Atrás do tempo perdido
País atrás do tempo perdido
Ministro da Educação, Henrique Paim, reconhece que o Brasil paga preço alto por ter despertado tardiamente para a Educação
Fonte: Estado de Minas (MG) 20 de agosto de 2014
O ministro da Educação, Henrique Paim, reconheceu que o Brasil paga um “preço muito alto” por ter despertado tardiamente para a Educação. Diante desse cenário, ele defendeu que resta ao país recuperar o tempo perdido.
“Temos de trocar o pneu com o carro andando”, afirmou, durante fórum ontem em São Paulo, que discute o Plano Nacional da Educação (PNE). O ministro ressaltou que o governo tem feito esforço para melhorar o desempenho da área e destacou que o país tem avançado. Entre os avanços, Paim considera três de suma importância. O primeiro, listou, foi ter construído um sistema estatístico nacional, que, segundo ele, é um dos mais modernos do mundo, com cadastro atualizado anualmente. Outro elemento é a avaliação. Ele destacou que, mesmo num país com diversidade grande e com modelo de Educação descentralizado, hoje é possível medir o desempenho dos estudantes desde a Escola até a universidade. O terceiro avanço destacado por ele foi ter construído um padrão de financiamento de gestão para a Educação brasileira. Como exemplo, citou a diminuição da diferença do valor/Aluno entre os estados do Maranhão e Paraná. “Antes, 30% do valor Aluno do Maranhão correspondia ao valor do Paraná. Hoje, estamos em 80%, mas, apesar disso, ainda é possível avançar mais.”
“Não é como o anterior, que só tratava de metas quantitativas. Esse trata não só de acesso, mas de qualidade e equidade, pontos importantes para que possamos avançar”, afirmou o ministro. Ele destacou que o grande desafio do plano agora é fazer o alinhamento do PNE com os planos estaduais e municipais de Educação. “Já houve um avanço na relação entre as universidades e a Educação básica e o desafio agora é dar organicidade a essa relação”, disse.
Ensino médio Paim afirmou que os problemas pelos quais o Ensino médio brasileiro passa são consequência da inclusão de 5 milhões de novos estudantes nos últimos anos. Ele garantiu, contudo, que essa etapa do Ensino está passando por mudanças, mas que esse é um processo difícil. “Antes, quando o estudante saia do Ensino fundamental e ia para o Ensino médio, não tinha livro, lanche nem transporte Escolar. Isso só mudou em 2010, com o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), quando construímos essa condição mínima de estudo”, afirmou. Ele ressaltou que, passada essa fase inicial, a União já está discutindo com os governos estaduais, responsáveis pelo Ensino médio, uma agenda mais avançada. “Antes, nossa agenda era só de financiamento. Hoje já estamos discutindo currículo e valorização dos Professores, inclusive de Professores de língua inglesa e garantiu que está discutindo mudanças em relação à assistência estudantil.
Por sua vez, o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Rafael Lucchesi, defendeu um novo sistema educacional brasileiro para adaptá-lo às mudanças pelas quais a sociedade vem passando. Para ele, com essas transformações, o país terá trabalhadores mais qualificados e, com isso, aumentará a produtividade, considerada muito baixa em relação a outros países. “É preciso educar melhor, em larga escala e a baixo custo.”
Ministro quer revisão de etapa e novo currículo
Henrique Paim participou ontem do Fórum Estadão Brasil Competitivo
Fonte: O Estado de S. Paulo (SP) 20 de agosto de 2014
A dificuldade para melhorar os índices de desempenho educacional no Ensino médio não é exclusividade de São Paulo. O diagnóstico se repete em todo o País e especialistas apontam problemas similares em outros países.
O ministro da Educação, Henrique Paim, voltou a falar ontem sobre a necessidade de revisão da etapa. “Não podemos conviver com essa realidade de que apenas 8% dos estudantes do Ensino médio estão fazendo Educação profissional”, declarou o ministro, que comentou que a penetração do Ensino profissional é muito superior em outros países do mundo. Paim participou ontem do Fórum Estadão Brasil Competitivo, especial sobre Educação e mercado de trabalho.
O ministro ainda falou sobre a construção de uma base curricular comum no País. “O ministério tem condição de conduzir esse processo para que se possa definir claramente o que é que os nossos estudantes precisam aprender”, disse. Como o Estado adiantou, o MEC iniciou em julho os debates para a construção da base. “É importante conseguirmos definir essa questão, respeitando a diversidade de cada sistema e cada Escola.”
Além da atenção na qualidade,o País ainda tem problemas de acesso nesta etapa.O Censo da Educação básica, divulgado em fevereiro, mostrou queda no número de Alunos matriculados no País no Ensino médio, ao mesmo tempo em que há cerca de 1,5 milhão de jovens que deveriam estar nesta etapa e estão fora da Escola. No último Índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb), de 2011, o Ensino médio da rede pública do País ficou estagnado em 3,4 – a meta é chegar a 5,2 em 2021