Professores lamentam de Robin Williams
Professores lamentam morte de 'mentor' Robin Williams
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Robin Williams interpreta o professor John Keating no filme "Sociedade dos Poetas Mortos"
Entre os diversos tributos ao falecido ator Robin Williams estão uma enorme quantidade de homenagens feitas por professores. Um dos papeis mais marcantes de Williams foi o do professor John Keating, em Sociedade dos Poetas Mortos (1989), que levou uma nova geração a se encantar pelo magistério.
Em uma dos momentos mais marcantes do longa, os alunos sobem nas mesas para protestar contra a demissão do mestre de inglês. Na cena, o primeiro a se levantar recita o verso inicial de um famoso poema de Walt Whitman, em meio às ameaças de um diretor mal humorado.
Ao longo do filme, Keating entusiasma os alunos sobre o poder da literatura inglesa, incentivando-os a seguir seus sonhos.
'Meu Capitão'
O filme hollywoodiano acabou inspirando muitos jovens a seguirem a profissão. "Ó capitão!! Meu capitão!! Você me inspirou a ser professor!!! E sei que inspirou toda uma geração" afirmou Sujan Chitrakar, no Twitter.
"Sinto como se tivesse perdido um mentor. Robin Williams como Keating mudou a minha vida. Sociedade dos Poetas Mortos me levou ao magistério", disse Cori Marino.
"Robin Williams ou Keating, a minha inspiração para me tornar professor, faleceu. Ó Capitão, meu Capitão! Que a sua alma descanse em paz", disse Liliana Alvarez.
Mensagens como estas ecoaram em várias partes do planeta após a morte de Williams.
Para Jonathan Taylor, professor de redação criativa da Universidade de Leicester, na Grã-Bretanha, o personagem fez as pessoas sentirem que a "poesia nos importa".
Ele viu o filme aos 16 anos e admite que ter visto no longa aquilo que ele já sentia pode tê-lo influenciado a escolher sua carreira. "Ele explica no filme que a educação não é só uma pequena parte da nossa existência, é a vida. É a mesma coisa. Não se trata de decorar Wordsworth, mas sim de senti-lo e entender por que ele é importante", afirmou Taylor.
Paixão
Outro professor britânico, Francis Gilbert, da escola secundária Coopers' Company e Coborn, em Londres, disse que todos os seus amigos de trabalho comentaram o filme na época.
"Nós amamos o espírito dele. Adoro o jeito com que ele arranca páginas de livros. Ainda faço isso. Na minha cabeça já fiz isso metaforicamente muitas vezes", disse Gilbert, referindo-se à cena em que Keating rasga as páginas da introdução de uma obra que traz uma fórmula que define o valor da poesia.
Atitudes como esta levaram a belga Roselyne Marot a se tornar professora de ciências. Desde então, ela admite que Keating sempre o acompanha na sala de aula. "Decidi que se um dia viesse a ser professora, seria mais como o Robin Williams no filme do que uma educadora tradicional."
A paixão de Keating é um dos elementos que parece ter inspirado os professores. Para ele, a literatura era tão essencial para a humanidade quanto o ar ou a água.
"Aquele amor pelo tema de aula é algo que sempre tentei manter em mente como professor", disse Gilbert.
No filme, entretanto, o estilo arrojado de Keating leva à sua demissão e a acusações de ter sido responsável pelo suicídio de um dos alunos. Os professores admitem que manter tamanho otimismo na realidade das escolas é algo dificílimo.
"Os professores inspiradores que conheci muitas vezes encontram dificuldades no sistema educacional. Mas isso não impede que tenham uma enorme influência sobre os seus alunos", disse Jonathan Taylor.
E nenhuma influência pode ser maior do que a mudança de vida preconizada pelo eterno John Keating vivido por Robin Williams.
John Keating (Robin Williams), do filme "Sociedade dos Poetas Mortos"
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