As redes sociais foram os principais escoadouros da revolta da população com o anúncio da redução do valor das aposentadorias por conta do fator previdenciário estabelecido pela expectativa de vida dos brasileiros.
Para um governo chamado de popular, a manutenção desta regra só amplia o desgaste do Palácio do Planalto que, na opinião de dirigentes sindicais e políticos da oposição, está diante de uma encruzilhada: ou muda o critério (estabelecendo, por exemplo, a regra denominada 95/85 que seria a soma da idade e o tempo de contribuição para obter 100% do benefício) ou terá cada vez mais ampliada a abominação das classes assalariadas, inclusive daqueles grupos que tradicionalmente apoiam o governo. Ou seja, o governo Dilma está sem saída.
CAUSA -
A repulsa dos segurados se dá por que o aumento na esperança de vida dos brasileiros leva a uma redução de até 0,92% na aposentadoria dos homens e de 0,78% na das mulheres, segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Estudos Previdenciários (Ibep), com base nas Tábuas Completas de Mortalidade do Brasil de 2013, divulgadas nesta segunda-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A esperança de vida ao nascer aumentou para 74,9 anos em 2013, 3 meses e 25 dias a mais do que em 2012, quando era de 74,6 anos. O dado é usado pelo Ministério da Previdência Social como um dos parâmetros para determinar o fator previdenciário no cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.
Um homem de 60 anos de idade e 35 anos de contribuição pelo salário teto do INSS (de R$ 4.390,24), receberia R$ 3.767,73 mensais caso tivesse requisitado a aposentadoria até a última sexta-feira, dia 28 de novembro.
A partir de agora, no entanto, um contribuinte nas mesmas condições de idade e tempo de contribuição que der entrada no benefício receberá R$ 3.733,16, o equivalente a R$ 34,57 a menos.
Já uma mulher de 55 anos de idade e outros 30 anos de contribuição receberia de aposentadoria R$ 2.630,68 se o pedido tivesse sido feito até sexta-feira.
Mas, pela nova regra, o benefício cai a R$ 2.610,21, o equivalente a R$ 20,47 a menos. "A diferença não é tão grande de um ano para o outro porque as Tábuas do IBGE de 2013 foram feitas com base em projeções, não em contagem populacional", explicou Luciano Gonçalves de Castro e Silva, atuário do Ibep.
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