Prazer de ensinar

Prazer de ensinar

Prazer de ensinar e expandir conhecimento está em primeiro lugar, afirma docente

Portal do Professor - Revista Gestão Universitária - 03/10/2014 - Belo Horizonte, MG


Professora há mais de 70 anos, Berta Lange de Morretes é exemplo de dedicação ao ensino e à pesquisa na área de botânica

Em celebração ao Dia do Professor, comemorado no dia 15 de outubro, a publicação on-line Jornal do Professor disponibilizou uma entrevista exclusiva com a professora Berta Lange de Morretes, da Universidade de São Paulo (USP).

Docente por mais de 70 anos, a professora, hoje com 97 anos, revela que o interesse pelo magistério surgiu quando ainda era estudante do antigo curso ginasial.

Exemplo de dedicação e amor ao trabalho realizado, ela continuou atuante na universidade mesmo depois de aposentada. E justifica a motivação: “Em primeiro lugar está o prazer de ensinar e poder ajudar as pessoas que buscavam conhecimento”.

Com graduação em ciências naturais e livre docência pela própria USP e pós-doutorado pela University of California–Davis, Berta dedicou a vida ao ensino e à pesquisa na área de botânica, com ênfase em anatomia vegetal. Berta nasceu na cidade de Iffeldorf, Alemanha. Filha de mãe alemã e pai nascido no Brasil, veio para o Brasil ainda criança.

Jornal do Professor – Como surgiu o interesse pela carreira acadêmica, tanto pelo ensino quanto pela pesquisa?

Berta Lange de Morretes – Surgiu quando era garota, no ginásio. Como meus pais eram professores, mantinham uma escola em casa para quem não tinha condições de pagar por aulas de música, canto e desenho.

Foram mais de 70 anos de dedicação à USP. O que a fez continuar a trabalhar, mesmo depois de aposentada?

Em primeiro lugar, o prazer de ensinar e de poder ajudar as pessoas que buscavam conhecimento. Depois, eu tinha condições e vontade de continuar meu trabalho de pesquisa.

O que mais valeu a pena, no decorrer da carreira acadêmica? O ensino, a pesquisa?

As duas são complementares e valeram muito a pena. Ao pesquisar eu podia ensinar e aprender.

Nesse período de mais de 70 anos, a senhora detectou mudanças nos estudantes, de comportamento, atitudes, interesses?

Em certo aspecto, o uso de muita tecnologia deixou tudo mais fácil para os alunos. Eu percebia uma certa falta de interesse por parte deles em relação a conhecimentos que para mim são essenciais, como fazer os desenhos anatômicos, por exemplo.

A senhora teria alguma mensagem ou conselho para os jovens professores que estão começando suas atividades?

É difícil aconselhar, mas gostar do que faz e dedicar-se já é um bom caminho.




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