Para melhorar a Educação

Para melhorar a Educação

Cinco formas de ajudar a melhorar a Educação no Brasil

As sugestões da empresária Ana Maria Diniz para ajudar a reverter o cenário "catastrófico" que começa nas escolas e termina nas empresas

Fonte: Época Negócios    21 de agosto de 2014

 

A empresária Ana Maria Diniz, ex-diretora de RH do Grupo Pão de Açúcar e atual diretora do Grupo Península, gestora dos investimentos sociais da família Diniz, dedica-se pessoalmente à causa da educação. Ela atua nas ONGs Parceiros pela Educação e Todos Pela Educação e no projeto Educação – Compromisso por São Paulo, ao lado de outros empresários, como o banqueiro Jair Ribeiro e Carlos Jereisati, em parceria com o governo e a secretaria do estado (o projeto foi capa de Época NEGÓCIOS, em outubro de 2012). Em palestra no CONARH, Ana Maria falou sobre o cenário atual da educação pública no país e fez sugestões para empresas e pessoas fazerem sua parte.

Comecemos pelos números que mostram a situação “castastrófica”, nas palavra de Ana Maria. Hoje, o Brasil tem 50 milhões de matrículas nas escolas. Todo ano, três milhões de crianças entram no primeiro ano do ensino fundamental. Destes, 2,7 milhões concluem os anos iniciais na idade certa – e 300 mil são reprovados ou abandonam a escola.

A situação piora um pouco logo em seguida: 2,2 milhões acabam os anos finais do ensino fundamental na idade certa – ou seja, mais 500 mil não terminam ou não terminam bem. Apenas 1,7 milhão de jovens acabam o ensino médio na idade certa.

O problema maior, no entanto, não é quantitativo. Mas, sim, a qualidade do aprendizado. Dos 3 milhões que ingressam no ensino fundamental, apenas 500 mil concluem o ensino médio com aprendizado adequado em língua portuguesa, e 137 mil com aprendizado adequado em matemática. “O mercado de trabalho do Brasil está sofrendo com essa falta de profissionais bem preparados”, diz Ana Maria.

Apesar do cenário dramático, ela afirma que, durante os seis anos em que foi diretora de RH do Grupo Pão de Açúcar, na época pertencente à sua família, sentia que realmente ajudava transformar a companhia por meio de algumas ações. Por exemplo, um programa de pagamento de 50% de um curso escolhido pelo funcionário. “Não importava se fosse alguém da área de vendas querendo estudar neurociência”, diz ela. “ Cerca de 30% dos empregados estavam nesse programa. E essas pessoas, que tinham a pró-atividade e vontade de continuar adquirindo conhecimento, eram muito mais engajadas na empresa do que os demais”.

A seguir, cinco sugestões práticas de Ana Maria Diniz para que as pessoas colaborem, de fato, para a melhoria da educação dentro e fora das empresas.

1. Além da técnica “Há estudos que mostram que, mais importante do que o conhecimento formal para uma criança, às vezes é o desenvolvimento de capacidades não cognitivas”, diz Ana Maria. Ela afirma que os pais têm grande responsabilidade nesse aspecto. “Eles devem ajudar a criança a desenvolver as habilidades que precisa na vida, a ter resiliência diante dos obstáculos e a criar soluções para os problemas.”

2. Incorpore o assunto “escola” no dia a dia Também direcionada aos pais, a dica é que eles se interessem e conversem sobre a vida dos filhos na escola. “Pergunte como foi o dia, se ele gosta da professora. Mesmo que as respostas sejam curtas, o importante é estimular um diálogo leve, informal.”

3. Apoie o projeto de vida dos jovens Seja para filhos, funcionários ou em um trabalho social, Ana Maria enfatiza a importância de estimular o protagonismo de crianças e adolescentes, perguntando sobre seus projetos de vida. “Muitos jovens estão sem perspectiva, sem capacidade de sonhar. Precisamos ajudar a ampliar o repertório cultural e esportivo dessas pessoas.”

4. Use o networking para promover a educação Os empresários podem usar seus contatos para difundir informações sobre o cenário atual da educação no país e sobre as ferramentas para mudar esse cenário, como as organizações sem fins lucrativos que contam com trabalho voluntários. Vale viralizar o assunto com colaboradores, clientes, parceiros.

5. Mudança de dentro para fora Ana Maria acredita que as empresas devem começar o trabalho com os próprios funcionários, estimulando que estudem os temas que os interessam, com apoio financeiro da companhia.




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