Apoio a professora com câncer

Apoio a professora com câncer

Alunos do Colégio Carolina Patrício raspam os cabelos em  apoio a professora com câncer

Turmas da unidade Golfe Olímpico, na Barra da Tijuca,  preparam café da manhã para mestra

por Gabriela  Lapagesse


Alunos da escola Carolina Patrício da Barra raspam  a cabeça em solidariedade à professora Norma Ribeiro do Carmo - Marcelo  Carnaval / Agência O Globo

Cerca de 40 alunos do Colégio Carolina Patrício da unidade Golfe  Olímpico, na Barra da Tijuca, se uniram para dar um exemplo de solidariedade. Os  jovens, das três séries do ensino médio, decidiram raspar os cabelos (meninos)  ou cortar os cabelos (meninas) para homenagear a professora de português e  literatura Norma Ribeiro do Carmo, de 37 anos, que descobriu, há um mês, ter  câncer na mama direita. A notícia da homenagem foi antecipada na quinta-feira pela  coluna de Ancelmo Gois.

— Ficamos muito felizes com a iniciativa e nos mostra que estamos passando  bons valores a eles — disse a diretora do colégio, Noemi Patrício Simões.

Muito querida pelos quase 200 alunos com quem tem contato diário, Norma  contou que, na semana passada, os jovens fizeram um café da manhã surpresa para  ela, com direito a buquê de flores, cartas e muitos cabelos cortados.

— Eles sempre foram muito carinhosos comigo. Quando vi todos mobilizados e de  cabeças raspadas, chorei muito. Isso que eles estão fazendo me dá mais força  mesmo para enfrentar tudo — afirmou Norma, que é casada, tem duas crianças e,  até então, nenhum caso de câncer registrado na família.

Cinco professores da escola também rasparam os cabelos.

Os alunos dão um abraço coletivo na professora  emocionada - Marcelo Carnaval / Agência O Globo 

MENINAS DECIDEM DOAR AO INCA OS FIOS CORTADOS

Diante de toda a comoção dos rapazes do ensino médio com a professora Norma  Ribeiro, que começa o processo de quimioterapia na próxima semana, cerca de 20  meninas também não quiseram ficar de fora da homenagem. Uma parte delas decidiu  raspar a nuca, outras rasparam as laterais e a maioria optou por reduzir  drasticamente o comprimento das madeixas. E os 14 tufos de cabelo recolhidos já  têm destino certo: o Banco Rosa do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

— No início, eu achava que cortar o cabelo não mudaria muita coisa e tinha  medo de que a professora ficasse até chateada porque veria todo mundo de cabelo  cortado e ficaria lembrando da doença. Mas foi o contrário. Além de ela ter  ficado emocionada com a homenagem, vamos poder ajudar outras pacientes — conta  Isabela Giancoli, aluna da primeira série do ensino médio.

OUTRAS CAMPANHAS

A própria professora confirma que a iniciativa dos jovens lhe deu mais  coragem.

— Meu cabelo era grande, abaixo dos ombros. O médico já tinha me avisado que  eu teria que cortar porque, com as sessões de quimioterapia, eles cairiam.  Depois que vi tudo o que eles fizeram, ganhei mais força e, no último fim de  semana, cortei o meu curtinho. Perdi o medo. Vemos tantos casos de alunos  desrespeitando professores e eles me fazem essa surpresa maravilhosa — disse a  docente, que trabalha no colégio há três anos.

Segundo o coordenador da unidade, Anselmo Martins, os estudantes são  estimulados a fazer campanhas para ajudar ao próximo.

— Já pedimos doação de fraldas e alimentos não perecíveis. Marcamos sempre  com os alunos de ir às instituições, porque não basta só doar. Há um momento em  que eles têm contato com quem está precisando. Essa troca é importante —  explicou o professor, que planeja uma nova campanha ainda para este ano.

Mesmo com as mudanças radicais no visual, os alunos garantem que os pais  ficaram felizes com a iniciativa.

— Alguns de nós já tiveram casos de câncer na família. Então, acho que,  apesar do susto de nos verem de cabelos raspados, nossos pais nos apoiam. Os  meus disseram estar orgulhosos. E a gente tem que tornar este momento o mais  confortável possível para quem enfrenta a doença. Foi por isso que decidimos  homenagear a Norma. Na escola, somos todos muito próximos, é quase como uma  família mesmo — resumiu Lucas Allegretto, aluno do terceiro ano do ensino  médio.

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