Educação e muitas promessas
"Sempre no período eleitoral a Educação ganha prioridade no Brasil, mas que muda logo após os resultados das urnas serem divulgados", afirma jornal
Fonte: A Gazeta (MT) 29 de setembro de 2014
Em tempo de eleições e busca pelo voto, Educação volta a ser prioridade dos que pleiteiam uma cadeira eletiva. Aliás, sempre no período eleitoral a Educação ganha prioridade no Brasil, mas que muda logo após os resultados das urnas serem divulgados.
Mas, neste ano alguns avanços vêm sendo registrados, mesmo sabendo que os resultados somente serão verificados com o passar do tempo, ou seja, se estão positivos ou não ainda é muito difícil prever. Ocorre que um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) informa que os países que integram o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) colocaram a Educação e a capacitação no centro de suas estratégias de desenvolvimento. Informa ainda que isso tem impulsionado o progresso mundial na Educação.
O documento registra que os cinco países fizeram investimentos maciços em todos os níveis educacionais na busca de atender às necessidades de suas economias emergentes. Juntos, os integrantes do Brics ofertam Educação para cerca de 40% da população mundial, segundo o relatório.
A publicação Brics recebeu a denominação de Construir a Educação para o Futuro e buscou identificar os sucessos e desafios enfrentados pela Educação nesses países e recomenda uma colaboração mais efetivas entre as cinco economias do bloco para acelerar o progresso na Educação.
Mas, chama atenção o fato de que apesar de reconhecer os avanços, o relatório indica que para alcançar o crescimento econômico equitativo e o desenvolvimento sustentável é preciso mais investimento na Educação, com prioridade para a Educação básica, superior e o desenvolvimento de habilidades. Alerta também para as disparidades entre as Escolas que fazem com que as crianças mais pobres sofram mais com a baixa qualidade educacional.
Na Educação básica, o relatório aponta que Brasil, China, Índia e África do Sul devem alcançar a Educação primária e secundária universal, reduzir as desigualdades na oferta e aumentar o rendimento Escolar. Indica ainda que os países também devem colocar maior ênfase na expansão de programas de boa qualidade em cuidados e Educação na primeira infância. A Educação superior não fica de fora, A recomendação é que a demanda por esse nível de Ensino tem aumentado e os países do Brics devem expandir a oferta de Educação superior e construir centros de excelência mundial em Ensino e pesquisa.
Quanto ao desenvolvimento de habilidades, o relatório recomenda que sejam criados sistemas de desenvolvimento de habilidades complexas para que os países diversifiquem suas bases econômicas. Recomenda ainda a expansão e modernização da trajetória técnica e profissional do Ensino secundário e superior e a expansão dos programas de formação que têm como alvos jovens e adultos carentes.
O relatório cita como positivas algumas iniciativas brasileiras, entre elas o Plano Nacional de Educação. Não há novidades expressivas. O governo brasileiro conhece muito bem a nossa realidade e sabe o que é preciso fazer. Do discurso à prática há um grande abismo que precisa ser superado. Esse é o desafio.