Desafios para a formação docente
PNE traz desafios para a formação docente no Brasil
Especialistas debatem na Conae como superar entraves para avançar na área
Do Todos Pela Educação, em Brasília 20 de novembro de 2014
A melhora da qualidade da formação docente é um dos maiores desafios educacionais do Brasil hoje e, para especialistas, as metas e estratégias do Plano Nacional de Educação (PNE) são fundamentais para a evolução na área. Essa foi uma das discussões do primeiro dia de colóquios da 2ª Conferência Nacional de Educação (Conae), que acontece em Brasília (DF).
O debate aconteceu no colóquio “Formação Inicial e Continuada de Professores: Políticas e Desafios”, do Eixo 6 da conferência, intitulado “Valorização dos Profissionais Da Educação: Formação, Remuneração, Carreira e Condições de Trabalho”. A Conae é dividida em sete eixos temáticos.
Uma das participantes do colóquio foi a deputada Professora Dorinha Seabra (DEM-TO), que expôs todo o conteúdo do PNE relacionado à valorização do professor – especialmente a meta 15. “O salário é uma questão que deve ser debatida porque, apesar de hoje contarmos com a Lei do Piso, sabemos que em muitos municípios esse valor está virando o teto salarial da rede, já que estão achatando a carreira e acabando com as perspectivas dos professores”, explica.
A queda nas matrículas nos cursos de licenciatura é um reflexo da baixa atratividade da profissão, lembra a deputada. Precisamos trazer mais jovens e manter os que já estão atuando na carreira”, afirmou, lembrando a importância da estratégia 15.5 do plano, que foca nos programas específicos de formação para quilombolas, indígenas e outros.
A reforma curricular das licenciaturas, presente na estratégia 15.6, também foi citada pela deputada. “Temos uma distância real entre o que é trabalhado no curso e o que a escola procura no perfil do professor. Precisamos estimular uma renovação pedagógica nos cursos”, pontuou.
Base nacional
Dorinha lembrou que há necessidade de se ter uma base curricular nacional comum, que defina o que os estudantes devem aprender. “A abordagem que se dá para as avaliações de larga escala hoje já mostra o que estudante deve saber e o que a escola deve ensinar. Muitas redes se pautam pelo que vai ser cobrado nessas provas”, pontua.
Ela ainda lembrou que as metas do PNE que se referem à formação continuada e pós-graduação também devem estar alinhadas com a melhoria da carreira docente, assim como a concessão de bolsas de estudo para estudantes da Educação Superior.
Experiência
Sinara Sant Anna Celistre, coordenadora do programa de formação de professores do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), falou sobre o trabalho que desenvolve desde 2012 na instituição, cujo foco é a Educação Profissional.
“Hoje, na minha opinião, os cursos de Pedagogia falam pouco da prática pedagógica e priorizam a discussão ideológica”, criticou. “No caso do nosso programa, que tem alcance nacional, o desafio era justamente atender a diversidade de alunos a partir da articulação entre teoria e prática, uma vez que na Educação Profissional tem que saber pensar e refletir e, ao mesmo tempo, saber fazer.”
De acordo com Sinara, o programa funciona bem porque supera o caráter provisório e emergencial de muitas ações semelhantes da área.
O dia
Durante a manhã, foi aprovado o regimento da conferência. Na parte da tarde, começaram os colóquios temáticos, divididos em sete eixos.
A Conae vai até domingo, dia 23 de novembro, em Brasília (DF).
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