É hora de ser exigente
É HORA DE SER EXIGENTE
12 de setembro de 20144
O cenário político nacional e estadual nos impõe fazer uma retrospectiva das ações dos governos, a relação estabelecida com o conjunto da classe trabalhadora e, principalmente, o programa político aplicado na gestão. A grande dificuldade estabelecida neste cenário político é a tal polarização entre as experiências de governo vividas num passado recente e as atuais.
O que classificávamos de governos de esquerda e direita, hoje, definitivamente, se assemelham pelo programa e prática. Privatizações, isenções fiscais, arrocho salarial, descumprimento de leis como o Piso Nacional dos Educadores, falta de investimento no serviço público etc. Na prática, é inegável a semelhança, alianças fisiológicas, criminalização dos movimentos sociais, perseguição política, corte de salário, ausência de diálogo e autoritarismo.
Não é difícil verificar que esta conjuntura tem como consequência um desânimo político, uma falta de credibilidade na política e nos políticos. As bandeiras vermelhas ficaram pesadas pela falta de referência programática, pela ausência de perspectiva de implementação do programa histórico construído nos tempos da boa política, em que a esperança pela transformação movia os sonhos e as pessoas.
Não podemos desistir, não podemos nos submeter à lógica do menos pior. É preciso enxergar as alternativas que podem e devem ocupar esse espaço vazio, um espaço da antiga esquerda, que se deixou cooptar e se adaptou ao modelo neoliberal, ou corremos o risco de sermos os avalistas de uma política que não servirá para o processo transformador, mas sim para mantermos a política tradicional, que já se mostrou perversa e incapaz de responder às necessidades da população.
A tarefa da verdadeira esquerda é não se adaptar, é não vender a sua consciência. É enxergar a direita e a direita revestida de esquerda.
O período eleitoral é um momento de reflexão e escolhas, com consequências imediatas e para o futuro. Portanto… É hora de ser exigente.