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Só 54% dos jovens conclui Ensino Médio na idade certa
Diferença de renda aparece como uma das razões
Fonte: Rede TV News 08 de dezembro de 2014
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4 entre 10 jovens não concluem Ensino Médio
Entre as causas da evasão, estão repetência, nível escolar dos pais e a falta de motivação e integração
Fonte: Diário do Nordeste (CE) 09 de dezembro de 2014
A evasão e a repetência escolar são fenômenos interligados e a combinação deles aparece como uma das principais falhas do sistema educacional brasileiro. É o aponta pesquisa da Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Ceará (Caen/UFC). Segundo o estudo, quatro entre dez jovens, entre 15 e 17 anos, não concluem o ensino médio no Ceará. Além disso, sete entre 100 alunos repetem a série mais de uma vez em três anos.
O estudo foi apresentado no auditório do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) e traz uma análise das causas determinantes para esses dois gargalos do setor. A pesquisa teve como fontes o Sistema Permanente de Avaliação da Educação no Ceará (Spaece) 2008 e o Censo Escolar do mesmo ano. O recorte leva em consideração os três anos do Ensino Médio ou seja, de 2008 a 2011.
Entre as causas da evasão, estão a repetência escolar, o atraso (distorção entre idade e série), o nível escolar dos pais e a falta de motivação e integração (como deixar de fazer as tarefas de casa), o desejo de alcançar a independência financeira (principalmente entre os homens) e a dificuldade de deslocamentos.
A repetência está associada principalmente à falta de motivação, à má qualidade do ensino e, consequentemente, à formação do aluno. Sem falar na violência urbana, tráfico de drogas e gravidez precoce. O estudo também observou que os homens, por serem mais propensos que as mulheres a ingressarem no mercado de trabalho mais jovens, têm maior chance de repetir alguma série durante o ensino médio.
Com respeito à raça, os pesquisadores constataram que ela não é importante para explicar a probabilidade de evasão. No entanto, ao tratar da repetência, aqueles que se declararam brancos tiveram uma redução de 13% nas chances de serem retidos ao longo do período analisado.
Para os estudantes cujas famílias são beneficiárias do Programa Bolsa Família, as chances de evadir ou repetir são aproximadamente 12% menores.
Conforme os autores Maitê Rimekká Shirasu e Ronaldo de Albuquerque e Arraes, a motivação do estudo está associada, por um lado, aos altos custos e à ineficiência econômica que a evasão e a repetência representam e, por outro, a obstruções para melhorias de indicadores educacionais que se refletem diretamente no crescimento econômico e mercado de trabalho.
A repetência, ressaltam, é um indicador de ineficiência grave no fluxo escolar, embora a verdadeira dimensão desse problema só transpareça quando se consideram os custos financeiros para a sociedade. Recente estimativa do Banco Mundial indica que o Brasil gasta mais de R$ 11 bilhões por ano com estudantes que repetem um ano.
Gastos
Para esses níveis de gastos por aluno, indica a pesquisa, cada aumento de 1% na taxa de repetência corresponde a um aumento do custo para o Governo de mais de R$ 500 milhões. O Ceará, analisam os dois pesquisadores, apesar de ser um Estado pobre, tem adotado estratégias para melhorar a qualidade das escolas e na redução das taxas de evasão e repetência, através das seguintes políticas: aumento de escolas em tempo integral, parceria com indústrias locais para o fornecer estágio remunerado aos alunos, campanhas para melhorar a estrutura das escolas, qualificação de professores e programas de incentivos a gestores, professores e alunos.
Por meio de nota, a Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) informou que desenvolve, desde 2008, uma série de projetos que buscam melhorar a experiência dos estudantes na escola, como por exemplo o Projeto Professor Diretor de Turma (PPDT), que se caracteriza pela indicação de um dos professores para assumir a função de diretor de turma.
Além disso, em 2011, a Seduc firmou parceria com o MEC e o Instituto Unibanco para o desenvolvimento do Programa Ensino Médio Inovador/Jovem de Futuro (ProEMI/JF), visando consolidar a autonomia das escolas, contando com apoio financeiro diferenciado para alcançar metas pactuadas, nas quais está inclusa a redução de 50% das taxa de abandono.
A Seduc ainda destaca as melhorias alcançadas nos últimos anos. Em comparação a 2008, no Ensino Médio da rede estadual, a taxa de abandono saiu de 15,7% para 9,6%, em 2013. Com relação à reprovação, esse número caiu de 7,8% em 2008, para 7,3%, em 2013. Já a taxa de aprovação de alunos do Ensino Médio subiu de 76,6% para 83,2%, nesse mesmo período.
Índices melhoram, mas estão aquém
Pouco mais de 54,3% dos jovens cearenses, até os 19 anos de idade, concluem o ensino médio na idade certa. Apesar de ainda apresentar uma melhora acentuada dos índices em relação à 2007, quando a taxa de aprovação para a mesma faixa etária era de 40,4%, o Estado ainda está abaixo da meta desejada, que é de 56,7%. Os dados revelam a grande dificuldade que o Ceará, assim como o Brasil, tem de motivar o jovem a concluir o Ensino Médio.
O estudo revela que o Ceará, com 54,3% de aprovação, apesar dos problemas, lidera o ranking entre os estados nordestinos com relação a melhoria dos números do ensino médio. O segundo colocado é Pernambuco, com 49,8%, seguido pelo Piauí, com 49%. Depois estão Sergipe, com 48,9%; Paraíba, 48,3%; Rio Grande do Norte, 46,3%; Maranhão, com 40,3%; Bahia, 37,9% e Alagoas, com 35,2%.
A mesma situação é observada no ensino fundamental, quando o índice de aprovação dos jovens até os 16 anos de idade chegou a 71,8%, ficando aquém da meta ideal de 82%. Em 2007, o Estado alcançou índice de 57,1% de aprovados, superando a meta de 54,5%.
Pouco mais da metade dos jovens brasileiros, apenas 54,3%, conseguiram concluir o Ensino Médio na idade considerada adequada. No Ensino Fundamental, a conclusão até os 16 anos foi alcançada por 71,7% dos jovens. As metas definidas pelo movimento para 2013 eram de, respectivamente, 63,7% e 84%.
Os números ainda estão longe do estipulado pelo Todos Pela Educação até 2022. O movimento espera que 95% ou mais dos jovens brasileiros de 16 anos devem completar o Ensino Fundamental e 90% ou mais dos alunos de 19 anos devem concluir o Ensino Médio.
O estudo mostra ainda que 19,6% dos jovens de 15 a 17 anos estão ainda no ensino fundamental, 15,7% não estudam e não concluíram o ensino médio, e 5,9% não estudam mas já terminaram o ensino médio.
Estado
O Secretário da Educação do Ceará, Maurício Holanda, comentou que, apesar dos números não alcançarem os índices esperados, o Estado tem conseguido conquistar resultados cada vez melhores, destacando-se no Norte/Nordeste.
"Esses dados são muito estáticos, não são índices possíveis de se reverter rapidamente. Tanto é que nenhum outro Estado está cumprindo as metas. O que os dados têm nos mostrado não é só o que está sendo feito nas escolas hoje, mas também o que não foi feito nos anos anteriores. Não é possível, por exemplo, melhorar em apenas três anos o Ensino Médio quando esses alunos não tiveram uma boa escolarização no Ensino Fundamental", expõe.
Segundo ele, é necessário rever a meta estabelecida ou imaginar que a educação nos estados vai melhorar devagar nos primeiros anos e mais rápido depois.
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